13/10/2004

ACABOU A LUZ E PERDI A VOZ

Já fui adorador de Björk. ALIÁS, começou com o Sugarcubes. Mas depois de vê-la ao vivo, no Freejazz, em 97, perdi um pouco o tesão.

Apesar disso, achei “Vespertine”, o penúltimo cd dela, bem bom. Também adorei “Dançando no Escuro”, o filme do Lars Von Trier. Então aos poucos ela foi recuperando minha confiança.

Agora baixei “Medulla”, o último CD dela, pelo Soulseek. Os fãs se dividem, uns metem o pau, outros mostram a cobra (hohoho). Eu aperto as glândulas e tiro soro anti-ofídico. É bom, bem bom, apesar das excessivas “bjorkisses”.

É tudo vocal. Só há instrumentos em duas das catorze faixas. Isso não quer dizer que seja um cd "a capella". Na verdade, essa história de “100% orgânico” é mais uma jogada de marketing (esperta- que logo madonna vai tentar copiar, haha), porque os arranjos são formados por tantas camadas de vocais processados, beatboxes e overdubs que soa praticamente como se fosse feito por sintetizadores. Sim, é mais um disco “eletrônico” da Bjork.

Mas isso é bom, porque ela descobriu uma nova maneira de continuar sendo ela mesma. Além do mais, assina a produção, que é certamente o ponto alto do disco. Fico me perguntando se ela compôs e arranjou as músicas todas no gogó ou se começou com um sintetizador.

Faixas como “Oceania” (o primeiro single), “Pleasure is All Mine” e “Triumph of a Heart” são perfeitamente acessíveis. ALIÁS, essa última é uma das melhores coisas que ela já fez. Outras já descem mais quadrado. E não foi sempre assim com Björk?

Enfim, é de se admirar que alguém venda milhões fazendo arte.

Testado e aprovado, vou comprar oficialmente. Para vocês verem como essa coisa de MP3 pode funcionar a favor do artista.

NESTE SÁBADO!