26/05/2009

POÉTICA DO EXAGERO


Está chegando, está chegando. O livro já está revisado, diagramado, capa e ilustrações prontas. Agora é imprimir.

- O Prédio, o Tédio e o Menino Cego começou a ser escrito na virada do dias das crianças para uma sexta-feira 13, em 2006. Terminei de mexer no texto este ano, após muitas idas e vindas e troca de editora.

- O livro sai em julho. Agora sai mesmo. Mas ainda preciso pensar sobre o evento de lançamento... É algo que me chateia um pouco...

- Sairá com 343 páginas divididas em 21 capítulos, divididos em 3 partes. (7 capítulos em cada parte, para quem não é bom em matemática.)

- Cada parte é separada por uma ilustração “em torre” e cada capítulo tem uma pequena vinheta do (ilustrador) Alexandre Matos.

- Apesar da narrativa ser essencialmente linear, há alguns flashbacks e histórias dentro da história. Num dos capítulos, por exemplo, um dos meninos conta três fábulas (de três páginas cada) que serão revistas num contexto mais “realista” dentro do próprio livro, constatando que aquelas fábulas de fato aconteceram, mas de forma um pouco diferente da que foram relatadas.

- Sim, é um livro bastante excessivo. Não sou artista de concisão ou economia. O que me interessa é a poética do exagero.

- O livro não tem um protagonista, mas sete, sete meninos: um gordo, um negro, um andrógino, um atleta, um cego, um narciso e um junkie. O “menino cego” do título não é o principal, nem se refere exclusivamente a esse personagem, é mais um conceito em si.

- Apesar dos sete protagonistas, e dos sete capítulos de cada parte, cada capítulo não é dedicado exatamente a cada personagem. Ou melhor, é, mas brinco um pouco com essa estrutura, de forma que não fica tão rígida.

- Tem até dois capítulos inteiros no livro em que nenhum dos meninos aparece e praticamente não têm personagem algum.

- Os meninos também são mais símbolos do que seres objetivos. A própria idade deles não é definida, oscila entre algo como 12 e 16 anos.
- A cidade em que se passa a história também não é definida (como em todos meus outros livros). É uma cidade litorânea, um pouco baseada em Santos, mas lá também neva.

- O livro faz referência a várias de minhas obras anteriores, e alguns personagens fazem pequenas aparições, como Miguel (de “Feriado de Mim Mesmo”) e Artur Alvin (de “Mastigando Humanos”).

- Sim, Thomas Schimidt está no livro.

- O livro não tem animais falantes, não, mas tem um homem caranguejo e uma mulher que vira urso polar.

- (A mulher urso polar é tanto referência a um clipe da Björk quanto àquele filme pedofílico da Xuxa, Amor Estranho Amor).

- Minha maior intenção ao fazer o livro era criar personagens e uma história que o leitor realmente quisesse acompanhar, que quisesse saber o que iria acontecer em seguida, sentisse falta dos personagens e saudades quando o livro acabasse. Essa são as melhores sensações que tive ao ler um livro – e que podem se comparar a seguir uma novela, um seriado, qual obra que exija algumas, ou várias, noites para ser completada – e eu me esforcei para trazer isso ao livro.

- Se eu consegui, é você quem vai dizer.

ENTÂO VOCÊ SE CONSIDERA ESCRITOR?

Então você se considera escritor? (Trago questões, não trago respostas...) Eu sempre vejo com certo cinismo, quando alguém coloca: fulan...