Chegamos à minha tradicional lista de dez melhores filmes de
terror do ano, lançados a tempo do Halloween.
Uma nova tendência deste ano foi propostas absurdas/trash,
com Ursinho Pooh assassino, bicho-preguiça assassino, homem que se veste de
cachorro, urso cheirado de cocaína... Mas poucos desses foram além da piada. Também teve uma leva de filmes que misturaram a viagem das drogas com terror.
Das franquias clássicas, tivemos poucas novidades e a única que se destacou mesmo foi a continuação de Evil Dead. Muita gente tá colocando no seu top o Cuando Acecha la Maldad, terror argentino de possessão - mas, apesar de ter gostado muito de várias cenas, de impacto, achei o filme como um todo bem truncado, mais pra piloto de uma série do que um filme.
Mas vamos à lista:
SKINAMARINK
Daqueles que vi ainda no final do ano passado, depois da minha
lista de Halloween. É altamente experimental, baixo orçamento, mas gerou
bastante repercussão e incômodo. É basicamente um longo pesadelo de duas
crianças isoladas numa casa de madrugada. Remete àqueles pesadelos da infância, não é incrível, mas é diferente, inovador e merece estar na lista.
O MENU
Também vi no final do ano. É um thriller gastronômico com
grandes estrelas (incluindo a delicinha do Nicholas Hoult) sobre um restaurante
exclusivo, remoto numa ilha, que oferece uma experiência... diferente aos seus
clientes. Gosto muito de toda a ambientação, o universo culinário, a tensão,
embora a conclusão seja meio “meh”.
MEGAN
Dos grandes hits do ano, achei bem bacana. É um terror meio
juvenil (tentei levar para minha sobrinha de onze anos ver, mas ela não teve
coragem – onde foi que eu errei na criação dessa menina?), estabelece uma nova
franquia, com uma boneca-robô-cibernética que enlouquece e passa a matar geral.
Bem divertido.
O URSO DO PÓ BRANCO
Um carregamento de cocaína cai de um avião, um urso
encontra, cheira, fica doidão e toca o terror num parque florestal. Daquelas
propostas sem noção, que surpreendeu pelo gore e pelo humor ousado (incluindo
crianças e drogas). Melhor do que eu esperava.
SWALLOWED
Sequência do curta metragem “Bug Crush”, que eu amoooo. Aqui,
dois amigos se sujeitam a ser mulas, transportando uma estranha droga pela
fronteira EUA-Canadá, mas as coisas começam a dar bem errado quando a droga começa
a fazer efeito. Body horror BEM gay, com direito a nu frontal delicinha. Não é
perfeito, o terceiro ato é bem arrastado (talvez funcionasse melhor como outro
curta), mas não tinha como eu não gostar...
EVIL DEAD RISE
Um novo Evil Dead, dessa vez ambientado num prédio de
apartamentos, com uma mãe possuída perseguindo seus filhos. Violento, insano,
faz jus ao legado da franquia.
INFLUENCER
Das melhores surpresas do ano. Uma psicopata stalkeia influenciadoras
digitais, para lhes roubar tudo – namorado, seguidores, a VIDA – com ajuda das
novas tecnologias, como deep fake. Bem divertido, surpreendente, cheio de
reviravoltas. Adorei.
FALE COMIGO
Usando uma estranha mão embalsamada, jovens fazem contatos
com espíritos e usam a possessão como uma droga em festinhas - e claro que as coisas fogem do controle. Adorei esse
terror australiano, mas fiquei meio triste. Essa premissa de possessão como uma
droga era algo que eu tinha como um argumento, há anos, que nunca consegui
desenvolver. Agora foi pro saco de vez. (Mas também, terror no Brasil tinha
muito menos chance de vingar, fosse em livro, fosse em filme).
A WOUNDED FAWN
Outro filme experimental, meio giallo, que mistura o
desconforto de um começo de namoro com um terror surrealista, a lá Zé do Caixão.
Começa ótimo, depois se arrasta um pouco, mas é ousado, diferente e com um final
ótimo.
GOOD BOY
E para fechar, mais um com uma proposta bizarra – filme norueguês.
Uma jovem começa um namoro pelo Tinder. O cara é lindo, rico e fofo, mas tem
uma excentricidade: mantém como animal de estimação um cara vestido de
cachorro. É menos despirocado do que parece – podia enlouquecer mais no final.
Mas é inusitado, divertido (e é outro com protagonista delicinha).