Há muito tempo que eu não tinha um bicho de estimação. Meu querido iguana Araki ficou cinco anos comigo, daí me mudei para Florianópolis, tive de doá-lo, e dois anos depois soube que acabou morrendo.
Eu e Araki.
Ter um animal de estimação é um grande comprometimento, responsabilidade e custo. Acho cruel manter um animal dentro de um apartamento, e acho estafante ter de levar todo dia para passear; por isso, cachorro nem pensar. Gato também iria requerer uma estrutura que eu não tenho. Morando sozinho, viajando muito, com meu destino incerto, tinha desistido dessa possibilidade.
Mas...
A pequena explorando aqui em casa.
Sábado passado eu e o Murilo subíamos a Augusta quando demos com a recém-inaugurada loja da Cobasi (post não-patrocinado, ok?). Fomos dar uma olhada e, como crianças num shopping, nos apaixonamos por uma coelhinha.
Fizemos uma bateria de perguntas. Não há vacina, a alimentação básica é uma ração barata, não precisa de muito espaço nem de muitos acessórios. Eu não tenho viajado tanto, e eu e o Murilo sempre podemos nos revezar em cuidar dela. O preço do animal em si estava R$44, compramos por impulso na mesma hora.
Ela, ainda no petshop.
Com ela já em casa, fui pesquisar na Internet (não faça VOCÊ isso em casa; pesquise antes). São escassas as informações sobre coelhos pet no Brasil. Pesquisando em inglês dá para achar muito mais coisa, mas as informações são sempre conflitantes.
O atendente me aconselhou a mantê-la SEMPRE em gaiola, e só soltá-la eventualmente, o que achei uma maldade. Resolvi construir a toca dela na área de serviço, que pode ser fechada, como fazia com o Araki, e soltá-la pela casa quando eu estiver. Li em tudo quanto é lugar que eles roem tudo o que encontram pela frente - principalmente fios de produtos eletrônicos - então é preciso ficar atento. Também li que era um pouco demorado, mas possível ensiná-los a fazer as necessidades no lugarzinho deles. Isso, por enquanto está tranquilo, ela já está se acostumando a fazer nos jornais da área de serviço, onde tem a comida e água dela.
Tomando sol na sala... com uns fios prontos a serem roídos.
Li muitas matérias sobre o temperamento dos coelhos, dicas de como fazê-los perder o medo, se acostumar com o dono, essas têm sido totalmente desnecessárias. Ela é completamente dócil e desinibida. Ando pela casa com cuidado porque ela está sempre no meu pé, cheirando, lambendo. Eu me deito para ler no quarto e ela vem de mansinho, sobe em cima de mim e lambe meu rosto. Ontem ficou horas dormindo no meu colo, mas... quando saiu, soltou umas bolotinhas. Ninguém é perfeito. Pelo menos o cocô é seco.
Com o segundo pai.
Outras informações conflitantes são quanto à alimentação. Nos sites gringos a alimentação parece se consistir de feno. Aqui tem ração - e aconselham a dar algumas verduras, frutas e legumes só uma vez por semana. Mas a questão mais dispare é quanto aos banhos e água. Os sites gringos ensinam a como dar banho, indicam o melhor pote de água - aqui o atendente me disse enfaticamente para NÃO dar banho, nem mesmo deixar ter QUALQUER contato com água, porque pode gerar fungos. Me senti comprando um Gremlin! Até o bebedouro comprado para ela impede que ela se molhe, ela bebe enfiando a língua numa linguetinha.
Enfim, com tanta informação desencontrada, vou ter de descobrir na raça como lidar com ela. Por enquanto tem sido fácil e uma delícia - até porque nunca tive um animal carinhoso assim, meu iguana era o capeta encarnado. E se você tiver dicas de como cuidar de um coelho, agradeço ;)
O tamanho dela em relação à minha mão. Mas ela vai crescer... bem....
Batizamos ela de ASDA, que é o nome de uma rede de supermercados na Inglaterra... mas que deu origem a uma bela música do Suede. Estou me contendo agora para não ficar postando o tempo todo foto de Asda comendo, foto de Asda dormindo, Asda escondida, Asda fazendo cocô...
Quando estiver mais expert no comportamento de coelhos, coloco mais dicas aqui... ou então trago belas receitas para um jantar romântico...
Ela já tem música tema.