20/02/2015

DISCO DO ANO




Foi só eu publicar aqui o post dos cantores gays que me lembrei que uma das minhas cantoras favoritas, a norueguesa Susanne Sundfør, tinha acabado de lançar disco novo. Procurei para baixar e estou ouvindo sem parar desde quarta. "Ten Love Songs" já é forte candidato a disco do ano.



Susanne é outra das que conheci através da parecia com o Röysopp. Em 2012 ela gravou com eles o single "Running to the Sea", que é das melhores coisas da carreira deles (e dela). Está presente também em outra faixa do álbum deles do ano passado, que não impressiona tanto.


Com o Royksopp. 


No último ano baixei tudo dela. É sempre genial - nem sempre divertido. Ela tem por exemplo um álbum só instrumental de sintetizadores, que não consigo ouvir. Mas deixa claro que está num padrão bem acima das cantorinhas pop por aí. Na Noruega (e apenas lá, apesar de cantar em inglês), ela é cantora de topo das paradas - um bom reflexo do nível daquele país... Em seus primeiros discos investia mais no soul e folk, com grandes malabarismos vocais. Ultimamente adotou um tom mais etéreo e eletrônico. Mas nada se compara ao álbum lançado esta semana. 



Em 2011. 

"Ten Love Songs" é sem dúvida o álbum mais acessível de Susanne, E ainda consegue ser o mais requintado. Fica transparente na obra que é uma musicista erudita fazendo música pop, nos arranjos, nos teclados (que ela toca), nas ambições. 

Abre com "Darlings", lenta, lastimosa, como se já fosse o fim do primeiro amor. Então segue dançante com o baixo pulsante de "Accelerate", que já emenda em "Fade Away" (o primeiro single), deixando claro que é um álbum conceitual, para ser ouvido inteiro em sequência, mais do que uma coletânea de faixas. Nesse quesito ela vai na contramão dos colegas do Röysopp, que dizem que álbuns não fazem mais sentido e lançaram seu (presumidamente) último (aquele em que ela participa de duas faixas e ainda tem contribuição massiva dos Irrepressibles). 

Susanne, por sinal, deve ter ressentido que "Running to the Sea", uma das suas melhores faixas, ficou com o Röyksopp, porque no disco novo ela tenta recriá-la com "Kamikaze" e chega perto, muito perto. Ponto alto do disco (e ótima pedida para novo single), "Kamikaze" é um europop escandinavo até o osso, daqueles beirando o kitsch mais delicioso (até o título "Kamikaze" parece algo a la Lady Gaga). Aos 4 minutos a música termina e, como se pedisse desculpas, Susanne entra com um solo de cravo, ressaltando a beleza da melodia e que "o arranjo poderia ser outro se eu quisesse." É ela quem toca. 

Por sinal, ela faz isso no disco todo. Interrompe com arranjos de cordas, de cravo, de órgão gótico. Outra das grandes faixas do disco (em todo sentido), "Memorial", começa como uma balada anos 80, bonita e meio cafona, e antes dos 4 minutos vira um instrumental de piano e orquestra que chega até os dez minutos de duração. 

E o disco tem muito mais. É INTEIRO bom. Tem seus momentos líricos, momentos dançantes, termina com um eletrônico esquisitão de "Insects", para deixar claro ao que ela veio. Tem tudo para estourar, pelo menos no resto da Europa. Para mim, vai ser difícil alguém superar um disco desses, mesmo com Suede para lançar disco novo este ano. 

Enfim, para quem ama e conhece tão bem a Escandinávia, quanto eu, "Ten Love Songs" é um disco perfeito. Lindo ver que ainda consigo encontrar novas musas, em plena ativa, que ainda têm muito o que me embalar. 

18/02/2015

SONS DE CINZA



Chega de folia! Agora é hora de cinzas e tenho afundado no sons deprês das minhas playlists. A “Bibas Deprimidas” é um clássico, e está sempre sendo atualizada e reinventada. Músicas de fossa com cantores gays. Tem brasileiros inevitáveis como Ney Matogrosso, Cauby; alguns amigos queridos; clássicos como Boy George, George Michael e Elton John; até Michael Jackson arrisco pôr. Mas deixo aqui a dica dos estrangeiros mais bacanas, mais alternativos ou menos conhecidos. 




THE IRREPRESSIBLES 



My friend Jo / was a crazy bitch / Wore her heart on sleeve / with an ounce of kitsch. Assim começa a primeira faixa do primeiro álbum dessa banda semi-sinfônica gay da Inglaterra, com dois álbuns e alguns EPs lançados. O vocalista já gravou várias faixas com o Röyksopp, e foi aí que conheci. O trabalho do grupo é orquestral, barroco, kitsch, dramático e bem bonito. Lembra muito Antony and the Johnsons e um pouco James Blake. Certeza de que ainda vão ser mais cultuados, quando tiverem um som mais acessível. Mas já tem faixas de chorar. É o que mais tenho ouvido ultimamente. 




ANTONY AND THE JOHNSONS 



Não podia faltar. Já é mais conhecido, mas é essencial. Uma banda de “pop de câmara” de Nova York com um vocalista gordo, transgênero e genial, que soa como uma mistura de Nina Simone com Brian Ferry. Cantam a vida e morte de travestis, sexo, sadomasoquismo e amor com uma poesia e melancolia sem igual. 




KLAUS NOMI



Pode ser considerado um precursor desses todos. Cantor alemão que misturava cabaré, ópera e pop kitsch, com um vocal em falsete e um visual bem absurdo. Morreu em 1983, uma vítima dos primeiros tempos da AIDS. 



JOHN GRANT



Cantor quarentão americano, radicado na Islândia. Conheci pela Sinéad O’Connor, que regravou “Queen of Denmark”, faixa que dá nome a seu primeiro disco solo e começa com I wanted to change the world / But I could not even change my underwear. Faz um som entre o folk, country e eletrônico, com um humor depressivo muito peculiar. Remember walking hand in hand side by side / We walked the dogs and took long strolls to the park / Except we never had dogs / And never went to the park, ele canta em outra faixa. Seu primeiro disco é inteiro maravilhoso. O segundo já é mais ou menos, mas se salva com faixas foda como GMF (de “Greatest Mother Fucker”). 




MARC ALMOND



Cantor britânico clássico dos anos 80, que com o Soft Cell teve o grande hit “Tainted Love”. Mas o trabalho solo dele tem uma pegada cabaré dramática deliciosa. Não há drama maior do que ele cantando “Yesterday When I Was Young”. 



DAVID MCALMONT



Cantor negro de soul que fez algum sucesso nos anos 90, na Inglaterra, em parceria com Bernard Butler, do Suede. Juntos lançaram dois álbuns - o primeiro está no meu top 10 da VIDA. Já o trabalho solo é bem irregular; regravou vários Standards, mas também narra belas crônicas da vida gay em algumas de suas músicas. 



PATRICK WOLF



Não dava muito por ele até assistir a um show no gelado inverno de Helsinque, em dezembro de 2011. Seu álbum “Lupercalia” se tornou dos meus favoritos da VIDA. Ele tem outros bacanas e um bom flerte do pop com o barroco. É um jovem músico gay britânico bem consistente, toca viola, violão, piano, harpa – inclusive tem excursionado como músico de apoio da Patti Smith. 








Cantor americano que teve UM hit nos anos 90 ("Strange World", recentemente regravado pelo Him) e só. De toda forma foi o suficiente para eu comprar o álbum na época, baixar os dois seguintes e escutar com frequência desde aquela época. Tem uma voz andrógina e um som difícil de classificar, entre o Indie rock, pop, com traços de R&B. Está meio desaparecido desde o começo dos 2000, mas troquei ideias com ele pelo FB esses dias. 



PERFUME GENIOUS



Na verdade esse entrou aqui pelo drama e viadagem, mas ainda não consegui gostar muito. Perfume Genious é pseudônimo de Mike Hadreas, um artista solo de Seattle. Fica aqui para fechar dez artistas sem ter de recorrer a outros mais óbvios.

RUFUS WAINWRIGHT



Ok, esse é bem óbvio, mas não deixa de ser alternativo. Criado no Canadá, Rufus veio de uma família de músicos e tem uma erudição sem igual. Já compôs ópera, gravou standards, e seus álbuns sempre têm elementos de música erudita. Gay assumido, canta sobre amores perdidos, amores casuais e até sobre a paternidade entre homossexuais. Assisti nas duas vezes que veio ao Brasil. Obrigatório.







13/02/2015

BIOFOLIA


Mantendo a tradição... Minha marchinha deste ano...

BIOFOLIA, A FOLIA DA BIOFOBIA!

A natureza é a igreja de Satã,
A Igreja de Satã,
A igreja de Satã

Se hoje é de folia
É de ressaca amanhã,
Ressaca amanha,
Ressaca amanhã

A natureza é a igreja de Satã,
A Igreja de Satã,
A igreja de Satã

Se hoje você pula
Se arrasta amanhã,
Se arrasta amanhã
Se arrasta amanhã

Se tudo é permitido,
Nada tá liberado,
Aborto é proibido
Viadice é pecado

Hereges e ateus
Terminam tudo em treta
O bloco não é de Deus
E o cigarro é do capeta

A natureza é a igreja de Satã,
A Igreja de Satã,
A igreja de Satã

Se hoje é de folia
É de ressaca amanhã,
Ressaca amanha,
Ressaca amanhã

A natureza é a igreja de Satã,
A Igreja de Satã,
A igreja de Satã

Se hoje você pula
Se arrasta amanhã,
Se arrasta amanhã
Se arrasta amanhã

Não adianta beber
para afogar as mágoas
Vai dar DST
Cachaça não é água.

Enquanto um comemora
o outro tá de luto
Quem não mama e chora
É vítima de estupro 

E para continuar em ritmo de festa, a clássica Marchinha do Zé do Caixão, aqui apresentada pelo grande Eduardo Dussek, citando inclusive um "escritor cult paulista" que mandou para ele. Já posso morrer realizado. 


10/02/2015

A VELHA ANNIE



Domingo teve Grammy e muita gente está comentando a apresentação da Annie Lennox com o Hozier, descobrindo a velha escocesa pela primeira vez.


No Grammy de 1995


Annie Lennox sempre foi minha Madonna. Minha rainha desde a adolescência quando, convenhamos, ela era muito mais interessante e inovadora. Tenho TODOS os álbuns, os singles, li duas biografias. Então vamos a uma rápida apresentação dela, que posso fazer de cabeça.  


Tá bom pra você?


Annie Lennox tem 60 anos, é de Aberdeen, na Escócia, e começou a carreira nos anos 70 com uma banda meia boca chamada The Tourists. O maior hit deles foi um cover da Dusty Springfield, aqui:



A banda durou pouco e ela saiu com o guitarrista Dave Stewart (que era seu namorado) para formar uma dupla, os Eurythmics. O primeiro disco deles In the Garden (1981) tinha um som mais etéreo e experimental que eu adoro, mas não fez muito sucesso. Aqui eles no começo de carreira:


No segundo disco eles investiram no technopop, que estava em alta na Inglaterra e acertaram bonito. O maior hit da dupla (e talvez da carreira de Lennox) é dessa época: Sweet Dreams, que com certeza você já ouviu:


Foi inclusive com essa música que ela se apresentou no Grammy pela primeira vez, vestida de homem. Na época, ela flertava com a androginia e tinha uma proposta realmente ousada de imagem e som, embora não exatamente inovadora. Annie Lennox era basicamente uma mistura de David Bowie com Grace Jones. Coolíssima, musicalmente riquíssima, provocadora e divertida.



Os Eurythmics seguiram fazendo álbuns bem diferentes uns dos outros, flertando com o R&B, rock, country e eletrônica. Tiveram vários outros hits, como o pop deliciosamente kitsch “There Must Be An Angel” (1985).



Em 1987 voltaram ao experimentalismo com “Savage”, um dos melhores discos da dupla.


Eles se separaram no início dos 90 - se apresentaram pela primeira (e única) vez no Brasil pouco antes disso. Dave Stewart seguiu com uma carreira de sucesso como produtor, ocasionalmente lançando discos solo. Annie Lennox lançou seu primeiro solo em 1992, “Diva”, já com um som mais “adulto”, que foi um mega sucesso. É mega mainstream, mas é ótimo.



E, para mim, depois disso, ela nunca mais fez grande coisa. Lançou outros discos solo, discos de covers, até discos de músicas de Natal. No final dos anos 90, ressuscitou o Eurythmics com Stewart e lançaram um álbum medíocre. Também ganhou um (desmerecido) Oscar em 2004 com “Into the West”, trilha sonora de “O Senhor dos Anéis” (alguém se lembra dessa música?).



O último álbum de inéditas dela é de 2007, “Songs of Mass Destruction”, que é bem mais ou menos. Ela também se dedicou a campanhas humanitárias, ao combate da AIDS na África, a salvar os golfinhos, mas a música...



Sempre foi uma grande cantora, uma grande voz. Uma “loira com alma negra”, para usar um termo bem politicamente incorreto, apaixonada pelo som negro americano. Mas, ao meu ver, há tempos que ela desvaloriza seu grave poderoso com piruetas vocais, adotando os piores maneirismos do R&B americano. No Grammy não foi diferente.



Atualmente, prefiro bem mais a carreira solo do Dave Stewart , que tem lançado discos country poderosos. Dá uma olhada:


Li uma declaração recente dela falando algo como “as mulheres de 60 não devem ser desprezadas, têm muito mais o que dizer”, mas então por que ela não escreve, não lança um disco de inéditas há OITO anos? Disco de música de Natal? Ano passado ela lançou “Nostalgia” (que concorreu ao Grammy), que é previsivelmente um disco de standards americanos, disco para tocar em restaurante, em elevador, em consultório de dentista. É gostosinho até, mas nada de novo. Mesmo a versão dela para “I Put a Spell on You”, que ela reproduziu no Grammy, é bacana, afinada, mas é uma versão padrão, não tem reinvenção nenhuma, nada de novo.
  

Continuo fã da Annie dos 80, dos 90. Mas se é para falar de quem envelheceu bem, com criatividade e relevância musical, vamos de Debbie Harry (outra diva pessoal), que chega aos 70 e talvez seja mais cultuada, mas não tem a mesma potência vocal e a máquina por trás. 

09/02/2015

OBJETOS CORTANTES

Resenha que assinei na Folha deste final de semana:


O estranho assassinato de uma criança na cidadezinha de Wind Gap, no Missouri, desperta o faro do editor de um jornal em Chicago, que manda sua repórter investigar o caso, esperando novos desdobramentos (e vítimas). Escolhida a dedo por ser nativa de Wind Gap, Camille Preaker tem de voltar a cenários de sua infância, à relação conflituosa com a mãe dominadora e estabelecer laços com sua irmã adolescente, que ela mal conhece.
Primeiro romance da autora de Garota Exemplar, Objetos Cortantes é um thriller clássico de investigação jornalística. Chega a ser genérico no primeiro quarto do livro, até que começam a ser revelados traços bizarros dos personagens, como a tendência de Camille de se mutilar e a prática precoce das meninas da cidade no sexo e drogas. Não é uma transição sutil, e deixa a impressão de que a autora decidiu “vitaminar” a trama no meio do processo, para fugir da banalidade. E não é o único problema do romance, que tem diálogos bastante artificiais e um tom geral que beira o surrealista, mas resvala no kitsch.
Ainda assim, Objetos Cortantes não deixa de trazer surpresas. A identidade do criminoso oscila durante todo o livro entre três ou quatro personagens e a autora joga bem com isso. Há também um erotismo latente, todos os personagens têm moral dúbia e flertam uns com os outros. A própria protagonista é uma alcoólatra depressiva e jornalista medíocre, que mais se envolve com o caso como vítima do que como heroína.
É uma boa história, escrita de forma pouco convincente. Bem adaptada, pode gerar um filme melhor do que o livro. A impressão final da obra é que Gillian Flynn é aquela “garota exemplar”, que faz o dever de casa, mas que não convence querendo posar de drogadinha.

OBJETOS CORTANTES, de Gillian Flynn
Intrínseca
Avaliação: Regular. 

05/02/2015

HORROR ALTERNATIVO

"Found"

Estou mergulhado no roteiro de BIOFOBIA, comecei um novo curso de História do Cinema de Horror Brasileiro no MIS e, como sempre, vejo um punhado de filmes de terror toda a semana, que o Murilo consegue arrumar. É sempre o que mais me inspira – e acho a produção independente atual riquíssima. Sou fã especialmente do torture porn, que acho que é onde reside o horror de verdade, físico, sem sobrenaturalismo, provocado pela loucura do ser humano.

Pensando nisso, comecei a lembrar de tantos filmes alternativos, obscuros, que vi nos últimos anos. A maioria tem direção precária ou atuações sofríveis, são invariavelmente filmes baratos, minimalistas, com um conceito poderoso por trás. E tristemente sempre constato que isso – esses filmes mais obscuros, menos prestigiados – é o tipo de coisa que eu gostaria de escrever. 

Monto então uma listinha, sem ordem específica, de doze dos meus favoritos. Filmes de terror obscuros, recentes, que vi recentemente. Nenhum brasileiro, infelizmente; as melhores produções atuais que chegam perto ficam mais no thriller e suspense. Aqui estou falando de terror extremo. 

Certeza de que estou esquecendo de vários, pela quantidade de coisas que assistimos. Mas esses são o que continuam ressoando agora:

FOUND (2012, EUA) de Scott Chirmer:

Assisti nesse final de semana. É um filme quase amador, com escolhas e atuações bem questionáveis, mas um roteiro estranhíssimo. Um pré-adolescente descobre que seu irmão mais velho é um serial killer e, entre assustado e fascinado, mantém segredo e espia regularmente os souvenires que ele traz. Tem um dos finais mais insanos dos últimos tempos. É baseado numa novela, que imagino que seja melhor do que o filme, e que não vou deixar de ler.


ARMISTICE (2013, EUA) de Luke Massey

Um thriller de um único personagem preso numa casa (não tinha como eu não me identificar). É um soldado que acorda todo dia para viver o mesmo dia, matar o mesmo zumbi, e tentar escapar de lá. Também tem seus problemas, mas uma ideia poderosa por trás. É quase teatro, e mais acessível aos impressionáveis da violência gráfica. 



SEPTIC MAN (2013, EUA) de Jesse Thomas Cook

Um funcionário da limpeza é trancado numa galeria dos esgotos. Pouco a pouco vai apodrecendo enquanto se alimenta de dejetos e restos humanos. Minimalista, trash, menos engraçado do que parece, tem seu valor no absurdo com contornos surrealistas.



EXCISION (2012, EUA) de Richard Bates Jr.

Com um tom meio lésbico, o filme retrata uma adolescente freak que sonha estudar medicina e tem desejos doentios com sangue e morte. O filme inclui um elenco de astros do gênero que vão de Malcolm McDowell e John Waters a Traci Lords, como a mãe controladora.



BIG BAD WOLVES (2013, Israel) de Aharon Keshales e Navot Papushado

Suspeito de pedofilia e assassinato, um professor é sequestrado e torturado pelo pai de uma das vítimas, numa mistura de torture porn e humor negro. Filme bem inteligente e divertido, em que você sempre fica na dúvida sobre quem é o culpado. Mais cinema que os demais. Obrigatório. 



EDEN LAKE (2008, UK) de James Watkins

Esse não é tão obscuro. Tem até Michael Fassbender no elenco e uma história um tanto quanto genérica: um casal vai acampar no mato e entra em conflito com adolescentes locais. Violento, chocante, daquelas histórias que poderiam de fato acontecer, com um final dos mais deprês dos últimos tempos.



THE WOMAN (2011, EUA) de Lucky Mckee

Pode tanto ser considerado misógino quanto feminista. Uma mulher “selvagem” é encontrada por um pai de família e mantida presa no porão, para ser “civilizada”. De viés altamente alegórico, o filme explora a dominação masculina sobre as mulheres, chegando aos extremos mais bizarros. Apesar disso, vejo com frequência nas madrugadas do Space.


CHAINED (2012, EUA) de Jennifer Lynch

Mais um filme-fetiche de Jennifer Lynch (de “Encaixotando Helena” e filha de David Lynch) esse é um torture porn com síndrome de Estocolmo. Um menino que é mantido acorrentado por um psicopata e vai se tornando seu pupilo. Vincent D’Onofrio é o psycho e o menino é um pitéu.



AFTERSHOCK (2012, Chile) de Nicolás Lopez

Esse poderia facilmente ter sido um filme maior. Não sei por que nunca ouvi falar por aí. É uma mistura de filme catástrofe e torture porn, escrita e estrelada por Eli Roth (“O Albergue”) e ambientada no Chile. Um grupo de americanos vai passar férias por lá – curtindo a vida adoidado – quando há um violento terremoto, que acaba destruindo uma penitenciária e todos os presos saem para cometer atrocidades. Bem divertido.


BENEATH (2013, EUA) de Larry Fessenden

Esse é mais tolo do que todos os demais. Mas adoro esses filmes de animais assassinos (e assisti até “Zombeavers” recentemente). Aqui o monstro é uma espécie de bagre gigante, meio mal feito, que ataca jovens num barco. É surpreendentemente divertido e o herói é um Johnny Depp genérico. É minimalista, pequeno, do jeito que eu gosto. (Obs: Tem um outro "Beneath" recente também, de caverna, mas não é tão legal). 



DEADGIRL (2008, EUA) de Marcel Sarmiento, Gadi Harel

Outro dos misóginos. Dois adolescentes encontram uma espécie de menina zumbi num hospital abandonado, e a exploram de todas as maneiras, com participação dos coleguinhas. Também tem seu Johnny Depp genérico. 



HATCHET (2006-2013, EUA) de Adam Green

Uma homenagem aos slashers clássicos, não entendo como essa série não é mais popular. São três filmes, feitos entre 2006 e 2013, bem na pegada de “Sexta-Feira 13”; e cada filme começa exatamente de onde o anterior terminou. A história... não tem muita história, é um assassino matando gente num pântano. E é cheio de estrelas do gênero, como Kane Hodder (que interpretou o Jason em vários filmes) como o assassino, Danielle Harris (de “Halloween”) como a heroína, e Robert Englund (o Freddy Krueger) numa ponta. Talvez funcionasse melhor como série de TV – a continuidade é bem de série de TV, em três episódios.



À L´INTÉRIEUR (2007, França) de Alexandre Bustillo, Julien Maury


Esse já vi há um tempinho, mas decidi colocar aqui como o melhor representante francês dessa nova safra, que tem coisas bem extremas como “Mártires”, “Alta Tensão” e “Frontiers”. Esse eu gosto mais, por ser (novamente) um filme mais minimalista, passado todo numa casa, e ter um drama mais real. Uma mulher grávida é ameaçada por uma invasora, que comete as violências mais absurdas. Indispensável. 




02/02/2015

LEITOR AO ACASO






Um projeto bem bacana do João Chiodini em que o autor escolhe o perfil ideal de leitor para seu livro. No caso de BIOFOBIA, sugeri um leitor masculino, de meia idade. E acho que acertei o alvo.



NESTE SÁBADO!