26/10/2009

BRETT'S BACK

Eu ainda acredito no britpop. E ainda amo esse homem.

Ok, ok, sei que a cada quinzena Brett Anderson e Suede pipocam por aqui de algum modo, em algum post, mas Brett está de disco novo, e embora não haja grandes motivos para comemorar, é impossível eu não comentar...


Bela capa.

Slow Attack (belo título) é seu terceiro álbum solo, depois de acabar com o Suede e com a breve The Tears (que trouxe o tão esperado -por mim, pelo menos- reencontro dele com o guitarrista gênio-deus-monstro Bernard Butler, e que não foi lá essas coisas). O primeiro solo foi uma transição do brit-glam-pop que costumava fazer para um som mais intimista, composto exclusivamente de baladas, e com bons momentos como o single “Love is Dead” e “Song for My Father” (que abrem e fecham o disco, respectivamente). O segundo álbum solo, Wilderness, é uma porra. Lento, chato, caindo de vez no “chamber pop”, aquele som intimista e melancólico feito tão bem por gente como Rufus Wainwright e Antony and the Johnsons, mas que com o Brett não dá muito certo porque ele não é um grande pianista, não é tão refinado musicalmente e sua voz está longe de ser o que já foi (é constrangedor ouvi-lo cantando hoje coisas como “The Wild Ones”, tendo de suprimir os falsetes).

Mas enfim... eu amo ele mesmo assim.

Slow Attack talvez seja o melhor dos três álbuns. Um pouco menos minimalista e mais pop do que os anteriores, embora siga na mesma linha. O primeiro single, “The Hunted” é ótimo. Quase chega ao nível de um Suede (quase). Há também bons momentos como a pastoral “Wheatfilelds”, a cinematográfica “Swans” e a robótica “Julian’s Eyes”. Me parece que Brett está ensaiando uma volta de vez ao pop (inclusive ele tem falado sobre uma reunião do Suede...). Eu vou continuar esperando. E amando esse homem.

Confira o clipe de “Hunted”:






Falando em homens que amamos, ontem fui (finalmente) ver o Alberto Guzik no Monólogo da Velha Apresentadora, do Marcelo Mirisola, com Chico Ribas. Ótima montagem sempre no limite entre desmontar a personagem no ator (até pela caracterização mínima no figurino) e com uma crítica-sátira feroz sobre velhos ideais, velhos preconceitos, velhos valores que ainda rastejam (pelo bem e pelo mal) em artistas sobreviventes da velha-guarda.


Guzik é Guzik e "Febe Camacho".



Ontem na platéia tinha uma senhorinha que ficava sussurrando "ai, meu deus!" cada vez que a velha apresentadora falava dos viados, das negrinhas, dos mongolóides... Politicamente incorreto até o osso.

Final de semana que vem é o último, lá no Satyros. Ainda dá tempo...

Foto histórica por trazer (além do Bactéria e Marcelo Ariel) Mirisola e eu na mesma mesa. Gosto dos textos dele - de verdade. Apesar daquela controversa resenha que fiz de um livro dele na Folha, há alguns anos... Ele dá um bom inimigo...

Também fui ver “Um Homem Qualquer”, longa de estréia do Caio Vecchio, na Mostra Internacional de Cinema. Eu dei uma colaborada no roteiro, há alguns anos; lembro que suavizei um pouco o tom político, coloquei umas pitadas de humor, e foi bom ver que o humor foi bem incorporado no filme (que é uma viaaaaaaaaaagem...). Mas embora eu conste no catálogo da mostra como “roteirista”, já peguei o roteiro pronto, e só dei um tapinha. O mérito é todo do Caio. O filme é estrelado por Eriberto Leão, Nanda Costa e o grande Carlos Vereza e ainda há participações dos queridos Laerte Késsimos, Pedro Neschling e Bactéria.

Agora vou tentar não ver mais nada, nada, nada. Estou afogado de trabalhos aqui e não vou poder entrar devidamente no clima da Mostra. E a Mostra é assim. Ou você vê tudo, ou você não vê nada. Senão fica sempre aquela sensação de “estou perdendo algo muito importante...”





Para terminar, revi este final de semana (tx to Fábio), Bugcrush, curta dos mais creepies que já vi, e exatamente o tipo de coisa que eu queria ter escrito...

http://www.bugcrush.net/


NESTE SÁBADO!