Recebi hoje o PDF do meu livro novo diagramado...
Deu 343 páginas, tamanho bom. Agora é a última olhada e... gráfica!
O lançamento: Falei junho? Junho/julho, ok? Junho/julho... começo de julho... Mas ainda estou pensando na (e "se") noite de autógrafos... "se" noite de autógrafos... Você faz questão? Não prefere comprar em silêncio, ler sozinho e manchar as páginas em seu próprio colchão?
O livro começa assim:
O menino emergiu do quarto como um inseto envenenado. Segurando-se nos móveis, nas paredes, apoiando-se no batente, chegou até a sala tentando reconhecer o tempo e o espaço em que caminhava, desequilibrava. O prédio estava inclinado. Mas a isso ele já estava acostumado. O problema era o horário em que dormira, o horário em que acordara, com uma luz indecisa alaranjando a janela. Final da tarde ou começo do dia? Sempre era difícil se situar, quando dormia fora do horário...
O prédio estava inclinado. Mas a isso ele já estava acostumado. O problema era o horário em que dormira, o horário em que acordara, fora de hora. Isso acontecia cada vez com mais freqüência, agora que ele não tinha aulas. O menino ficava em casa, jogado pelos cantos, escorando-se na cama, deixando o cabelo crescer. Crescia além de sua masculinidade, cada vez mais branca, cada vez mais magra. Com uma compleição tão delicada que – aliada a seu longo cabelo escuro – os amigos não podiam evitar de chamá-lo de andrógino. Ele não se importava.