25/09/2006

SANGRANDO EM MEU PEITO ESSE PÂNTANO



Marco Túlio batendo na mesa: "Quero minha parte dos direitos, porra!!!"

Hehe. Fotinho do lançamento, eu Marco Túlio e um mundo de gente.

Agora estou caçando outros lançamentos. Confirmado mesmo só a Feira do Livro de Porto Alegre. Você não me quer aí na sua cidade? Pois é, nem Rio de Janeiro foi ainda confirmado. A questão é que precisamos de eventos, Feiras, Bienais, Seminários. Fazer lançamento "a seco" em livraria só dá mesmo aqui em São Paulo. Aqui, amigos e parentes já garantem uma boa venda. Em outras cidades, que dependo exclusivamente dos leitores, é arriscado. Melhor então fazer dentro de um evento maior.

Pelo menos o romance está bem divulgado nos jornais aí pelo Brasil. Já li resenhas bem legais no Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco, Minas, Rio, Pará...

Para quem ainda não viu o livro, não leu, não sabe do que se trata, etc. Coloco aqui parte do que eu li no lançamento, uma apresentação dos personagens. Você sabe, o livro é narrado por um jacaré, se passa no esgoto, e todos os personagens têm nome de estações do metrô. Vai aí:

A vida nos esgotos das grandes cidades é muito rica. Pode-se conhecer a fundo poesia marginal, cultura underground, alta literatura e ciências biológicas. Não é a toa que nosso jacaré se tornou uma figura prodigiosa. Conheça então seus colegas do submundo.

Vergueiro: Antes que pudessem costurar sua boca, o sapo Vergueiro fugiu dos terreiros de macumba e se escondeu nos esgotos da grande cidade. Para comemorar sua independência, acendeu um cigarro, fumou em triunfo e zombaria. "Ei, você não está explodindo!" – se espantam os garotos de rua que passam hoje por lá. Não, com Vergueiro não tem esse papo furado.

Brás: Com esse pelo todo, com a umidade da fossa, é impossível um animal de sangue quente, como o cachorro Brás, não sentimentalizar. Isso se torna carência, a necessidade de estar aquecido, protegido, o pêlo afagado. Ele se apega a quem lhe dá segurança e os outros que sejam devorados! Não é a toa que o cachorro é tão leal, mesmo a um amigo jacaré...

Santana: Um grande tonel de óleo, uma lata velha despejada, mas com um certo charme, uma certa dignidade. Com seu ferro dentado, suas formas arredondadas, Santana tem o que é necessário para um réptil se apaixonar.

Tiradentes: Um homem, um esqueleto, uma lenda urbana. Descendo aos esgotos para catar latinhas, comprar bebidas e encher o refil, o velho Tiradentes acaba se parecendo mais com uma caveira. Mas não vamos nos deprimir. Afinal, as caveiras não estão sempre sorrindo?

Patriarca: Roedores! Seus dentes crescem infinitamente e eles precisam roer nossas carcaças para manter a ordem. Não importa se são ratos ou esquilos, afinal, um esquilo não é nada mais do que um rato com raízes rurais. O problema é quando se tornam autoritários, como o esquilo Patriarca, tentando comandar tudo no esgoto, organizar o inorganizável...

Ana Rosa: Com seus sapatinhos de crocodilo, todo final da tarde Ana Rosa alimenta o jacaré, jogando restos de yakissoba nas bocas-de-lobo. Não é o cardápio mais recomendado para um réptil, não é um alimento muito saudável. Mas quem sabe qual carne poderá ela oferecer, misturada a essa massa oriental?

Artur Alvin: Um rapaz se masturba no apartamento de cima, uma mulher ovula no apartamento de baixo. O resultado é uma criança, que desce pelos canos e desagua nos esgotos. Artur Alvin. Podemos dizer que a mistura não deu o pior dos resultados. Afinal, um menino com cabelos cor-de-mel e olhos amendoados tem tudo o que é preciso para abrir o apetite de um jacaré...


É isso. Nesse final de semana não fiz muita coisa. Fiquei como um bom réptil, deitado numa jacuzzi ao ar livre, no meio do campo, na casa da minha mãe, tomando caipirinha de manga, ouvindo Cauby Peixoto... Ah, sim, muito bem acompanhado.

A cuba libre da coragem em minhas mãos
A dama de lilás me machucando o coração...

NESTE SÁBADO!