19/09/2006

PIPOCA, MEU BEM, PIPOCA, TEM PRO PAULISTA E TAMBÉM PRO CARIOCA.




A foto aí de cima é de uma dessas lendas não tão urbanas. Um explorador de cavernas que desapareceu numa expedição. Encontraram apenas sua máquina e essa última foto...

Provavelmente uma fraude, ok. Mas o interessante é que essa história gerou um belo filme. "Abismo do Medo", que já está em cartaz nos cinemas brasileiros, aposta nessa lenda. Inclusive o visual dos monstros é muito parecido. Mas pouca gente relacionou essa foto com o filme.

Dirigido pelo inglês Neil Marshall, "Abismo do Medo" é filme tenso e assustador, além de extremamente violento. A história tem um forte subtexto lésbico: uma mulher perde marido e filha num acidente. Um ano depois, tenta superar o trauma juntando-se a um grupo de amigas "aventureiras" para "explorar uma caverna desconhecida". Lésbico mesmo. E estranho ser dirigido por um homem. Porque não é um lésbico-fetichista, com mulheres semi-nuas se acariciando. É um lésbico para lésbicas, com mulheres fortes, companheiras, discutindo sobre feminismo e traição.

A primeira metade do filme é bem tensa, arrepiante, apostando no ambiente claustrofóbico da caverna, no medo da escuridão e de "algo que está por vir". Quando finalmente os monstros aparecem, o filme perde um pouco o clima, mas então choca pela violência gráfica explícita, com direito a fraturas expostas, olhos furados e canibalismo.

O resultado? O melhor filme de terror do ano. Seguido de perto de "The Hills Have Eyes – Viagem Maldita".


Agora, a porra é onde assistir esses filmes, né? Porque o Unibanco acha que Shyamalan é arte, mas monstros canibais não. Daí só passa no Metrô Santa Cruz, Metrô Tatuapé e o caralho. Ontem fui ver no Shopping Tatuapé – no caminho passei por todos os personagens do meu livro, haha – um terror em si. Não pude acreditar quando vi que vendem pipoca DENTRO da sala do cinema. Como isso é possível? Eu acho que até devia ser proibido comer pipoca em cinema, troço fedido, barulhento. Compra um halls, meu filho.

Hum... Estou conseguindo aparentar despreendimento?

Tá, vamos falar de "Mastigando Humanos", hehe. Estão pipocando mais matérias ótimas, no Estado de Minas, na Gazeta do Povo do Paraná. Essa última fez uma entrevista bem interessante comigo. Um trecho:

Se há três anos me dissessem que eu escreveria um livro com o Godzilla como personagem, eu diria que era besteira. Mas minha intenção foi desafiar essas minhas pólices, rigores, que também são um pouco as da literatura brasileira em geral. Afinal, como "jovem escritor" eu tenho obrigação de romper com paradigmas. Comecei vencendo os meus próprios.

(convém dizer que Godzilla faz apenas uma pequena participação no livro...)

Haha. Que chato, né? Alguém lê sobre meu livro no jornal, procura meu blog pra saber mais e eu falo sobre... a matéria no jornal. Bate-volta. Haha. Bem, bem, por isso fui explorar cavernas...

E o que eu estou lendo? Difícil. Estou há algumas semanas com "Ferdydurke", do polonês Witold Gombrowicz, avanço lentamente. Sei que é o que todo mundo está lendo, mas trata de uns temas parecidos com meu livro, a questão da maturidade, da "crise com o sistema de ensino". Eu mesmo tenho o sonho (pesadelo) recorrente que voltei para a escola. Só que não estou conseguindo muito sentar para ler. Fora que estou fechando a organização de uma antologia, pesquisando uns autores...

Bem, o lançamento é QUARTA AGORA, DIA 20, das 18:30 às 21:30 na LIVRARIA DA VILA - Fradique Coutinho 915, aqui em São Paulo. Vai ter um bate papo rapidinho, coquetel de carne de jacaré e tudo mais. Não precisa de convite para entrar. Apareçam e levem a família.

NESTE SÁBADO!