OURO PRETO
Ouro Preto foi lindo. Cidade linda, tempo lindo, e o Forum das Letras foi inesquecível. Os debates foram super interessantes, e pude estendê-los nas mesas dos bares, dos restaurantes, com editoras queridas, leitores lindos, escritores que são meus ídolos.
Perdido pelas ruas de Ouro Preto. Sexta passei HORAS tentando encontrar o caminho de volta para o hotel. Essas ruas tortuosas, essas ladeiras acho que são as únicas coisas que impedem que o Forum seja prestigioso como a Flip. Afinal, fica difícil para os escritores da terceira idade transitarem por lá...
Só tinha ido à cidade naqueles tempos de escola, quando eu não tinha amigos e não gostava de viajar, uns vinte anos atrás. Fiquei impressionado como a cidade é bonita, gostosa, com os museus, barzinhos e cafés. Meio pedante dizer isso, mas me lembrou bem o clima dos bairros medievais europeus, como em Bruges, Barcelona, Tallin. Estava repleto de turistas europeus inclusive, e aquela petizada universitária. Deu vontade de ficar mais tempo.
O Forum das Letras foi uma série de mesas e discussões centradas em "Como se Faz um Livro", com a visão de escritores, poetas e editores. Foi um evento eminentemente da Editora Record, sim, pelo menos uma vez a panelinha da Cia das Letras não dominou. E agora que já lancei 3 livros com eles, me sinto de fato um autor "da casa". Combinamos inclusive grandes planos para o ano que vem e o outro, aguarde...
Com Livia, minha editora mais querida.
Minha mesa foi com Bernardo Azjemberg e Fernando Molica, mediados pelo André Nigri. (Carpinejar deveria participar também, mas passou mal depois de uma operação e não pôde viajar. Parece que está tudo bem com ele). Bem bacana porque foi de fato um bate-papo sobre processo de criação de um romance, com nós três trocando experiências. Odeio esses debates em que cada escritor faz seu discurso, em que não há bate-bola, interação. Procuro sempre também quebrar a "quarta-parede", mostrar ao público que sei que eles estão lá, jogar a bola para eles.
O debate aconteceu no Cine Vila Rica, lugar lindo, imenso, e estava bem lotado. Sentar lá no palco, olhar para a plateia e já localizar leitores com uma pilhazinha dos meu livros no colo é o mais gratificante. E não, não é sempre que isso acontece.
Plateia atenta.
Consegui também assistir outros debates. Foi bacana ver o lado dos editores sobre algumas questões, o processo todo da produção do livro. Eu já participei de quase tudo - escrita, tradução, preparação de texto, projeto gráfico, capa, orelha, aparatos - mas nunca trabalhei numa editora, no dia-a-dia. É importante conhecer esse outro lado.
Luisa Geisler, Livia e eu.
Adorei também conhecer a "menina prodígio" Luisa Geisler e reencontrar o grande Antônio Cícero e o lorde João Gilberto Noll, que inclusive entrou noite a dentro comigo e mais uma pá de fãs, bebendo pelas ruas de Ouro Preto.
Voltei para BH com Antonio Cícero, que além de magnífico poeta e letrista é das pessoas mais fofas desse meio.
E o próximo grande evento já é no próximo domingo, dia 02, na BALADA LITERÁRIA, organizada pelo meu irmãzinho Marcelino Freire. Tenho um debate 11:30, na Livraria da Vila da Fradique Coutinho. Sei que é cedo, domingo e tal, mas é com Xico Sá e Efraim Medina Reyes, mediados pelo André Fischer, então não tem como não ser divertido.
Aparece lá, que é a última chance do ano para autografar meus livros mais recentes, comprar de presente de Natal e tal e tal.
A balada tem ainda várias outras mesas, shows, espetáculos, e o grande homenageado é Raduan Nassar. Começa agora, dia 28.
Programação completa:
http://www.baladaliteraria.zip.net/