ZUMBIS DE PÁSCOA
(Siouxsie says: "Viu só? É só ficar sem lavar o rosto desde 78 que um dia volta à moda")
Vejam só como é útil ter um blog. Depois que minhas divergências com o calor foram manifestadas, encarregaram-se de resolver o problema e proporcionar um outono ameno aos paulistanos. Sinto muito que isso tenha se dado justo num feriado...
A única pessoa que vi no final de semana foi minha faxineira – que me agradeceu por ter dado o único ovo de páscoa que ela ganhou, mas eu mesmo não ganhei ovo algum. Nem tive almoço de família. Nem um abraço amigo, chuif. - depois que a faxineira foi embora, fiquei aqui trancado, esquecido, com o apartamento em ordem e eu me esparramando por ele, deitado no pufe, assistindo ao novo DVD da Siouxsie.
Vi Siouxsie and The Banshees ao vivo duas vezes – uma aqui em SP, em 95, e outra em Londres, em 2002. A primeira foi ótima, a segunda terrível, pareciam um bando de velhotes querendo mostrar que ainda podiam ser punks – agora Siouxsie deixou de lado o “Banshees” (que era basicamente ela e Steve Severin, o baixista), largou o “Creatures” (que é ela e o marido, Budgie) e assina os shows só com seu nome. Paradoxalmente, é nesse momento que ela parece dividir mais o palco com os outros músicos, em especial com Budgie, baterista. Ela ainda conta com uma orquestra inteira e um percussionista oriental. Saiu do punk geriátrico para se tornar o melhor que ela poderia: uma diva gótica-glam-globalizada.
O DVD é de um show de 2004 no Royal Festival Hall (onde eu já vi ao vivo um show do Suede, também com orquestra). Por assinar com seu nome solo, Siouxsie canta tanto músicas novas quanto músicas do Creatures e dos Banshees, entre elas, vários hits: “Cities in Dust”, “Christine”, “Kiss them For Me”, “Peek-a-Boo”. A voz dela não está na melhor forma (em músicas como “Face to Face” chega até a ser constrangedor, apesar da orquestra salvar no arranjo), mas sua performance é incrível, simpática e sensual e a fotografia do show é absurda.
O DVD ainda é recheado de extras, entrevistas, passagens de som, músicas extras. Fez com que eu resgatasse todos meus velhos cdzinhos do Siouxsie and the Banshees. Depois de eu ter redescoberto Peter Murphy, parece que 2007 é o ano de eu voltar às minhas raízes...
Para ver um clipezinho deste DVD da Siouxsie, da música “Godzila!”:
http://www.youtube.com/watch?v=G43r3F1pbAw&mode=related&search=
Então, voltando ao pufe, à Páscoa, ao esquecimento. No domingo resolvi sair brevemente para caçar meu próprio jantar de Páscoa, alugar um DVD, coisas assim. Encontrei as ruas vazias, um frio, uma melancolia, que só podia ser enriquecida pela presença de zumbis. No meio da Paulista, vendo os poucos transeuntes solitários que avançavam, tive a ligeira impressão de que eram zumbis vindo em minha direção. Queriam meu cérebro de ovo de páscoa? Cérebro com recheio de trufas. Cérebro com recheio na casca. Cérebro sem recheio algum. Minhocas na cabeça.
Cheguei em casa e recheei meu cérebro com licor de cereja. (E, devo confessar, troquei o DVD da Siouxsie pelas “Obras Completas” de Mr. Bean. É, eu gosto, devo confessar. )
Para terminar... Não vá chorar... não fique triste... não se aborreça... Sei que eu não estava falando sobre o “Le Kitsch C’est Chic”, é porque o programa... ACABOU. Sim, eu não estava mais dando conta de correr e ser produtor/locutor/jornalista/pauteiro. O programa, que era mais um hobby do que um trabalho propriamente, estava sendo deixado de lado e resolvi parar antes que virasse meia-boca de vez. Aproveitei e fiz o último com André Fischer, diretor do Mix Brasil, e vai ao ar semana que vem. Esta semana vai ao ar mais um programa sem convidados.
Talvez o programa volte mais pra frente, no Mix ou em outro lugar, mas por enquanto preciso dar conta dos outros trabalhos. Até porque mês que vem devo fazer uma viagem longa...
Mas sobre isso falo depois.
Hoje preciso de sexo... mas estou com tanta preguiça que acho que vou me arrastando até o quarto. Tentarei deixar a porta aberta, quem sabe... Durmo de barriga para cima, você faz o resto.