30/11/2007

FAQ


Ludov featuring Nazarian



Os queridinhos do Ludov estão de clipe novo. O show de lançamento foi nesta quinta, com direito a participação vocal de amigos, fãs e personalidades. Eu sou amigo e fã de longa data, e paguei o mico de cantar uma música com eles.

O clipe vocês pode conferir aqui:


www.ludov.com.br/urbana

Leandro "Multiplex", Vanessa "Ludov" e eu, ontem.




Vanessa e eu, hoje.

Outros amigos queridos que lançaram clipe (e disco) é o Vampiros e Piratas. O deles vocês podem ver aqui:

http://www.youtube.com/watch?v=bLnUG3FF5KQ



Mudando totalmente de assunto, estou fazendo há algum tempo um FAQ. Como "jovem autor", leitores sempre me fazem certas perguntas, e achei que era mais fácil colocar aqui como um guia. Assim, quando me perguntarem de novo, eu só mando o link do post. Vai lá:


- O que é FAQ?

“Frequently answered questions” –Perguntas freqüentemente respondidas. Ou “Frequently asked questions” – Perguntas freqüentemente formuladas.

- Como registro meu livro?

Entre no site da Biblioteca Nacional (http://www.bn.br/site/default.htm ), clique no link “serviços a profissionais” e “escritório de direitos autorais”. Lá há um formulário para preencher com os dados da sua publicação e do pagamento que você tem de fazer no Banco do Brasil. Depois de ter feito o pagamento e preenchido o formulário, mande tudo com seu livro, cópia de seu RG, CPF e comprovante de residência para o endereço da Biblioteca Nacional no Rio. Em mais ou menos três meses eles enviam para a sua casa um comprovante com o número de registro.

- Para que serve o registro?

Para nada. Só é uma proteção contra plágio/uso indevido. Na verdade, a Biblioteca Nacional não vai fazer nada com seu livro, não vai ler, só vai arquivar. Caso algum dia surja uma denúncia (sua ou de outro) de plágio, uso não-autorizado da obra, etc, o arquivamento feito por eles é uma prova da sua autoria. O que vale é a data. Se você tiver registrado em setembro de 2007 por exemplo, e em março de 2008 alguém lança um livro igual ao seu, você pode abrir processo por plágio. Agora, se essa pessoa tiver um registro anterior (por exemplo, agosto de 2007) do seu livro, ela é que tem os direitos. Sim, uma mesma obra pode ser registrada duas ou mais vezes, por pessoas diferentes, porque, como eu disse, eles não avaliam o conteúdo, isso só é feito em caso de processo judicial.

- Preciso ter registrado meu livro para mandar para uma editora?


Não. A editora nunca vai nem saber disso. E dificilmente alguém vai roubar seu livro. Sério. Dificilmente alguém roubaria até um livro do Paulo Coelho. Pense bem, um livro daqueles que ele escreve vende em grande parte por causa do nome dele. Se você conseguir roubar antes e publicar como Roberto Silva não vai vender merda nenhuma. Em geral, publicar/divulgar um livro é tanto trabalho para tão pouco retorno financeiro, que se você não estiver fazendo isso por tesão, por algo que tenha criado realmente com suor, não vale a pena. Mas enfim, registrar um livro não é caro, então sempre é melhor se precaver, você pode ter um ex psicótico que queira roubar tudo o que é seu.

- Quantas páginas mais ou menos deve ter meu livro?

Essa é uma das perguntas que mais me fazem. Eu posso dizer que mais de 8 páginas já pode ser considerado algo mais do que um folder. Hoje em dia há muitos escritores (publicados) que não escreveram nada mais do que meia dúzia de frases... e podem dizer que fazem micro-contos. Agora, o número de páginas pode variar não só de acordo com o que está escrito, mas com o tamanho e estilo da fonte, espaçamento, margens da página, etc. Você pode transformar um romance de 150 páginas num romance de 300 num clique, só dobrando o espaçamento. Também não existe um método exato de se calcular quantas páginas um original de Word dará em livro, isso depende do projeto gráfico que a editora fizer. De qualquer forma, as editoras calculam um tamanho de livro mais pela quantidade de toques do que pelo número de páginas.

- O que é quantidade de toques e como posso saber isso?

É quanto de espaço o texto ocupa (é o texto, mais quebra de parágrafos, mais espaço entre capítulos). Claro que você pode fazer um texto imenso aumentando o espaço em branco entre capítulo, fazendo parágrafos menores, etc. Para saber a quantidade de toques do seu texto, vá em “arquivo” do Word, clique em “propriedades” e “estatísticas”. Lá dará o número de caracteres com espaço (igual a “toques”). Como exemplo, posso dizer que “Mastigando Humanos” tem 300 mil toques, tinha 130 páginas na minha formatação de Word e isso deu 224 páginas de livro editado (mas, de novo, esse foi o padrão usado pela Nova Fronteira para esse livro, não é uma regra de cálculo).

- E agora, como publicar meu livro?

Não faço idéia. Haha. Há milhares de possibilidades. Muita gente paga editoras para publicar a primeira edição, às vezes é a melhor alternativa para entrar no mercado. Tem gente que lança seu próprio selo/editora, agora que as tecnologias de publicação estão mais baratas. Você pode tentar também mandar para as editoras. Elas lêem? Lêem, claro, eles precisam publicar, não é? Mas claro que recebem muita coisa, e seu livro pode ficar perdido lá entre vários outros, então ajuda conhecer alguém na editora (se você não tem um nome conhecido no mercado) ou ter boas indicações. Outra alternativa são os concursos literários que premiam com a publicação (ou com dinheiro). Daí é mandar seu livro e torcer para ser considerado bom (ou que os outros concorrentes sejam muito ruins). Eu comecei a publicar mandando para um concurso.

- Que formatação/formato/método devo usar no original do meu livro?

Bem, não vai escrever a mão, né? Digitado em Times New Roman tamanho 12 espaçamento 1.5 é uma pedida bem padrão, mas não precisa ser necessariamente essa. Para mandar para uma editora, basta estar impresso em sulfite com espiral (e páginas numeradas, por favor). Se você tem uma arte boa e já tiver uma capa, etc, pode ajudar, mas pense bem. De repente sua idéia de boa capa pode ser vista de outra forma pela editora... Mandar o arquivo em Word por email nunca, nunca. Você perde controle das cópias do seu livro e é chato para qualquer um ter de imprimir por você ou ler na tela do computador. (Ok, eu costumo mandar para minha editora por email, mas eles já são minha editora e já vão precisar do arquivo para reformatar lá).

- Eu mando pra editora o texto prontíssimo ou posso mandar uma coisa meio inacabada?

(Essa tive ajuda do fofinho André Tanaka) - Mande o melhor que você for capaz. Sempre. Claro que sempre será feita uma revisão ortográfica, pode haver alguns erros, etc e tal, mas mande o texto quando você achar que fez tudo o que podia por ele, principalmente se for sua primeira publicação. Afinal, ninguém está pressionando você para publicar, não há pressa, então se empenhe ao menos em mostrar seu melhor. Não espere que a editora venha ajudar você com o final do seu livro ou com algum dilema de personagem. Isso é trabalho do escritor. Aliás, é bom lembrar, esse é um trabalho, então espera-se que você, como profissional, saiba o que fazer. A editora, a rigor, só dá os retoques finais, publica e distribui. Não basta ser alfabetizado para ser escritor.


- Você pode me indicar para alguma editora?

Não. Quer dizer, quando eu gosto muito de um livro inédito eu tento indicar. Mas é tanta, tanta gente que me pede. E se a gente nunca trepou, por que eu faria isso por você? Como eu disse, eu nunca tive padrinho, mandei pra concurso, então recomendo que faça o mesmo. Até porque, estou longe de ser poderoso...

- Pode me dizer os concursos que existem por aí?

Não. Concursos vêm e vão. Surgem e desaparecem todos os anos. Se você é uma pessoa bem informada, leia jornal e procure na Internet, você vai encontrar.

- Como funciona o pagamento/direitos?

Praxe é autor ganhar 10% do valor de capa de cada livro vendido. Autores já publicados, um pouco mais conhecidos, geralmente recebem um adiantamento desse valor (digamos 5 mil reais) que vai sendo descontado do que o livro vende. Então se um livro custa 50 reais, o autor recebe 5 reais por livro vendido. Se recebeu adiantamento de 5 mil, precisa vender mais de mil livros para voltar a receber da editora. Os acertos variam de editora para editora, em geral são feitos de três em três meses.

- Qual é o tamanho de uma edição?

Varia. Autores de bestsellers têm edições imensas. Mas uma edição normal de literatura fica em torno de 3 mil livros (sim, só isso, inclusive para autores premiados, e vender 3 mil livros no Brasil não é fácil... tristeza).

- O livro sai como eu quero ou a editora interfere muito?

Depende do livro e depende da editora. Acredito que hoje em dia a editora queira interferir o menos possível, para ter menos trabalho. Mas há muitas editoras que gostam de padronizar a capa/projeto gráfico de seus livros. Há editores que gostam também de mexer bem na história. Se você confia/respeita seu editor o suficiente, pode aceitar as sugestões (que nunca devem ser feitas como imposições, afinal, o livro sairá com seu nome). E se as sugestões feitas forem consideradas incabíveis por você, o melhor é desistir da editora. Em geral, acredito que o ponto em que os autores têm menos autonomia é o projeto gráfico/capa, mas muitas editoras consideram um alívio terem autores que cuidam dessa parte. Eu sempre cuidei do projeto gráfico de todos meus livros (com exceção de "Olívio", que foi feito todo pela editora, e que acho uma merda).

- É importante ter agente?

Não sei. Eu sempre fiz tudo sozinho, sem agente. Mas talvez seja importante para autores muito grandes (que não conseguem administrar sozinhos suas obras) ou autores que ainda não têm muita penetração no mercado. Eu tenho agente internacional apenas, que negocia a venda dos meus livros no exterior. Para mim isso é importante, já que eu não tenho contato com os editores lá de fora. Mas agente internacional só faz sentido para quem já está publicando por aqui.

- Como funciona o trabalho do agente literário?

Basicamente é uma pessoa com contatos. Ele negocia a venda do seu livro para as editoras e ganha um percentual por isso. Ele pode negociar também os direitos para cinema/TV, etc.

- Meu primeiro livro está saindo, como divulgá-lo?

Uma boa editora tem uma boa assessoria de imprensa que manda para as pessoas certas (jornalistas/críticos que têm o perfil do seu livro, que podem ajudar a promovê-lo, etc). Claro que você também deve ajudar, correr atrás de quem você conhece, mandar o livro para quem você gosta/admira. Mas lembre-se de que quem trabalha com isso (escritores, jornalistas) recebem muita coisa, podem demorar ou não conseguir ler seu livro. Cada vez mais surgem também técnicas alternativas de divulgação (trailer no cinema, publicidade, edições diferenciadas, etc). Enfim, é uma batalha sangrenta.

- Fala a verdade, a editora não paga para sair resenha do livro? Ou é preciso ser amigo dos jornalistas?
Meu amor, eu já lancei livro em que a editora não quis pagar nem convite pra lançamento. Duvido que eles paguem as revistas pra sair resenha. Os números envolvidos no meio editorial são sempre pequenos (pagamentos, tiragens, etc), não compensa para uma editora pagar uma matéria em revista ou jornal. Até porque, matérias de livros não ajudam tanto a vendê-lo, servem mais para promover o autor no (restrito) meio literário. Por esse mesmo motivo não se vê anúncios de livros de literatura, a não ser que sejam grandes bestsellers. Agora, ser amigo de jornalistas ajuda sim. Eu me tornei amigo de vários... porque eles gostaram dos meus livros.
- Meu livro saiu. Como faço para ser convidado para Flip, bienais, Programa do Jô, sofá da Hebe, ganhar Jabuti e ficar milionário?
Hum... Hum... Como eu disse, ter uma boa assessoria de imprensa ajuda. Editoras grandes também têm mais penetração nas premiações, bienais e eventos literários, mas nem sempre. Ter amigos no meio ajuda. Saber dançar o Chachachá ajuda. Ter um rostinho bonito ajuda. E ter um ótimo livro ajuda um pouquinho também. Ou seja, é uma batalha sangrenta, muita coisa é publicada, muita gente quer ser lida, e o que você tiver a mais para diferenciar seu trabalho dos outros é ponto a favor. Isso passa também pela escolha da capa (para chamar a atenção na livraria), pelo método de distribuição, nome do livro, etc.

- E Internet/blog, é uma boa alternativa para meus textos serem conhecidos?

Não sei. Acho que já é um meio bem saturado. Gente demais tem blog. Já passou aquele boom, das editoras procurarem blogueiros de sucesso. Mas pode ser uma alternativa para ao menos ter os primeiros leitores, as primeiras impressões. Pessoalmente, eu não gosto de ler textos longos na tela e sempre usei meu blog mais como divulgação/reflexão do que como espaço de produção literária.

- Queria ser escritor, mas nunca consigo terminar meus livros/ nunca acho meus livros bons/ tenho boas idéias, mas não consigo colocar no papel.

Hum, isso não é uma pergunta, né? Mas sempre me vêm com essa. Bem, por que não tenta dançar na boquinha da garrafa? Sério, no Brasil isso é mais valorizado, é mais fácil você ganhar dinheiro, fama e prestigio. Em outras palavras, se você não escreve por absoluto tesão, não faz porque não consegue evitar, sugiro que faça qualquer outra coisa.

Hum, acho que são essas, né? Se eu lembrar de outras, coloco aqui.
Aproveito para avisar:
ANTECIPE SUAS COMPRAS DE NATAL
Voltei a vender "Olívio", 25 pila, já incluido frete e dedicatória (só tenho "Olívio", sim, os outros não tenho pra vender). Quem quiser, me mande um email:
(santiagonazarian(arroba)gmail.com)

MESA

Neste sábado, 15h, na Martins Fontes da Consolação, tenho uma mesa com o querido Ricardo Lisias . Debateremos (e relançaremos) os livros la...