01/12/2019

SEM CHANCE DE SER FELIZ

Onde passei a virada, as férias, a páscoa, o ano todo...

Até que não foi tão mal...


2019 até que não foi tão ruim, para mim, melhor do que o ano passado, ao menos...

2018 estava naquela latência, naquela suspensão, todos na expectativa das eleições, os trabalhos parados, as pessoas se digladiando; não dava para fazer planos nem para ser feliz. 

Com o anúncio oficial do apocalipse, parece que as pessoas saíram da letargia e arregaçaram as mangas para aproveitar o que ainda dava em 2019, enquanto o Brasil ainda não foi destruído de vez. 

Em maio, ainda inchado, comemorei meu aniversário de 42 sem grandes ânimos, com amigos. 

Para mim até que teve bastante trabalho, bastante tradução - claro, aqueles trabalhos com pagamentos mirrados, que mal davam para fechar as contas, mas deu. Não tive férias, não viajei nada - o único voo que peguei o ano inteiro foi pra Bienal do Rio.

Passagem rápida por Jacareí, para entregar um prêmio literário do qual fui curador, no começo do ano. 

Foi bom para colocar a cabeça no lugar, de todo modo, trabalho e rotina servem para isso. E o corpo também - foram quase VINTE E CINCO QUILOS perdidos em 8 meses, um ritmo nada absurdo de uns 3 quilos por mês, constante e administrável.  E continuo perdendo. Em breve farei um post com os "segredos da boa-forma". 

I want cookies. 

Meu maior orgulho em 2019 foi ter desaparecido...

O processo começou com o fim do meu casamento de 6 anos com o ex-cozinheiro. Terminamos em abril - depois que ele foi cooptado de vez para o universo de luxo-fútil-bolsominion de Maresias. Jogado de volta ao "mercado dos solteiros", depois de 6 anos monogâmico, fui obrigado a cuidar do corpo. E que mercado selvagem encontrei...

Conheci muita gente louca, muita gente desregulada, que aos trinta e poucos ainda mora com os pais, que é travada para sexo, ou que é maníaca sexual, que tem namorado, mas quer mais de um, que só funciona com aditivos, ou que não pode beber, não pode comer, não tem nada a dizer. E eu, que estava com auto-estima tão baixa, que achava que não havia razão no mundo para alguém querer ficar comigo, comecei a achar que sou o melhor partido da cidade. 


Minha querida amiga Del Fuego fala o quão bom é estar casado, para focar no trabalho, não perder energia flanando por aí. Eu discordo dela; acho que o casamento tem um elemento castrador, a gente se acomoda, se aposenta. Estar solteiro me fez sair mais de casa, conhecer mais pessoas, ver os amigos, contatos que também se refletem no trabalho. 

Mas eu sempre prefiro estar casado. 

Lançamento do ano. 

Voltando ao trabalho, minha produção literária até que caminhou bem. Lancei pela Melhoramentos meu primeiro infantil: "A Festa do Dragão Morto", que não teve grande repercussão, porém mais do que eu esperava para um infantil: Estadão deu uma matéria de página inteira (do meu livro e da Paula Fábrio) e muita gente bacana elogiou. Não fiz lançamento em SP, porque preferi que a editora trabalhasse diretamente com o público alvo; mas fiz uma mesa-lançamento com o Tiago de Melo Andrade na Bienal do Rio - que serviu principalmente para encontrar colegas queridos. 

Na Bienal do Rio. 

No segundo semestre também lancei um continho, um "single", pela Companhia das Letras, "Solo És Mãe Gentil", que refletiu muito o clima de tensão pré-pós-eleições. E estou nas prés do meu próximo romance por eles - que saí já no primeiro semestre de 2020. 


O conto, em formato exclusivo digital, dá para ser comprado aqui: Amazon

Também teve um punhado de matérias para a Folha - que deram o que falar, como a matéria sobre a literatura fantástica -; o curso de publicação que fiz com o André Conti; e algumas mesas em São Paulo, mas nada muito grandioso; foi um ano de contenções e concentração.  

Debate no Mix Literário, agora em novembro. 


Chego agora ao final do ano sem planos, sem viagens, nem grandes expectativas; seguirei sem descanso nas traduções, na dieta e na academia. Porque se não dá para ser feliz, pelo menos dá para seguir estável. 



NESTE SÁBADO!