(ei... pode-se considerar este post propaganda espontânea, ok?)
29/11/2009
(ei... pode-se considerar este post propaganda espontânea, ok?)
27/11/2009
Música do ano.
Conheci o Camera Obscura há poucos meses, apesar de ser uma banda com mais de dez anos. O álbum é bacaninha, e essa música (que ainda não virou single) é matadora. Principalmente porque a letra não faz sentido algum:
There are flowers in my house
[And] I bought them myself
No surprises in my record collection
You must have thought I was someone else
I'm still afraid to get lost in a city I might explore
But I'm not afraid to have an eloquent boy at my door
At my door, at my door, at my door
You want to be a writer
Fantastic idea
You say you've never seen America
I really think you'd like it there
Maybe you should travel with me
Is this the best idea?
Because you've never seen a Redwood
And you've never touched a Deer
A deer, a deer, a deer
A deer, a deer, my dear
Are swans deceiving us all?
I for one should know
I've never felt myself so graceful
And I've never swam so slow
So slow, [so] slow, so slow
So slow, so slow, so slow
[So slow, so slow, so slow]
Esse eles lançaram no começo do ano, e não teve pra ninguém. É um tanto kitsch, bem gay, às vezes resvala até no drag, mas ainda assim é perfeito-perfeito.
Sorry, sorry, tenho muitos amiguinhos tocando, gravando cd, fazendo música da melhor. Mas ninguém chegou perto de Filipe Catto. Em 2010 ele estará no poder.
22/11/2009
Momento histórico: João Silvério Trevisan, eu, João Gilberto Noll. Hoje.
Ahhhhh... Está acabando a Balada Literária. Ótima, ótima, ótima. Divertida, reflexiva e provocativa. Foi uma série de mesas, shows e discussões literárias, que se estenderam pelos bares e pela noite, como tem de ser.
Melamed, Dani Umpi e Nazarian: manguaçados.
Eu tive o privilégio de apresentar a mesa de João Gilberto Noll, contando um pouco da minha história (literária) com ele, fazendo perguntas e abrindo para o público, que compareceu em peso, mesmo sendo às 11h da manhã de um domingo. Vendo o Noll falar, dava vontade de sair correndo de lá e sentar na frente do computador, para escrever. Mestre. Depois fomos almoçar.
Alê (meu ilustrador) agora é ilustrador dele, em dois livros juvenis.
Também assisti a duas mesas com jovens (e experientes) poetas. A primeira com Binho, Analu Andriguetti, Hugo Guimarães, Jesús Ernesto Parra e Maria Rezende; a segunda, com Chacal, Nicolas Behr, Dani Umpi e Michel Melamed.
Umpi, Melamed, Chacal, Behr.
Foi ótimo perceber que, na poesia - até por absoluta necessidade de sobrevivência - as formas e os temas estão muito menos estagnados, há muito mais possibilidade de brincadeira, do pop, de irreverência do que na prosa (brasileira), que ainda é tão formal, tão conservadora.
O grande poeta anárquico Jomard Muniz de Britto.
Xico Sá.
Também foi bacana ver toda a organização do evento, a quantidade de público, gente ótima anotando frases, pegando autógrafos, tirando fotos. Dava até para se sentir na Disney dos escritores. E tinha uma gente bonitinha, viu? Coisa rara em eventos literários...
Acho que por este ano é só (de eventos literários). Espero que o ano que vem continue com tudo. Os trabalhos em si (tradução, crônicas, contos e pareceres) prosseguem. Vou inclusive viajar no final/começo de ano para Floripa de notebook, porque não vai dar pra parar. Mas assim que é bom.
Por aqui no blog, continuamos, porque não tiro feriado de mim mesmo.
17/11/2009
"Eu não sou uma dama, eu sou um travesti..."
Está vindo mais um feriado. E você que está com a consciência negra, como eu, pode aproveitar os programinhas culturais bizarros de São Paulo e as alternativas alternativas da cidade.
Para começar, está rolando o Festival Mix Brasil de cinema e vídeo, que é sempre divertido. Fui ver "Meu Amigo Cláudia", documentário do Dácio Pinheiro sobre a vida e carreira de Cláudia Wonder. Óoooooooooootimo. Acaba formando um panorama maior, do que foi a vida dos travestis da década de 70 para cá, com a ditadura, a luta pelos direitos gays e toda uma revolução e reinvenção da estética nessa época. Os depoimentos também são hilários, com Zé Celso, Kid Vinil, Glauco Matoso e uma Grace Gianoukas mais do que louca, entre outros.
Veja quando passa de novo e toda a programação do festival no:
Na área das letras, tem a Balada Literária, organizada pelo meu amigo e irmão Marcelino Freire. É uma série de debates, oficinas e shows em torno da literatura. Eu estarei lá, apresentando uma mesa com o grande, o maior, o imenso JOÃO GILBERTO NOLL, simplesmente o maior escritor brasileiro vivo.
O horário é meio ingrato... Domingo, 11h da manhã, na Livraria da Vila (Fradique Coutinho). Mas apareça para tomar café da manhã com a gente... Ou uma pastilha extra de seu after-hours.
Você pode ver toda a programação aqui:
http://baladaliteraria.zip.net/
Para terminar, tem o filme do Michael Jackson...
Eu fui ver. Em Caracas. Chaaaaaaaaaaato... Parece os extras de um DVD que não aconteceu. Jacko (evidentemente) não estava em sua melhor forma. Nem na voz, nem na dança, nem de cabeça. Pelo filme, dá pra ter uma idéia de como seria grandiosa a produção, mas só uma idéia (porque nada está finalizado). Vale como curiosidade... mórbida.
15/11/2009
Voltei de Caracas. Viagem bacana. Gostei bem de ter conhecido, principalmente porque é daquelas cidades que pouca gente daqui conhece, e que eu mesmo jamais pensaria em ir. Mas assim vou fechando meu mapa da América Latina: Argentina, Chile, Peru, Colômbia, Venezuela...
Os aspectos positivos: Fiz bons amigos. Conheci gente bacana. E a cidade é mais bonita do que eu esperava. Deu tudo certo, apesar do clima constante de insegurança (alimentado por eles, inclusive) e da truculência não só da polícia na saída, mas da população em geral.
Os aspectos negativos: Um clima de constante insegurança. E uns valores culturais bastante discutíveis:
"Aqui na Venezuela o carro diz quem a pessoa é. Por isso todo mundo quer ostentar, ter o maior carro, carro importado," - me disse uma das minhas alunas.
"Aqui na Venezuela não se têm a cultura do serviço," me disseram alguns outros, o que faz com a gente sempre se sinta mal-tratado nos restaurantes (caros), no hotel, nas lojas. "Aqui ninguém se acha inferior, pode ser o mais pobre diante do mais rico, ele não abaixa a cabeça." O que pode ser visto de maneira positiva, e explicar a arrogância com que todos se tratam.
Arrogância que se reflete no trânsito. Caótico. Eles não param. Eles passam mesmo por cima. Passam no sinal vermelho e aceleram quando vem um pedestre. E isso porque estou acostumado com São Paulo...
"50% por cento dos blackberries do mundo estão na Venezuela." É um povo obcecado com o celular. Estão teclando durante a aula, nas boates, nos restaurantes... Ninguém larga o blackberry para nada.
Por fim, a cidade é absurdamente cara. Paga-se fácil, num restaurante despojado, 200 reais num almoço. 1400 num Ipod... nano. Comprei uma mochila para laptop por 230... uma pechincha, numa promoção.
Felizmente ganhei mais do que consegui gastar. O Instituto Cultural Brasil Venezuela pagou tudo, hotel, passagens e uma boa quantia para eu me manter por lá. No final, em bolívares, sobrou o equivalente a 600 reais, que deu para comprar... um cinto, um chocolate e duas garrafas de rum no free-shop de lá.
Fui convidado para participar de uma mesa com os escritores locais Francisco Suniaga e Enrique Belmonte (fotos no post anterior), e me pediram também para dar uma oficina de 4 dias. Não gosto de oficinas, detesto oficinas, não acredito em ensinar alguém a escrever, mas achei que valia a pena para conhecer a Venezuela, mergulhar na cultura e treinar (bem) meu espanhol.
Mais do que ensinar a escrever, coordenei discussões sobre "universo literário pessoal", focado em "cenário interno", "personagens próprios", "referências e influências" e "para que serve a literatura?"
Meus (sete) alunos eram personagens em si. Queridíssimos, interessantíssmos, que trouxeram idéias bem bacanas. Eu os vi como brotos de feijão, crescendo de um dia para o outro em algodão, sugando as gotas que caíam de meus dedos. (Hohoho...)
Entre os exercícios (orais e bizarros) que propus estava imaginar qual prato seria Dom Quixote, Harry Potter, Dorian Gray... Que personagem seria uma caipirinha, uma paella, uma cachapa con avocado...
No último dia, eles me levaram para comer sushi, porque não aguentava mais o peso dos pratos locais...
O DJ Rey alucina com o cd que gravei com Claudia Wonder, Karine Alexandrino, Multiplex, Tetine, Bonde do Rolê, Pullovers, Ludov, Filipe Catto, CSS, Thiago Pethit e outros amigos.
13/11/2009
Mesa de escritores latino-americanos: Francisco Suniaga (maior bestseller daqui), Enrique Belmonte (prestigioso poeta), Nazarian (ex-redator de disk-sexo) e Leo Felipe.
Perdi o apagão. Perdi neurônios. Mas recitei poetas franceses. Ainda em Caracas, passo a fotonovela do dia:
As queridas do Instituto Cultural Brasil Venezuela.
Leo Felipe lê meu "hit single", o conto "Pirañitas." Tem sido o conto perfeito para ler (em espanhol) por eventos América Latina à fora, porque é curto, rítmico, amazonicamente brasileiro e reptilicamente nazariano.
12/11/2009
A vista do meu quarto.
Venezuela tem sido uma viagem aos anos setenta. Certamente o país mais diferente (do nosso) que visitei na América Latina, com aquela pegada e aquele clima caribenho que talvez nós identifiquemos mais em Cuba.
A vista no meu quarto. Sim, é isso o tipo de coisa pendurada na parede.
Estou num hotel bacaninha em Altamira, a zona mais moderninha, mas ainda me sinto bem deslocado no tempo. O quarto é imeeeeeeeeeeenso, o serviço é ok, mas tudo bastante decadente, e nada tem as regras de bons serviços e civilização a que estamos acostumados. Me sinto sempre um intruso. E só de tentar atravessar a rua sou quase sempre atropelado... O trânsito é dos mais caóticos, até para os pedestres.
Mojitos perfectos.
Leo Felipe, o escritor/jornalista que me convidou, é um anfitrião incrível. Tem me mostrado o melhor e indicado as pessoas certas para me mostrar o pior. Já fui a festinhas, vernissages, um clube de jazz e hoje estive num cabaré bem pitoresco. Poderia ser algo tirado do Largo do Arouche, sim, mas quando se está longe de casa e falando em espanhol, tudo tem uma nova malemolência.
Meus “alunos” são fofinhos, e eu quase não consigo entender o que eles falam. Mas é assim, professor não precisa ouvir, não é? Estou coordenando uma série de discussões sobre “literatura interna” e estou principalmente deixando-os falar, falar, falar...
A literatura permanece trancada em stand-by no meu laptop.
Lépidas e lindas.
Amanhã tenho um debate, uma discussão e meia dúzia de cubas libres (que aqui também são algo mais do que coca-cola e rum). Espero que o espanhol continue passando pela minha garganta.
Isso é um prato nacional...
Não estou empolgado, tampouco depressivo, o que acaba rendendo um post mais ou menos...