Veja só, estou eu aqui em Porto Alegre. Bem instaladinho num quarto enorme de flat, com uma estranha conexão wireless, vista para o Guaíba e laje para eu me bronzear. Noite de sábado combino de sair com minha amiga Taina e ela me vem:
“Sabe por que teu hotel se chama Arvoredo Residence, né?”
“Hum?”
“Esta é a antiga Rua do Arvoredo, onde aconteceram os assassinatos, as pessoas que viraram lingüiça. O nome da rua mudou, mas é esta.”
Oh! Veja só as coincidências, há dois posts falei sobre isso, sobre Sweeney Todd e a rua do Arvoredo. E agora estou eu, hospedado no antigo lugar da chacina. Pior que sabe que escuto uns barulhos estranhos na cozinha? Sério. Ouço um barulho de respiração na cozinha do flat. E eu fiquei procurando e procurando para ver de onde vem. Bom, vem da GELADEIRA, e pode ser apenas um ruído do motor (bem estranho pra ruído de motor, vai?) ou pode ser... o ESPÍRITO DA GELADEIRA CLAMANDO POR SALSICHAS DE CARNE HUMANA.
Estou praticamente sendo coagido a sair pela noite e trazer carne para alimentar meu refrigerador. Acho que seria um pouco bagaceiro eu vir com algo do tipo: “Oi, vamos levar sua lingüiça lá para o Arvoredo?” A cantada não seria apreciada com todo o valor histórico, criminalista e macabro canibal que deveria, né? Por isso que eu falo, o povo vai ver Sweeney Todd e esquece nossa própria história, nossos próprios psicopatas, a carne da nossa carne.
Oh!
De resto, aqui está tudo tranqüilíssimo. Eu já vinha fazer poucas sessões, e agora são menos ainda, porque “Cada um Com seu Cinema” já veio traduzido e legendado. Então ando passeando pelos parques, trabalhando no livro, bronzeando na laje. Mas ainda não comi nenhuma salsicha.
Falando em salsichas, canibais e seres macabros, ontem fui na festa do meu amigo Michael Jackson. Impressionante como o marketing de relançamento do Thriller deu certo, hein? Por todo lugar que ando agora vejo notícias do MJ, e falando da música, finalmente, parece que não há nenhum caso de salsicha de petiz por perto. O álbum Thriller fez 25 anos, foi relançado com faixas extras e DVD com clipes, e todo mundo se lembrou como o tio Jackson pode ser bom. Eu sempre achei, sou fã confesso. Até hoje. Principalmente hoje. Principalmente depois que ele se tornou bizarro, branco e canibal. Canibal? Tá certo que o último álbum, “Invincible”, de 2001 é meio tosco, mas ainda tem umas faixas incríveis. Escute “Heartbreaker” e o single “You Rock My World” pra você ver só.
Bem, a festa. Era uma festinha no Ocidente para comemorar o relançamento do cd, com clipes do MJ no telão e performance de um sósia idêntico (ao Michael dos dias de hoje, diga-se). Só para ficar vendo os clipes no telão já valeu. Embora o figurino e alguns efeitos hoje tenham ficado meio bagaceiras, as coreografias ainda são matadoras.
E parece que MJ lança álbum novo este ano... Ai, ai... Meda.
Well, tchau que é domingo e vou pro Brique comer churros, não salsichas.