Haha. Regininha sabe das coisas. Regina Volpato para presidente!
Falando em "para presidente", saiu esta semana na Folha minha escolha presidencial. Como de esperado, o texto foi editado, então colocado aqui na íntegra:
Tenho candidatos para todos os outros cargos. Para Presidente, tenho opção? Voto nulo, claro. Eu poderia votar na Heloísa Helena, nesse jogo de escolher o "menos pior", mas seria quase igual votar no Enéas por brincadeira. Ou aqueles questionamentos infantis: "você prefere morrer queimado ou comido por formigas?" Ah, não, não vamos juntar "A Escolha..." com "Os Desastres de Sofia".
Hehe. Eu votaria no Gabeira pra Presidente. Ele deveria ter se candidatado. Não ganharia, claro, mas ficaria em terceiro, subiria degraus para uma próxima eleição. Só que o PV tá falido, né? E acho que foi mais jogo ele se candidatar novamente a deputado, assim ao menos o partido dele tem chances de sobreviver...
Bem, para deputados e senadores temos váaaaaaarias opções, mas presidente....
Falando nisso, viram que o Mercadante citou meu livro?!! No último debate, na Globo, ele citou a frase de abertura de "Mastigando Humanos".
Eu fiz um longo caminho para chegar até aqui...
Será que eu o processo ou agradeço? Ele não deu os créditos. Não citou meu nome. De repente ele leu o livro e ficou no inconsciente, né? Vou deixar passar dessa vez...
A Revista Quem desta semana também me pediu um texto, que também foi editado bastante. Era uma "cesta básica de cultura", ou algo assim. Saiu com uma foto legal minha, antigona, que eu ainda não tinha visto. Vai aí também o texto integral que mandei pra eles:
Filme - "Morte em Veneza" de Luchino Visconti
1- Por que esse filme é marcante para você?
Assisti este filme pela primeira vez na TV, de madrugada, quando eu mesmo estava às voltas com a puberdade. Fiquei um pouco intrigado com a ambiguidade do filme, não conseguia entender exatamente se tratava de uma questão gay ou não e, claro, detestei o filme, achei chato, parado. Anos depois fui ler o romance de Thomas Mann e decidi rever o filme. Maravilhoso. Uma das melhores adaptações literárias para o cinema. Visconti foi totalmente fiel ao espírito de Mann e arrumou um Tadzio perfeito. Uma obra que trata da beleza e dos ideais da arte de forma cortante.
2- Tem alguma cena especial que deva ser citada?
A cena em que Aschenbach caminha para a praia e Tadzio passa girando entre os pilares. Uma fotografia belíssima que me impressionou quando finalmente fui ver no cinema.
3- Lembra da primeira vez que assistiu (as circunstâncias) ou se assistiu varias vezes?
Como eu disse assisti pela primeira vez na TV, quando eu mesmo tinha idade próxima do Tadzio. E continuo assistindo, me aproximando de Aschenbach, haha. A última vez foi no cinema, perto do reveillon, há uns dois anos. Eu já estava melancólico pela época do ano... quase me matei.
Disco - "Suede", da banda inglesa Suede.
1- Por que esse disco é marcante para você?
Hum, novamente vamos falar de ambiguidade. Ganhei este disco de uma namorada, quando eu tinha dezessete anos. Eu estava descobrindo o sexo, as drogas, toda a piração adolescente. E o disco falava exatamente disso. Lembro que eu me identificava tanto, tinha coisas tão pessoais lá, e coisas que eu não queria que todo mundo soubesse, que eu ficava constrangido de ouvir o disco alto.
2- Tem alguma faixa predileta?
A primeira, "So Young". Exatamente por esse lance de identificação. "We're so young and so gone, let's chase the dragon from our home". Fora as guitarras fodéeeeerrimas do Bernard Butler.
3- O álbum marcou em qual momento de sua vida (ou da vida do país)?
Ops, sempre respondo essa pergunta primeiro, né? Hehe. Marcou minha adolescência, em 94, 95. E em 2002 tive o prazer de conhecer a banda pessoalmente em Londres.
Livro - "The Picture of Dorian Gray", do Oscar Wilde
1- Por que esse livro é marcante para você?
Coloquei o nome em inglês porque li em inglês, também quando eu era adolescente. Foi uma descoberta de glamur na literatura. Quando li Wilde pela primeira vez pensei: "É isso o que eu quero fazer".
2- Leu mais de uma vez?
Sim. Li várias vezes. E há alguns anos comecei a traduzir, só por prazer mesmo. Mas é difícil e eu era um péssimo tradutor. Agora estou melhorando...
3- Qual é o grande achado do livro?
Assim como "Morte em Veneza", o livro também trata das questões da beleza e dos ideais da arte, só que de uma forma menos cerebral, mais dândi.
Filme/disco ou livro recente: "Abismo do Medo", filme de Neil Marshall.
Haha. Estou falando sério! Adoro filmes de terror, mas é difícil encontrar filmes realmente impactantes desse gênero ultimamente. "Abismo do Medo" consegue. Começa explorando toda a claustrofobia de uma caverna, o medo do escuro, da vertigem. Depois entra a parte sobrenatural mesmo, os monstros, o sangue, a violência explícita e chocante. Além disso, o filme tem um forte subtexto lésbico: Uma mulher perde marido e filha num acidente, então tenta superar o trauma se juntando a amigas "aventureiras" para explorar uma caverna "nunca penetrada pelo homem".
É isso. E antes que eu me esqueça, vou estar numa porrada de sites esses dias. Sexta-feira, vocês podem ouvir uma entrevista minha no programa Grind, na rádio do site Mix Brasil. Passa sexta às 16h, Segunda às 21h, Terça à 0h. Além do bate-papo, levo coisinhas divertidas para tocar: Suede, Eduardo Dussek, Multiplex...
Além disso:
Segunda-feira, 16h, estarei num chat no IG.
Segunda também, 19h, num chat no Uol.
Acho que esses chats colocam a entrevista por texto, áudio e vídeo. Apareçam, mandem perguntas, me xinguem, só não deixem a sala ficar vazia.
Por último, a revista Paradoxo publicou um ótimo perfil e resenha do meu livro novo, assinada pelo Fernando Oliveira. E mais interessante é a foto que eles usaram e mexeram. Acho que quiseram me deixar com cara de jacaré. Haha. Estou estranhíssimo. Photoshop sinistro.
"O que pareceria a primeira vista uma historinha infantil, se transforma num dos melhores romances do ano."- Fernando Oliveira, Revista Paradoxo.
Vai lá:
http://www.revistaparadoxo.com/materia.php?ido=3795
Tá bom, né? Depois falo sobre "Menina Má.Com" (péssimo título nacional para ‘Hard Candy"). Mas aviso: assistam.