31/03/2009

CACHORRO TAMBÉM É GENTE

Jurema, a nova filha da família.

Depois que Fábio acidentalmente deletou o Malcolm, meu cachorro virtual, minha mãe tratou de arrumar cão novo para a família em sua residência campestre.

Pegou uma cadelinha vira-lata abandonada na rua e deu o nome de Jurema. Eu queria chamar de "Shanoa", mas minha mãe disse que era nome de travesti.


Mas travesti também é gente!!!

Veja só onde mora o preconceito... que não passa nem na casinha de cachorro...


Guru, o vira-lata sênior.


Agora são três cachorros por lá, e é bom que não preciso alimentar, não preciso cuidar, só apareço de vez em quando para dar um hello.

Tomé, o adolescente problemático.

Mas ainda choro pelo Malcolm deletado...



Pac-man comeu.




Falando em cachorro, ontem estava vendo um debate sobre a polêmica atual do aborto. Não acho que eu preciso ter uma posição sobre isso - mato meus vermes todo o final de semana bebendo uma garrafa de vodca - mas sempre é interessante acompanhar essas discussões, porque parece que nunca os debatedores chegam exatamente no ponto, os debatedores nunca PODEM chegar em pontos cruciais, porque o debate com a sociedade sempre tem de ser raso, simplista e objetivo.


Por exemplo:

- Quem é contra o aborto diz que o ser-humano-mãe não tem direito de tirar a vida de outro ser humano, mesmo que seja um feto. Defendem que a vida se inicia com a concepção intra-uterina, portanto o aborto é um assassinato.


Ok, mas e daí?


Como bem colocou uma jurista no programa, o cidadão já tem direito de matar em determinados casos (como na legítima defesa), e se formos um pouquinho mais maleáveis nessa reflexão vemos que o ser humano mata diariamente (e sem culpa) milhões e milhões de outros seres vivos, seja para se alimentar ou não. O feto, como um ser ainda sem consciência sobre si mesmo, teria qual grau de equiparação com os animais? E como ser subordinado a outro ser vivo (a mãe), pode interfir até qual ponto na vida deste?


- Paulo Moura, um leitor deste blog, me mandou um ótimo argumento por email: "o problema é que quem é contra o aborto é contra o aborto dos outros! Mesma coisa que não ser gay, mas ser contra o casamento gay dos outros! Sou contra o aborto E a favor de leis que o legalizem para que grávidas a favor do aborto possam abortar."


- Muita gente que é a favor da descriminilização do aborto diz que é um assunto de saúde pública. Que as mulheres já o realizam (clandestinamente) e que a legalização seria apenas uma forma de tornar a prática mais segura.

Esse é um pensamento um pouco falacioso...

Em primeiro lugar, porque todo mundo sabe que o sistema público de saúde não consegue nem atender nem a casos emergenciais, quanto mais a casos de aborto. Provavelmente as gestantes ficariam 9 meses na fila para conseguir abortar.

Depois, porque, por esse raciocínio, podemos defender também a descriminilização das drogas. As pessoas já usam, não vão deixar de usar. A repressão só faz aumentar a violência, o perigo e a má qualidade das drogas. Se as drogas pagassem impostos, tivessem controle de qualidade e fossem compradas livremente, os riscos diminuiriam.

No caso específico da menina de nove anos, e da família e médicos que foram excomungados, qual é o drama? Se a pessoa é otária o suficiente para levar a sério essa igreja e se preocupar com a excomunhão em si, então que siga suas leis e pague o preço (tenha os filhos). Se realmente pensam que o tal bispo tem a palavra de Deus, e vivem pela palavra de Deus, que sofram as conseqüências. Se acham que a vida delas é regida por um Deus que permite que um pai estupre uma filha mas que não permite o aborto, que não faça o aborto. Aceitem que o seu Senhor é um CANALHA.

A família pode ter sua religiosidade e ainda achar que está certa, que a igreja está errada; assim nem se preocupar com a excomunhão. Seria uma religiosidade muito mais saudável.

Esses casos são bons para o povo relativizar o que a igreja prega, ver racionalmente como a verdade pregada está longe da realidade. Até porque, até os mais beatos estão com seus pecados rigorosamente em dia.

A mim, não me surpreendeu, nem foi choque algum a decisão do Bispo de excomungar os praticantes do aborto. Se temos um papa que HOJE EM DIA ainda proibe o uso de camisinha...

Você está esperando o que para largar esse terço e se entregar a uma vida de devassidão?

26/03/2009

OS MELHORES ÁLBUNS QUE VOCÊ NUNCA ESCUTOU




Na minha constante cruzada para formar um repertório diferenciado, divido com você algumas pérolas desconhecidas da minha discoteca. São alguns dos meus cds favoritos de todos os tempos, dos quais pouca gente ouviu falar. (Não estão em nenhuma ordem específica.)

"The Die is Cast" - Kwan
Kwan é uma banda finlandesa de hip-hop (!), e para ficar ainda mais estranho, eles têm um cello no grupo. Fazem um som em inglês, meio atmosférico, trevoso, que lembra trilha sonora. Ouvi na rádio, na Finlândia, e fui atrás de tudo o que eles tinham. Esse é o segundo álbum, e o melhor. Teve grande repercussão na Finlândia, mas acho que só por lá mesmo...
Melhores faixas: "Rain", "Shine", "I wonder" e "Everybody wants to be an MC".


"Where it Goes" - Lori Carson
Lori Carson tem vários álbuns, inclusive como vocalista do Golden Palominos, mas pouquíssima coisa lançada no Brasil (acho que só um solo e um da banda). Ela também não teve muita repercussão nos Estados Unidos, e atualmente anda só fazendo trilhas sonoras. É uma cantora americana que faz um folk com toques de new age (e é menos cafona do que parece). Este cd é tristíiiiiiiiiiiiiiiiiiiiissimo, de cortar os pulsos, com vocais chorosos e backing vocals etéreos. Fiquei na dúvida se é o que eu mais gosto, porque gosto de muita coisa dela; de qualquer forma, é um ótimo exemplo. Foi lançado em 95 e ouvi muito naquele ano.
Melhores faixas: "Throught the Cracks", "Anyday" e "Christmas"



"Scott One" - Scott Walker
Não entendo por que Scott Walker não é mais conhecido. Ele tinha tudo para ser o favorito das vovozinhas. Minha vó gosta, porque me encarreguei de gravar para ela. É um som meio Sinatra, meio Cauby, de vozeirão cantando um repertório não tão óbvio. Ele gravou muita coisa do Jacques Brel em inglês, como "Mathilde", a canção que abre este álbum. "Scott One" é seu primeiro trabalho solo, de 1967 (depois de sair do grupo vocal Walker Brothers). Parece que fez bastante sucesso na Inglaterra. Ele lançou vários álbuns em seguida, todos bons. Dos anos 80 pra cá, só lança álbuns de dez em dez anos, e são coisas experimentais estranhíssimas.
Melhores faixas: "Mathilde", "When Joanna Loved me" e "My Death"

"Música de Amor" -Tetine
Bizarramente, talvez este seja o mais conhecido entre os que freqüentam este blog. O terceiro álbum do Tetine ainda é o meu favorito. Tem letras estranhíssimas, algumas cantadas, algumas narradas, algumas inspiradas em obras de Brecht. Mistura inglês e português, e tem um clima de filme de terror com pitadas de trip-hop.
Melhores faixas: "Russian Roulette", "Hello" (cover de Lionel Ritchie!), "Let us glow","G.O.D room".


" 1000 Fires"- Traci Lords
Uau! Adoro este cd. E foi o único que Traci Lords lançou. Ela era uma atriz pornô mirim, você sabe. Começou a fazer filmes com quinze anos, usando uma identidade falsa. Em 94, lançou esse álbum meio techno, meio industrial, uma mistura de Nine Inch Nails com Prodigy, só que mais trash. É óooooooooooooooootimo. Escuto até hoje correndo na esteira da academia. Traci não tem voz nenhuma, claro, é álbum de produtor, mas fez bem feito.
Melhores faixas: "Control", "Good and Evil", "Say Something", "Fathers Field".


"Bastard Art" - Sex Gang Children
Sex Gang rivaliza com Bauhaus o posto de minha banda gótica favorita. É uma banda inglesa bem desconhecida, que nunca fez muito sucesso em lugar nenhum, mas ainda está na ativa (porque é basicamente o vocalista, Andi Sex Gang, com músicos de apoio). Vi ao vivo em Londres. É uma insanidade. Vocais esganiçados, uma aura ao mesmo tempo glamurosa e decadente. "Bastard Art" é o álbum de estúdio mais recente, de 2002. Um ótimo exemplo do trabalho da banda. Tem até a suposta gravação da voz de um fantasma (em meio a chiados) que diz: "I don´t want to kill, I just want to hear the noise."
Melhores faixas: "Saraband for Dead Lovers", "Circus Days" e "Joy".

"The No Comprendo"- Les Rita Mitsouko
Sabe aquela música do Capital Inicial, "Sem Cansar"? É um cover de "C'est Comme Ça", sem dúvida o maior (se não o único) hit do Les Rita. É uma dupla francesa formada no começo dos anos 80. Ela, Catherine Ringer (não, Rita Mitsouko não é o nome da vocalista) era atriz pornô de filmes escatológicos (afe, eu gosto disso, né?) e deu mais do que a volta por cima. Tem uma voz ABSURDA, letras inteligentíssimas e um instrumental minimalista delicioso. A dupla existia até ano passado, quando ele, Fred Chichin, morreu de câncer. O último álbum deles, de 2007, é ótimo também.
Melhores faixas: "Les Histories d'amour", "C'est Comme Ça", "Un Soir Un Chien"


"The Sound of McAlmont & Butler"
Suede é minha banda favorita. Bernard Butler era guitarrista do Suede até 94, quando deixou a banda para "viver outras experiências". Seu primeiro projeto foi esse, uma dupla com o cantor de soul David McAlmont. Lançaram dois singles, com diversos b-sides, que foram compilados neste álbum, em 1995. É um som bem épico, mistura de soul, pop e guitar, com letras assumidamente gays. Coisa de músico talentoso mesmo. Depois disso eles só voltariam a gravar juntos em 2002 (e o segundo álbum não é tão legal). Consegui autografar esse cd com eles, em Londres. Não só por isso é meu favorito. Mas eu gosto de TUDO o que Bernard Butler faz.
Melhores faixas: "The Right Thing", "Don't Call it Soul" e "You Do"


"This World & Body" - Marion
Uma banda esquecida e injustiçada do Brit Pop. Marion lembra muito, muito, muito o Killers, só que a voz de James Harding é mais sexy e ele é beeeeeeeeeeeeeem mais gatinho. Sério, me masturbo toda vez que ouço (hahaha). Pena que só lançaram dois álbuns. Este é o primeiro e melhor, de 1995 (o ano do Brit Pop). Aliás, como tem cd de 95 nesta lista, hein?
Melhores faixas: "Sleep", "Toys for Boys", "Time" e "Vanessa"
"Tin Drum" - Japan
Conhece o Japan? É uma banda de new wave, mistura de Roxy Music com Duran Duran e influências orientais (!). Tem um trabalho bem consistente. Este álbum de 81 é super chique, com instrumentos exóticos (como cuíca!) e um clima "fui no bambuzal, fazer arroz; surgiram uns ninjas inimigos e saquei meu nunchaku".
Melhores faixas: "The Art of Parties", "Visions of China", "Cantonese Boy".


"Home" - Chiara Mastroianni e Benjamin Biolay
Eles eram casados, mas acho que separaram.... Ela é filha de Marcelo Mastroiani com Catherine Deneuve. Não canta muito, mas essa é a graça; um som meio "je t'aime", mistura de folk e lounge, bem chique. Descobri esse cd (de 2004), em 2007, meio por acaso, na Argentina.
Melhores faixas: "A House is Not A Home", "She's My Baby" e "Dance Rock and Roll"



"Olhar Brasileiro" - Eduardo Dusek
Você precisa ouvir esse disco. Eduardo Dussek (que na época só assinava com um "S") não tem só faixas engraçadinhas não. Neste álbum de estréia (de 81) faz graça, faz nonsense e faz poesia. Escute a faixa título, por exemplo, um chorinho de chorar de lindo. Já encontrei Dussek algumas vezes, mas ainda falta eu pedir para ele autografar.
Melhores faixas: "Chocante", "Nostradamus", "Olhar Brasileiro" e "Singapura"


"War" - U2
Tá. Tô zoando.

24/03/2009

NOSTALGIA DE MIM MESMO



Oh, eu era tão jovem... Oh, tão cabeludo... Oh, o que foi feito das minhas madeixas...




Para quem já viu, para quem não viu, subiu esses dias no Youtube minha velha entrevista no Jô (de 2005).

A resolução está bem ruinzinha, mas dá pro gasto. Foi uma entrevista bem divertida; e embora muita gente tenha reclado dele não se ater à literatura, eu não posso reclamar, falei dos meus três livros lançados na época, a entrevista teve mais de 20 minutos e foi reprisada.

Taí, dividida em três partes por causa do tempo:



Nesta primeira falo dos três livros, de suicídios, lipídios e glicídios.



Na segunda falo do meu trabalho no disk-sexo e disk-horóscopo.


Na terceira conto minha experiência de "barman de prostíbulo gay".


Voltei ao Jô em 2006, na época do lançamento de "Mastigando Humanos", mas nunca mais vi essa segunda entrevista (nem tenho saudades...).

Vasculhando meus velhos VHS, encontrei uma entrevista no Programa do Peréio (Canal Brasil), uma com o Edney Silvestre (na Globonews) e na Monique Evans (da qual me arrependi amargamente). Se eu conseguir, dou um upload nos próximos dias. Preciso mesmo cuidar melhor do meu clipping eletrônico...

No Youtube já tem uma entrevista com a Galisteu e a entrevista promocional que fizemos para o kit de imprensa de "Mastigando Humanos", é só procurar por lá.

Novas coisinhas virão em breve, com o lançamento do livro novo. Que SIM, ESTÁ previsto para junho.
PRÊMIO SESC 2008

Saiu nesta última sexta (20) o resultado do Prêmio Sesc de Literatura, do qual fui um dos jurados. Os vencedores foram o baiano Márcio Ribeiro Leite, autor do romance "O momento mágico", e o carioca residente em Brasília Sergio Leo, com a coletânea de contos "Mentiras do Rio".

Este é um prêmio beeeeeem bacana para escritores inéditos publicarem seu livro (de contos ou romance). O livro sai pela Record, editado bonitinho, com uma boa visibilidade.

Todo dia (TODO dia) me escreve gente querendo mandar contos, romances, pedindo minha opinião. Acho tão antipático dizer que não, mas digo. Já tenho de fazer isso profissionalmente, e ainda tenho de ler os livros dos amigos, que se eu deixar, não leio nada além de ficção brasileira contemporânea inédita.

Sugiro sempre que participem desses concursos, foi assim que eu comecei (com o Prêmio Fundação Conrado Wessel, que acho que atualmente não faz mais literatura). Claro que não é fácil; nesta edição do Prêmio Sesc foram inscritas mais de 450 obras. Daí saíram os dois vencedores. Cada jurado leu apenas uma pequena fração desse montante, é uma enorme triagem, (os dois vencedores nem chegaram a passar por mim). Mas de qualquer forma, é uma maneira de seu trabalho começar a ser lido (e avaliado) por gente do meio; e com bastante sorte (e talento) pode-se chegar lá.

Em maio abre-se o Prêmio Sesc 2009. Você pode já ir se preparando, ir finalizando seu primeiro livro (porque se for COMEÇAR agora, melhor deixar para concorrer no ano que vem...).

Fique ligado no site:

http://www.sesc.com.br


Para quem já tem livro publicado, e busca opções para publicar um próximo, há sempre os editais públicos, o PAC da Prefeitura de SP (minha mãe publicou um livro assim), os editais da Petrobrás (que este ano vão dar 40 mil reais para os autores com projeto contemplado). Nesses geralmente não é preciso estar com um livro pronto, apenas um começo e um bom projeto (com cronograma, currículo, objetivos, justificativa, etc). Acho meio complicado elaborar essas coisas, mas é uma opção a mais. A maioria dos editais pede que exista uma editora se responsabilizando pelo projeto (ou seja, você já precisa ter editora), mas de qualquer forma é interessante para a editora também, que recebe uma verba para a publicação.

Para terminar, abaixo a relação dos 75 finalistas do Sesc. Todos já começaram bem e podem encontrar outros caminhos para as prateleiras num futuro próximo. Como eu disse, não passaram todos por mim, mas lembro bem, por exemplo, de "Abominável Risonho", "Paroxetina" e de "Sangue Bom", este último, uma deliciosa sátira à exploração da fé.

Romances:
À beira do lar - Luis Vassallo (São Paulo/SP)
Abominável risonho - Tiago de Melo Andrade (Uberaba/MG)
Asa Branca - Geraldo Nogueira de Amorim (João Pessoa/PB)
Assassinatos, sexo e polícia - Carina Leite Pinto Ramalho (Salvador/BA)
Bernardo, o escultor - Maygon André Molinari (Irati/PR)
O caderno de Ludiamila - Gilka Luiza Bandeira espinheira (Camaçari/BA)
Com quem o demônio aprende - Edson Dourado Marques (Campo Grande/MS)
A condessa de Piraçurova - Julio Cesar Pereira (São Paulo/SP)
A conspiração do acaso - Lécio Cordeiro de Souza (Olinda/PE)
A curva secreta da linha reta - José Mário Rodrigues Nascimento (Garanhuns/PE)
De dor e de sonhos - Márcio Walter de Oliveira Machado (Salvador/BA)
Dez dias no plano alto - Elaine Anarosa Nunes Correa (Florianópolis/SC)
Fogos, fogos, fogos - Isaac Castro da Silva (Salvador/BA)
O fonema retumbante - Luiz Afonso Costa (Salvador/BA)
Lumiar - Antonio Dean Araújo Ramos (Campina Grande/ PB)
A janela do tempo - Affonso Celso Carrijo (Mineiros/GO)
O livro que Rubem não leu - Felipe Peixoto (Belo Horizonte/MG)
Mangrulhos - Francisco de Oliveira Bispo (João Pessoa/PB)
O momento mágico - Márcio Ribeiro Leite (Salvador/BA)
O norte é pra lá? - Carlos Augusto de Medeiros (Florianópolis/SC)
Nos limites da teia - Iranaia Barretto Alves (Salvador/BA)
Paroxetina ou crônicas de um ansioso crônico - Bruno Machado de Oliveira (Guaratinguetá/SP) Quando falam as flores - Um romance do tempo - Eliel Eugênio de Morais (Colorado do Oeste/RO)
Sangue bom - Liber Matteucci (São Paulo/SP)
Vale grande - José Jorge de Mendonça (Natal/RN)

Contos:
Os acangapebas - Raymundo Netto (Fortaleza/CE)
A bola - Emídio Lopes de Araújo (Natal/RN)
Os cães de Santiago - Marco Antonio Bin (São Paulo/SP)
Caminhos - Marcello Cabral de Souza (Brasília/DF)
A casa dos outros - Marcílio França Castro (Belo Horizonte/MG)
Arengas de relação - Carlos André de Sena Almeida (Cuiabá/MT)
Cartas da peste - Mardônio Araújo Sampaio (Salvador/BA)
Colagens e resíduos - Sônia Fernandes do Nascimento (Antonina/PR)
Colcha de retalhos - Rodrigo Domit (Londrina/PR)
Colecionadora de cartas suicidas - Raimunda Gomes de Oliveira (Brasília/DF)
Contos para banheiro - Marcelo Lopes Nogueira (Carapicuíba/São Paulo)
Contos de Nem - Celso Moraes de Faria (São Luís de Montes Belos/GO)
Coração de pedra - Cristiano Marcos Pires Neto (Goiânia/GO)
Um drinque nos escombros - Wladymir Saldanha dos Santos (Salvador/ BA)
E daí? - Hilda das Graças de Oliveira Curcio (Brasília/DF)
Entre dois abismos - Líllian Mércia de Oliveira Pacheco (Lençóis/BA)
Epitáfios - José Carlos Mendes Brandão (Bauru/SP)
Era uma vez o mundo e suas histórias - Carlos Barbosa (Salvador/BA)
Estiagem - Sônia de Barros Cerântola (Santa Bárbara d'Oeste/SP)
A eternidade é uma chuva de verão e outros contos - Luciano Marinho de Barros e Souza (Recife/PE)
Evangelho segundo Friedrich Nietzche - João Maria Soares de Andrade (Natal/RN)
Glória aos vencidos - Daniela Mantarro Callipo (Assis/SP)
Haldora: a literatura e suas almas - Leandro Müller Lima (Rio de Janeiro/RJ)
Histórias pra boi dormir - Públio Otávio José de Souza (Natal/RN)
Histórias de setentões - Fernando Augusto Falcão Lamy (Natal/RN)
O homem azul e seres afins - José Roberto dos Santos Matos (Maceió/AL)
Ibiúna, 1968 - Paulo Afonso Correia de Paiva (Recife/PE)
Um livro muito vermelho e outros contos - José Eduardo Mendonça Umbelino Filho (Goiânia/GO)
Ludo - Luiz Henrique Magnani Xavier de Lima (São Paulo/SP)
À luz dos infernos - Mauro Leslie Alves Mariano (Iporá/GO)
A mecânica do corpo - Walter Moreira Santos (Vitória de Santo Antão/PE)
O menino Jê e outras histórias - José Gonçalves Pinto (Itapetininga/SP)
Mentiras do Rio - Sergio Leo de Almeida Pereira (Brasília/DF)
Mergulho - Cláudio Jaloretto (Brasília/DF)
Meus primeiros contos - Vitória Santos Gama (Salvador/BA)
Minutos antes - Charles Henrique Querino Ribeiro (Vitória da Conquista/BA)
A mordida da serpente - Edilene Paiva Costa e Silva (Goiânia/GO)
Nazário e outros contos - Fernando Garcia Monteiro (Salvador/BA)
O nome - Elione Maria Nogueira Diógenes (Fortaleza/CE)
Para que serve um gato - José Geraldo Campos Trindade (Brasília/DF)
Poeira vermelha - Leonardo de Oliveira Teixeira (Goiânia/GO)
Quatro irmãos e outros relatos - Antônio José Andreoli de Figueiredo (São Paulo/SP)
A raiz e a copa - Jaime Antônio Rubert Miravet de Calatrava (Glorinha/RS)
(Re)configurações do amor - Eliane de Almeida Vasconcelos (Salvador/BA)
Seis segundos - Patrícia Gonçalves Tenório (Recife/PE)
Sutilezas do acaso - Jorge Nelson dos Prazeres Campos (Belém/PA)
Travessia - Antonio Matos de Figueiredo (João Pessoa/PB)
Tatuagens da aflição - Paulo Murilo Carneiro Valença (Recife/PE)
Visão aloplasta e outras visões - Reni Adriano Batista (Diadema/SP)
Os 7 vocábulos - Armando Avena Filho (Salvador/BA)

21/03/2009

"A FÚRIA DO CORPO"








A Cia Borelli de Dança está com uma mostra de repertório, de quinta a domingo, até dia 29 de março, na Galeria Olido, no Centro. É gratuito e um bom programa para desprogramar a proteção de tela mental.



Neste sábado fui ver "Bent", baseado na peça de Martin Sherman (que também já virou filme) sobre dois homossexuais presos na Alemanha Nazista. É pesada. Um pouco perturbadora, mas com um lirismo que suaviza. O palco nu é cenografado por bailarinas femininas, enquanto os dois protagonistas homens encenam uma coreografia de combate, isolamento e sexualidade. Bem bonito.

Para saber mais sobre a mostra e o trabalho da companhia. acesse: www.ciaborelli.com

18/03/2009

17/03/2009

GLÓRIA DE MARINA



Show de Marina Lima no Glória, ontem.

O momento fotolog/coluna social desta semana está chique nas últimas, com o show para poucos (e bons) convidados que Marina fez no clube Glória.


De pertinho.

Foi delicioso, não só por causa da presença dos amiguinhos fashionistas todos, mas pela própria Marina estar no clima "lá em casa", conversando bastante com a platéia, tirando sarro e convidando gente para subir ao palco.


André Fischer. (Acho que eu estava falando do novo Royksopp... pra variar...)

O set list teve um pouco de tudo, antigos e novos sucessos, coisas mais desconhecidas, com uma banda reduzida a um trio, algumas bases pré-gravadas e Marina na guitarra.


Johnny.

Fábio.
Carol.


Meu visualzinho dandy da noite.

O palco foi montado na pista do Glória, e no chão da platéia havia mesinhas, velas e almofadas, criando um climinha de lounge. Era tranquilo ver de pertinho, de qualquer lugar que você estivesse.

Geanine.


Marcelona.


Sou fã de Marina, principalmente das coisas mais recentes, de "Registros à Meia Voz" para cá. Já a entrevistei uma vez, ela foi muito querida. Também leu e adorou "A Morte Sem Nome". Quem sabe um dia a gente não faz algo juntos?

Dando um oi no backstage... (Será que eu estava falando do... Royksopp?)

15/03/2009

RECEITA DO DIA

De volta ao fogão.

Fiquei magoado depois que postei no final do ano aquela mal sucedida receita de biscoito da sorte. Alguns leitores escreveram zombando do meu talento na cozinha e eu preciso me redimir e mostrar que sou um bom grumeti, como diria a Dona Florinda.
O da semana passada.

Semana passada fiz um belo risoto de funghi, mas que não foi muito original, então nem convém ensinar. Hoje, com os restos do arroz arbóreo, pude caprichar num risoto de camarão. Vai aí (receita minha):

RIZOTO DE CAMARÃO À DONA FLORINDA

Ingredientes (para 2 ogros ou 4 mocinhas):

- 100 gramas de palmito pupunha picado
- Meia xícara de maçã fuji picada
- Meia xícara de pera picada
- Uma xícara de manga palmer picada
- 1 cebola roxa picada
- 2 dentes de alho picados
- 2 colheres de sopa de gengibre picado
- 400 gramas de camarão grande com casca
- 200 gramas de camarão "baratinha"
- 2 xícaras de arrox arbóreo
- 1 copo de vinho branco seco
- 4 colheres de sopa de manteiga
- 2 colheres de sopa de mostarda
- 1 colher de sopa de páprica picante
- 2 colheres de sopa de queijo parmesão ralado
- Sal a gosto

Então, coloque todo o camarão numa panela com umas 4 xícaras de água e deixe cozinhando. Enquanto isso, você pica as bagaças e põe pra refogar com duas colheres de manteiga (a cebola, as frutas, etc).
(ó que bonito)


Quando estiver dourado, mete o arroz. Misture bem e coloque o vinho. Deixe evaporar um pouco e vai misturando, misturando...


O caldo de camarão é que vai dar a umidade para o arroz. Eu sugeri 400 gramas do camarão do bom, e 200 daquela sujeirinha truque de camarão (ela é importante para misturar no arroz e dar o gosto), mas se a crise não chegou apenas como uma marolinha na sua casa, faça o inverso, uns 200 gramas de camarão grande, só para enganar.

É importante que o camarão tenha casca também, pelo gosto. Se você preferir, pode descascar e usar a casca na água só pra ferver e depois jogar fora. Mas eu como o camarão com a casca, porque fortalece as unhas.

Com esse camarão fervendo na água, você vai pegando o caldo e despejando em conchas no arroz, aos poucos, para ele ir absorvendo, até ficar al dente.
Não largue a panela!
Enquanto issó, Fábio só no virtual...
Dá um trabalho desgraçado porque você não pode sair da panela um segundo. Tem de ficar misturando o tempo todo (e leva uns 40 minutos). Se você quiser tornar o desafio ainda maior (como eu) sugiro que faça, ao mesmo tempo, um chutney de banana para acompanhar.
Para esse, você só precisa de seis bananas nanicas, 1 colher de sopa de manteiga e duas colheres de sopa de shoyu.
É só colocar tudo numa panela e ficar misturando, misturando, também uns 40 minutos, sem parar de misturar o arroz, simultaneamente. Você tem duas mãos pra quê?

Quando o arroz estiver QUASE al dente, vire o camarão nele e misture mais uma colher de sopa de manteiga e duas de parmesão. Misture, teste o sal e... voilá!

Tá bom, tá?

13/03/2009

PIRANHA FOREVA!!!

Ok, sei que esse não é uma piranha, é um peixe abissal, mas tá valendo como ilustração.




Já tenho o melhor cd do ano. É o novo do Royksopp. Sério.



Apesar deles terem começado com aquele single chocho, "Happy Up Here", o resto do álbum é uma pérola só. Bem pop, na verdade, e até meio breguinha, mas eles são escandinavos, então faz parte.





Para quem ainda não conhece, Royksopp é uma dupla de música eletrônica, que faz uma mistura de synth pop, lounge, technopop e house. Eu não saberia classificar. O primeiro álbum, "Melody A.M" de 2002, é bem tranqüilo, lembra bastante coisas como Air, tem poucos vocais e é feito para se viajar em casa. (Lembro uma vez que ouvi chapado de maconha - não costumo fumar maconha, ok?, não é uma droga que eu curta - e entrei numa pilha de que o disco era uma trilha sonora alternativa para o desenho Branca de Neve. Pior que encaixava direitinho... ou quase. Deve ter sido assim também que descobriram que "Dark Side of the Moon" era trilha de O Mágico de Oz".


O segundo álbum, The Understanding, já é bem mais pop, recheado de singles com vocais femininos. Não tem muita unidade, mas as musicas isoladas são bem boas.


Esse terceiro é, sem dúvida, o melhor de todos.





"Junior" traz vocais em quase todas as faixas, estruturas bem convencionais de verso e refrão, e muitas faixas até parecem bastante hit de pista gay. A segunda faixa, por exemplo, "The Girl and the Robot", lembra até Kylie ou Madonna em "Confessions"... e é boa. Isso porque eles são produtores de música eletrônica, e sabem colocar o vocal (e as letras) em seu devido lugar. (Ao contrário de Madonna, que não tem voz, não tem letra e coloca isso em primeiro plano).


Outro bom exemplo é a terceira faixa (minha favorita), "Vision One", começa com tecladinhos lullaby, depois entra uma batida suingada e um vocal de diva de boate (Anneli Drecker). A diva dá seu recadinho e sai rápido de cena, deixando a música terminar num longo solo de synths. Incrível. Levanto aqui do PC e saio dançando (ui, ui, ui), sempre que chega no final.


Karin Dreijer Anderson, a vocalista da dupla "The Knife", que já havia gravado no segundo álbum do Royksopp, volta em duas faixas: o pop japa espacial "This must be it" e a tribal de videogame "Tricky Tricky".


Tem uma faixa instrumental auto referente, no estilo que eles sempre fazem (no primeiro álbum era "Royksopp's Night Out" e no segundo "Alpha Male"). Essa se chama "Royksopp Forever" (yeah!), é mais tranquila do que as outras, tem até um arranjo de cordas, e é bem bonitinha.


Outros destaques são... bem, o álbum todo, mas aponto "Miss it So Much", popzinho de menina e "It's What I Want", com vocais dos rapazes da banda.


Amei-amei o álbum. Só não entendo muito bem a faixa de abertura (da qual coloquei o clipe alguns posts abaixo). Parece demais Eple (um dos primeiros singles que eles lançaram) e não tem nada a ver com o resto do álbum. Deve ser meio piada, para o povo achar que eles voltaram no tempo e se surpreender com o resto do álbum.


Já o novo do Prodigy...




Eu não gostei. Não odiei, mas achei meio... nada. Talvez eu seja o único que acha o álbum anterior, "Always Outnumbered, NeverOutgunned" o melhor deles. Gosto de todas as faixas (menos de "Hot Ride", porque detesto a Juliet Lewis) é um álbum pesado de rock minimalista, apesar da raiz eletrônica.


Esse álbum novo, "Invaders Must Die", lembra os primeiros do Prodigy. Sonzinho de rave. Deve funcionar para quem está drogado, mas testei hoje na esteira da academia e não funcionou...


Tem coisas como "Omen", que soa como um remix techno de trilha de terror, vai ficando legal, de repente.... acaba. "Thunder" é bacaninha, lembra bastante "Outer Space", com aquele toque de reggae subvertido, o que não é nada novo. Talvez a mais legal seja "Piranha". Ao menos foi a que eu mais ouvi, talvez pelo título. Tem uma letra bem tosca, do tipo, "dentes afiados de gilete, rasga você no meio, tome cuidado", buuuuu!!!


Enfim, não gostei não. Até estou ouvindo, mas eu colocaria como o terceiro melhor do Prodigy, depois de "Outgunned" e "The Fat of the Land" (isso porque não gosto dos dois primeiros).


PS - Já estava me esquecendo. O escritor Marco Lacerda fez uma longa e profunda (ops!) entrevista comigo, que vai ao ar neste domingo, na Rádio Incondidência, de Minas. Quem não é de lá, pode ouvir por aqui:




O horário está no flyer abaixo. Mas acho que depois de ir ao ar fica arquivada no site.


12/03/2009

OS MELHORES PIORES FILMES QUE VOCÊ NUNCA VIU



Chegamos a mais uma sexta-feira 13. Na passada, falei sobre o Jason. E como nessas datas o povo sempre traz (e procura) listas de filmes de terror, resolvi colocar alguns dos meus favoritos, que ainda são um pouco obscuros. Não coloquei nenhum clássico, ok? Embora coisas como "Bebê de Rosemary", "Evil Dead" e "Massacre da Serra Elétrica" estejam entre meus favoritos, já são bem conhecidos. Mando 13 filmes de terror e suspense que talvez você ainda não tenha visto...



Audition (Audition, 1999, Takashi Miike, Japão)

Este já falei várias vezes aqui. Um dos meus filmes favoritos de todos os tempos, de todos os gêneros, do mundo todo. É uma insanidade. 1h de comédia romântica fofinha e 30 minutos finais de um terror onírico escabroso. A história de um viúvo que decide arrumar uma nova esposa e, para isso, monta um falso processo de seleção de atrizes para um filme. Na procura pela mulher perfeita, ele acaba encontrando uma psicótica das melhores (ou piores). É uma aula de cinema, subvertendo os gêneros e repetindo cenas com novos enfoques, fazendo o espectador questionar o que assistira anteriormente. Uma pérola.




O Cubo (The Cube, 1997, Vicenzo Natali, Canadá)

É uma coisa meio surrealista, meio Clive Barker, meio videogame, onde nada é explicado, o que deixa tudo mais interessante. Um grupo acorda preso numa armadilha imensa em formato de cubo, e tem de desvendar enigmas para conseguir passar para cada próxima sala. “Jogos Mortais” bebeu muito daí.


Palhaço Assassino (The Clowhouse, 1988, Victor Salva, EUA)

Filme tosco, tosco, tosco, mas que se encaixa perfeitamente na palavra “creepy”. É basicamente um bando de palhaços psicóticos que ficam correndo atrás de meninos de cuequinha num casarão escuro. O filme ganha um subtexto ainda mais creepy quando se sabe que o diretor Victor Salva foi preso logo depois desse filme, por abusar sexualmente de um dos atores (de 12 anos). Salva seria libertado anos depois e dirigiria a franquia “Olhos Famintos” (onde um monstro canibal passa o filme.... querendo comer menininhos).



Funny Games (Funny Games, 1998, Michael Haneke, Áustria)

Também já comentei desse aqui, quando estreou o remake, no ano passado. O original é praticamente igual, mas um pouco melhor. Dois jovens abordam uma família em férias numa casa de campo e os torturam de todas as formas possíveis. Tenso, denso e com uma metalinguagem cínica deliciosa.

Batalha Real (Battle Royale, 2000, Kinji Fukasaku, Japão)

Num futuro próximo, os adolescentes se tornaram rebeldes incontroláveis e o governo instituiu um programa chamado “Batalha Real”. É uma espécie de reality show, onde uma turma de estudantes é confinada numa ilha e tem de se matar uns aos outros. Cada um recebe uma mochila com mantimentos e uma arma – que pode variar de um estilingue a uma metralhadora. Ganha o único que sobreviver. Beeeeeem divertido. E tem o Takeshi Kitano fazendo o professor sádico da turma.


A Menina do Outro Lado da Rua (The Little Girl who Lives Down the Lane, 1976, Nicolas Gessner, EUA)

Filme bem estranho, que parece ter sido feito para ser peça de teatro. Uma Jodie Foster de 14 anos mora num casarão com seu pai. Entretanto, ele nunca aparece e os adultos por perto – a proprietária da casa, um policial, um pedófilo de plantão – começam a duvidar da existência dele. O filme tem um questionamento filosófico sobre a formação do indivíduo e a maioridade. É tão bom quanto o livro (de Laird Koenig, que ganhei da querida leitora Virginia Reis). E Jodie Foster, como sempre, mata a pau.




A Cabana do Inferno (Cabin Fever, 2002, Eli Roth, EUA)

Eli Roth é um dos nomes de maior destaque da nova safra de cineastas de terror. Foi ele quem dirigiu “O Albergue”. O primeiro filme dele é esse, “Cabin Fever”, recheado de humor trash. Um bando de jovens vai acampar num chalé no meio do mato, começam a se infectar por uma estranha doença e rebatem um ao outro como batata quente que ninguém quer segurar. Divertidíssimo, meio nojento, e com um loirinho pitelíssimo.

Alta Tensão (Haute Tension, 2003, Alejandro Aja, França)

Alejandro Aja também é um bom nome no novo cinema de horror. Dirigiu o remake “Viagem Maldita”, que é melhor do que o original (“Quadrilha dos Sádicos”). Esse Alta Tensão tem aquele enredo de muitos filmes atuais - psicopata caminhoneiro sujão tortura meninas gostosinhas por estradas empoeiradas – mas consegue ser bem tenso, com altas doses de violência, e ainda traz grandes surpresas. Bem bacana.

Morte ao Vivo (Tesis, 1996, Espanha, Alejandro Amenabar)

Amenabar tinha VINTE E TRÊS anos quando dirigiu esse esplendoroso thriller sobre snuff movies - aqueles filmes onde pessoas são torturadas e mortas de verdade. Uma estudante de comunicação está fazendo uma tese sobre violência nos meios de comunicação e encontra um desses snuffs. Acaba se envolvendo numa investigação para descobrir a origem da fita e se seduzindo por esse mundo obscuro. Um daqueles filmes em que você suspeita de todos. Lida de forma bem inteligente com o sadismo do próprio expectador. Depois disso, Amenabar iria dirigir, entre outros, "Os Outros", nos EUA.







O que Tem para o Jantar? (Parents, 1989, Bob Balaban, EUA)

Uma comédia meio sem graça, terror meio sem medo e suspense sem mistério. Mas tem aquele clima meio estranho, que dá a impressão de que há algo de errado que não podemos ver (o que já serve para um bom filme de terror). Estranhíssimo. É sobre um garoto vegetariano que tem pais canibais. Só isso. Quer mais?

Aconteceu na Suíte 16 (Suíte 16, 1996, Dominique Deruddere, Bélgica)

Esse é outro dos meus filmes favoritos de todos os tempos. Super wildeano, embora não se baseie diretamente em nenhum texto de Oscar Wilde. Foca a relação entre um jovem michê gostosão e um velho milionário doente. Inicialmente, o velho é mantido como refém pelo garoto, que está fugindo da polícia, mas o poder intelectual e financeiro do ancião vai aos poucos invertendo a situação, e explorando de forma perversa a juventude do pitéu. Dorian Gray passa por aqui.


Cloverfield (Cloverfield, 2008, Matt Reeves, EUA)

Mistura de Godzilla com Bruxa de Blair. Mostra o ataque de um monstro gigante à Nova York, pelas lentes de uma câmera amadora. Hiper realista, nervoso, delicioso, e muito bem feito.

Abismo do Medo (The Descent, 2005, Neil Marshall, Inglaterra)

Filme com forte subtexto lésbico. Uma mulher perde a família num acidente de carro e tenta superar com a ajuda de “amigas destemidas”, que decidem explorar uma caverna “intocada pelo homem” (hummmmm...). Mas a caverna está cheia de DSTs... digo, criaturas malignas. O filme é mais legal (e mais assustador) no começo, quando os monstros ainda não apareceram e o medo está todo na claustrofobia da caverna; mas depois também tem o gore intenso, poças e poças de sangue, satisfazendo doentes de todos os gostos.



PS1:

Só hoje fui ver "Benjamin Button", que merda, que merda. Sério, quem gosta desse filme é do tipo que gosta de literatura de auto-ajuda, que manda corrente por email, que gosta daquelas frases que se creditam a Clarice Lispector e das letras atuais dos Titãs... Só isso.



PS2:


Falando em cinema, para quem é de Porto Alegre e arredores começa neste dia 12 de março o 5o Festival de Verão de Cinema Internacional, beeeeeeem bacana, com vários filmes inéditos (e exclusivos) passando até o dia 19 de março. E o legal é que não se restringe a POA, também tem exibições em Santa Maria, Caxias do Sul, Erechim e Rio Grande.



Eu estive em duas edições, fazendo traduções e legendas. Posso dizer que as salas estavam todas VAZIAS, o que é uma pena (o povo aí não prestigia, depois esses eventos acabam e dizem que essas mostras só acontecem nos grandes centros). Este ano estou fazendo apenas a tradução de um dos filmes, e não vou estar lá pessoalmente (o que é uma pena, estou com saudades de Porto Alegre), mas dê uma olhada na programação e VÁ ao cinema prestigiar coisas diferentes, porque Brad Pitt não precisa de você:





NESTE SÁBADO!