LATINO AMÉRICA ALÉM DE IVETE SANGALO
Antes que eu me esqueça, na próxima quinta, dia 20, eu vou estar no Rio de Janeiro, num debate com Alberto Fuguet, escritor chileno autor de, entre outros, "Baixo Astral", que eu acabei de ler.
Vai ser um evento legal, com uma série de debates, de terça a sexta, sempre com um escritor brasileiro e outro latino-americano. Vai aí a programação completa (que atualizei, estava completamente errada):
Dia 18: A Literatura Latino Americana entra no Século XXI - Com César Aira (romancista, dramaturgo e ensaísta argentino), Sergio Sant'Anna (romancista e contista) e mediação de Raul Antelo (professor de literatura da Universidade de Santa Catarina, escritor e coordenador de Obra completa de Oliverio Girondo para a coleção Archivos).
Dia 19: Literatura Latino Americana e Política - Com Reinaldo Montero (romancista cubano), Luiz Rufato (escritor e jornalista) e mediação de Beatriz Resende (professora, crítica literária e autora de Apontamentos de crítica cultural).
Dia 20: O Que Mudou na Literatura Latino Americana de Macondo a Mcondo? - Com Alberto Fuguet (escritor chileno); Santiago Nazarian (romancista e contista) e mediação de Paloma Vidal (contista, escritora e editora da revista Grumo).
Dia 21: Afinal, Onde Está a Literatura Latino Americana? - Com Efraim Medina Reyes (um dos mais celebrados jovens autores latino-americanos, romancista colombiano), Joca Terron (romancista, contista e designer gráfico) e mediação de Paulo Roberto Pires (escritor, editor e jornalista).
Todos os debates acontecem no Centro Cultural Banco do Brasil/Rio, às 18:30.
Tem muita gente que me escreve do Rio, que pode fazer uma forcinha para aparecer lá. Eu vou ficar pouco na cidade e essa é a oportunidade da gente se encontrar...
E na semana seguinte, dia 27, terei um debate aqui em São Paulo com minha mãe, Elisa Nazarian. Será a primeira vez que ela se apresentará em público, já que é meio tímida, para falar sobre seu livro "Resposta", que foi lançado este ano.
Aliás, saiu neste sábado uma matéria sobre o livro dela no Estadão, assinada pelo Ubiratan Brasil. "Um texto belo e movediço, um livro singular, um jogo de contrastes entre um homem e uma mulher", colocou ele na resenha.
Há também uma foto da minha mãe comigo (by Luciancencov) e o Ubiratan faz uma referência a mim: "Elisa foi
apoiada pelo filho, o também escritor Santiago Nazarian, autor de alguns dos mais instigantes romances da recente literatura Brasileira". A orelha de "Resposta" é assinada por mim. Pois é, coisa de berço, baby.
Para terminar, saiu no site Verbo 21, uma entrevista que o Ésio Macedo Ribeiro fez comigo. É uma das melhores entrevistas que já dei, com certeza a mais densa. Vai um trecho:
As viagens começaram a ter outro significado para mim no início da vida adulta. Eu me apaixonei e fui rejeitado por um rapaz do interior de São Paulo. Comecei a viajar todos os finais de semana para a cidade dele, conheci os amigos deles, namorei uma amiga dele, tudo sem ele ou eles saberem, adotei uma identidade falsa. Aliás, o pseudônimo "Thomas Schimidt" veio dessa época, eu tinha uns 19, 20 anos... Era um sofrimento terrível, mas era gostoso. E eu comecei a fazer várias dessas "viagens passionais" para várias cidades. Eu terminava um namoro e ia passar o final de semana nos puteiros de Curitiba, bebendo, me drogando, me suicidando, era lindo (risos). Claro que era tudo falso, porque domingo de noite eu voltava para São Paulo, para a casa da minha mãe, e ia trabalhar segunda cedinho, mas era uma forma de viver a literatura que já corria em mim. E acho que assim foi brotando minha escrita. Até que decidi sair de vez da casa da minha mãe e ir viver isso permanentemente. Escolhi uma cidade para onde eu nunca tinha ido, onde não conhecia ninguém e me mudei para lá, para começar uma nova vida. Nem precisei criar nome falso ou um passado falso, quando você está em outro cenário, vivendo de fato uma nova realidade, você se torna uma outra pessoa, ou ao menos percebe o que é verdadeiro em você e o que é personagem de uma vida anterior. Você passa a se conhecer muito melhor. Fiquei dois anos em Porto Alegre, foi ótimo para mim. Lá escrevi meus dois primeiros romances. E quando já estava bem estabilizado, com uma vidinha regrada, emprego bem remunerado, resolvi viajar pela Europa, só com uma mochila nas costas, para continuar a viver. Assim foi.
Vocês podem ler inteira na parte de entrevistas da Verbo 21: www.verbo21.com.br