PORTO ALEGRE E ALÉM
Tem sido lindinho receber o feedback dos leitores adolescentes.Claro que todos perguntam se haverá uma continuação. Haverá se as vendas se justificarem (tanto para mim quanto para a editora), então é questão de quem gostou do livro divulgar por aí e ajudar a bombar. Eu gostaria de fazer um segundo (e talvez um terceiro..), já tenho um argumento bem delineado, seria uma experiência nova, e acho que o livro deixou aberto para isso. Gosto muito dos personagens, adoraria trazer o Ludo, Lupe e a patota toda de volta, embora seja muito difícil escrever um livro para adolescentes, um público específico, com esse filtro de "não estou escrevendo para mim". Por enquanto, estou trabalhando num novo romance "adulto". Não justificaria a editora lançar a continuação de um fracasso.
A Record também está investindo mais no Garotos Malditos, e começou uma campanha nas estações de metrô em São Paulo e em busdoors no Rio de Janeiro. Obviamente, como sempre, eu cuidei dos textos, e torço para que não fique só nisso. Sei bem como é fundamental o trabalho de uma editora por trás do autor, não apenas em questões publicitárias, mas para colocá-lo em eventos literários, feiras, bienais, para fazê-lo se tornar premiável e respeitado. Eu já ouvi da boca de editores como fizeram esse e esse jovem autor bombarem. É claro que são autores de talento, e os editores os escolheram por isso, mas é uma escolha... E não basta uma boa editora, você precisa estar nas graças dos melhores editores dessa boa editora para não ficar como mais um no catálogo. Como você acha que um livro bizarro (ainda que excelente) de um jacaré de esgoto repercutiu tão bem quanto Mastigando Humanos, pela Nova Fronteira, até hoje, bem ou mal, a editora que mais apostou em mim?
Lestrange, ilustrador do Garotos, me manda seu flagrante do Ludo no metrô Consolação.
A segunda versão do banner de divulgação.
Isso tudo pode servir de fermento aos amargos e provar que toda essa geração é fabricada. E isso pode servir de lição aos ingênuos e provar que nem só o talento é vitorioso. Mas o melhor seria que isso não servisse para nada, porque o importante é cada um escrever o que sente independentemente de se vai cair nas graças dos editores, dos marketeiros, dos acadêmicos, tudo parte da mesma droga. Faça o que você acredita. Porque no final SEMPRE vai dar errado.