Como diria Kátia, a cega, não está sendo fácil.
Minha coelha Asda agora já fez seis meses, está há três comigo, e foi possuída pelo demônio (e os hormônios) da adolescência.
Dois teclados de PC, o cabo da impressora, um cabo de TV, um par de fones de ouvido e algumas dezenas de livros foi o que ela roeu e inutilizou nas últimas semanas - isso sem mencionar uma dúzia de outros cabos que ela roeu apenas de leve (por enquanto), incluindo o do Mac. Não é que ela não tenha o que roer. Não deixo de colocar galhos, caixas de papelão, alfafa e comida para ela no chiqueirinho dela. Mas ela quer TUDO o que possa alcançar, por mais que eu tente esconder e barrar o acesso aos fios.
Não está sendo fácil.
"Esse pode?"
Além disso, ela que foi sempre muito limpinha e só fazia o xixi no chiqueirinho dela, nas últimas semanas deu para fazer na porta do meu quarto e do banheiro. Sempre esses dois lugares. Já passei óleo, já passei repelente para cães e gatos, já cobri até com papel alumínio (!), ela chega, fareja e continua fazendo lá. O papel alumínio, na verdade, é o que tem mais funcionado, porque ela não deixa de ir lá fazer, mas pelo menos consigo ouvir os passinhos dela estalando o papel e tirá-la a tempo. Ela já sabe que não pode. Sabe que está fazendo algo errado porque sai correndo quando me vê, mas continua teimando. Espero que uma hora ela canse. Eu já estou bem cansado...
O lado positivo é que ela já parece entender muitas coisas mesmo, quando está errada, quando eu falo "não", quando falo "vem", quando falo para sair. A questão é ganhar esse braço de ferro.
Quando eu viajo, ela sente saudades sim.
Quando brigo com ela, ela corre, foge para o cantinho dela e fica arisca, não me deixa pegar, mas logo amansa de novo. Vem de mansinho até mim, pede carinho. Continua sendo muito carinhosa, lambendo, pulando no meu colo quando estou no sofá. Gosta do Murilo também, mas quando estamos os dois ela sempre prefere meu colo.
Pedindo desculpas.
Quando trabalho, ela pula do meu lado e vem lamber minha mão.
Como não tem muito como passear com ela (de coleira seria impossível), tenho soltado ela no prédio mesmo, para gastar energia, subir e descer as escadas. Ela adora. Dá saltinhos de alegria só de poder correr no corredor. E obviamente ela fica solta no apartamento sempre que estou aqui (por isso tenho tido tanto prejuizo...). Mas seria uma maldade mantê-la trancada no chiqueirinho dela (que fica na área de serviço).
Pô, a casa dela tá melhor do que a minha.
Enfim, acho que com o tempo ela vai aprendendo, só espero que não destrua meu apartamento antes, que já está bem detonado. Só esta semana gastei uma pequena fortuna com coisas que ela quebrou.
Atentada pelo Cão.