Trinta anos e três dias que não faço sexo...
E agora a macumba está piorando. Não estou mais conseguindo sair de casa. Passei alguns dias aqui trancado, trabalhando, tomando café, trabalhando, tomando coca-cola, planejando sair de tarde, no fim da tarde, antes que o sol se pusesse; e quando eu via, o sol já tinha se posto, o café já tinha passado o efeito e eu preferia ir para o sofá ver um vídeo ou para a cozinha fazer o (tardio) almoço.
Outro dia estava assim, mas acabei acordando as sete horas da manhã para comprar chocolate.
E outro dia estava assim, mas deu nove horas da noite, depois de quase 48 horas sem sair, e a Nina Lemos me sacudiu no MSN e disse “vem para cá” e eu fui. Assim matamos o Anjo Exterminador.
Hoje, ele quase voltou... Mas consegui sair de casa 17h, para ir ao supermercado.
Eu falo que minha vida daria um belo pornô surrealista. Mas atualmente seria um pornô ainda mais surreal, comigo apenas assistindo outros pornôs, uma coisa metalingüística-espiral-filme-dentro-do-filme. Até meus sonhos eróticos atualmente não têm minha participação.
Colaborando com esse clima, o shuffle do meu Ipod deixou de lado seu puxa-saquismo pela seleção musical que um certo rapazinho tinha deixado no meu Itunes, e agora a favorita do shuffle é a Traci Lords.
“1000 Fires” é um disco de techno-goth bem vagabundo que ela lançou em 1995, mas que é ótimo. Uma coisa “músicas para ouvir tendo fantasias sexuais bizarras que não sejam as suas próprias”. Por isso até passei a baixar os filmes pornôs da Traci.
“Okie dokie doggy Daddy yummy yummy sugar mommy”
E agora a macumba está piorando. Não estou mais conseguindo sair de casa. Passei alguns dias aqui trancado, trabalhando, tomando café, trabalhando, tomando coca-cola, planejando sair de tarde, no fim da tarde, antes que o sol se pusesse; e quando eu via, o sol já tinha se posto, o café já tinha passado o efeito e eu preferia ir para o sofá ver um vídeo ou para a cozinha fazer o (tardio) almoço.
Outro dia estava assim, mas acabei acordando as sete horas da manhã para comprar chocolate.
E outro dia estava assim, mas deu nove horas da noite, depois de quase 48 horas sem sair, e a Nina Lemos me sacudiu no MSN e disse “vem para cá” e eu fui. Assim matamos o Anjo Exterminador.
Hoje, ele quase voltou... Mas consegui sair de casa 17h, para ir ao supermercado.
Eu falo que minha vida daria um belo pornô surrealista. Mas atualmente seria um pornô ainda mais surreal, comigo apenas assistindo outros pornôs, uma coisa metalingüística-espiral-filme-dentro-do-filme. Até meus sonhos eróticos atualmente não têm minha participação.
Colaborando com esse clima, o shuffle do meu Ipod deixou de lado seu puxa-saquismo pela seleção musical que um certo rapazinho tinha deixado no meu Itunes, e agora a favorita do shuffle é a Traci Lords.
“1000 Fires” é um disco de techno-goth bem vagabundo que ela lançou em 1995, mas que é ótimo. Uma coisa “músicas para ouvir tendo fantasias sexuais bizarras que não sejam as suas próprias”. Por isso até passei a baixar os filmes pornôs da Traci.
“Okie dokie doggy Daddy yummy yummy sugar mommy”
Falando em lolitas e pornôs. Estou lendo um livro ótimo, do japonês Ruy Murakami, "Sopa de Miso". É a história de um japinha que trabalha como guia de turismo sexual em Tóquio, levando estrangeiros para a putaria. Até que ocorrem assassinatos entre as ninfetinhas da zona, e ele começa a suspeitar que um cliente dele americano seja o serial. O livro foi lançado aqui no Brasil pela Cia das Letras como "Miso Soup" (traduzido direto do japonês pelo Jefferson José Teixeira), mas eu não sabia e comprei no Chile, em espanhol. De qualquer forma, com certeza logo vem um filme baseado.
Falando em filme, assassinos seriais e Traci Lords. Tenho visto pelo menos uma vez por semana o DVD de "Serial Mom", do John Waters, com a Kathleen Turner no papel título. Traci faz só uma petinha, digo, pontinha, mas vale. E Katheen Turner está ótima.
Então, sentindo esse clima kinky-sex aqui em casa, minha faxineira me questionou. Estávamos almoçando um ótimo curry vegetariano que eu fiz – e que ela inclusive levou um pouco para casa dela, para mostrar para todo mundo lá como eu cozinho bem – quando ela soltou:
“Santiago, você não vai casar, não?”
Suspiro. “Ah, difícil... Você sabe...”
E como ela lembrava das minhas distantes namoradas, e dos namoros mais recentes, começou a especular qual daria um bom “marido” para mim. Para ela, todos meus ex eram príncipes (porque afinal, eu tenho um gosto refinado para rapazes, claro), todos eram lindos e combinavam com meu sofá. Então resolvi retrucar:
“E seu filho?”
“Meu filho?”
“É. Você não tem um filho? Quantos anos tem?”
“28...”
“Opa, idade boa. Põe seu filho na roda.
(Engasgo). “Ah, mas meu filho é... moreno. O pai dele era preto.”
“Hum, já namorei loiro, japonês, mas moreno...”
“Santiago, você não vai casar, não?”
Suspiro. “Ah, difícil... Você sabe...”
E como ela lembrava das minhas distantes namoradas, e dos namoros mais recentes, começou a especular qual daria um bom “marido” para mim. Para ela, todos meus ex eram príncipes (porque afinal, eu tenho um gosto refinado para rapazes, claro), todos eram lindos e combinavam com meu sofá. Então resolvi retrucar:
“E seu filho?”
“Meu filho?”
“É. Você não tem um filho? Quantos anos tem?”
“28...”
“Opa, idade boa. Põe seu filho na roda.
(Engasgo). “Ah, mas meu filho é... moreno. O pai dele era preto.”
“Hum, já namorei loiro, japonês, mas moreno...”
Hohoho.
Continuando nessa onda de latência e abandono, dia desses me pediram um “micro-conto erótico”, para uma “revista masculina”. Achei que podia ter ao menos dois parágrafos, mas depois disseram que tinha de ser MICRO mesmo. Então capei os excessos. O conto original era esse:
Laundramatic
Ele veio na quarta, me entregar os lençóis. Apontei-lhe as manchas, os pêlos foram ao chão. Ele dormia entre ácaros, chatos, micoses. Ela o deixou.
Um dia estarei entre os lençóis dele. Em novas manchas. Um dia lhe darei novas doenças. Quando tudo o que ela deixou se for.
Meio broxante, não? Já escrevi tanto sobre lavanderias... E recentemente comecei a mandar minhas roupas para a 5 a Séc, num surto de opulência. Não deu muito certo, a mocinha de lá pegava meus lençóis amarrotados, estendia sobre o balcão e começava a a anotar: “Alta sujidade. Manchas não-removíveis. Barra puída...”
Oh, constrangimento, constrangimento... Ao menos me rendeu um (micro) conto.
Agora me tranco novamente.