22/06/2010

AS NOVAS HISTÓRIAS


Novos narradores iberoamericanos: Nazarian (Brasil - dah!), Hasbún (Bolívia), Azpeitia (Espanha), Lahoz (Espanha), Schweblin (Argentina).

Terceiro dia de Espanha, segundo dia do 3o Congresso de Nuevos Narradores Iberoamericanos, noite da minha mesa. O tema era "Transnacionalidad y Extraterritorialidad." A mediação puxou a discussão mais para as questões de inclusão do escritor latinoamericano no cenário cultural mundial, o espaço do mercado e a circulação entre os países. Para mim, o tema puxava mais a questão da sublimação de território, dos cenários próprios, da não-necessidade do escritor de ter de falar especificamente de seu país, de sua cidade, de seu mundo concreto; como o mais interessante sempre é trabalhar universos internos - que a literatura, por ser uma arte tão individual, tem de romper esse compromisso com bandeiras, blablablá.

Mas foi bem interessante (principalmente pelo meu espanhol ainda bizonho). E nesses encontros sempre é possível se repensar o papel e o espaço do Brasil na América Latina - ainda mais que neste eu sou o único brasileiro convidado. A prepotência que ainda temos com o resto do continente. Nossa suposta auto-suficiência (e ignorância) e o preconceito com nossa própria latinidad.


Aqui eu falava sobre o preconceito sobre nossa própria latinidad.

Assisti também a mesa de ontem, sobre literatura política; participei hoje de uma mesa redonda com críticos literários e também dei uma entrevista de rádio. As discussões são sérias, mas são mais centradas no papel do escritor como intelectual do que de fato como narrador. Sempre me interessa mais falar de temas, ideais, histórias do que do papel do escritor, do mercado ou o caralho...

O tom adotado aqui é bastante grave e se lança questões como: "Como se pode fazer literatura sem crítica literária?" e "Obras publicadas por grandes editoras podem não ter compromisso com o mercado?" Questões que estão tão distante de nossas festinhas literárias brasileiras, que eu não sei se aqui fora a coisa ainda é muito rígida e careta ou se é no Brasil que até o meio literário vive na superficialidade...

Não pude deixar de dizer hoje aos críticos espanhóis (num portugnol selvagem), que no Brasil "se deve pensar muito no que se vai escrever numa orelha de livro, num release para imprensa, porque as palavras que você usar vão ser copiadas nas resenhas de jornal; então você acaba escrevendo sua própria crítica."

Mas enfim, quem se interessa por isso?


Primeira mesa: Labbé (Chile), Echevarria (Espanha), Havilio (Argentina), Pron (Argentina).

O Congresso continua até sexta. Eu ainda tenho algumas entrevistas, almoços e debates fechados. Mas também quero ir ao Museo del Prado, à la noche, fazer compras, então fico mais duas semanas. Acho que semana que vem estico para Barcelona.

A linda Samantha Schweblin.


Todos têm sido queridíssimos, tenho feito bons amigos e já dei minhas voltinhas. Está um calor do cão, a cidade é linda e os preços - ainda que não baratos - são bem parecidos com os de São Paulo. Dá pra ser feliz...

Rugeles (Venezuela) e Maldonado (México).
Itálico

Minha "madresita" por aqui, Anna Maria (e, logo atrás, um chileno engraçadinho.)

A Copa também acontece por aqui, mas com muuuuuuuuuuito menos intensidade do que no Brasil. Ainda não ouvi uma vuvuzela e - acredite - a primeira mesa do evento aconteceu durante um jogo da Espanha. E estava cheia.


Uma copa parcimoniosa.


Nossas caras na rua.
A minha.

Casa América, onde acontece os eventos, na Plaza de Cibeles.


Mayorga (Equador), Sanchiz (Uruguai), una chica que no me recuerdo e Haug (Cuba).

Quebrando tudo já na primeira noite...

NESTE SÁBADO!