(foto: Felipe Hellmeister)
"Pop, mórbido, humorado ou gótico, ele demonstra manejar habilmente uma qualidade que o destaca e o leva além da mera imagem."
Saiu este mês, na revista da Gol (isso da companhia aérea, por isso é especialmente legal, porque não se pode fugir; você está preso naquele tubo voador e precisa de alguma distração, editada pela Trip), um belo perfil meu de seis páginas, concentrado no último livro, com texto de Pedro Alexandre Sanches e fotos de Felipe Hellmeister (além de uma dúzia de fotos pessoais minhas, desde a infância).
Pedro Alexandre foi muito querido e generoso, tanto falando sobre o livro quanto falando sobre mim. Bom ver que ele entendeu a proposta e minhas intenções, tanto no terreno "pop", quanto no campo literário. E apesar de a matéria não ser uma "resenha" do livro, disserta sobre ele melhor do que quase tudo o que saiu até agora.
(Só tem um erro ao colocar este como meu quarto livro, mas eu mesmo já estou perdendo a conta... )
(foto: Felipe Hellmeister)
Tenho achado também um pouco contraditório essa questão toda de me colocar como "escritor pop". Eu assumo, venho trabalhando conscientemente nessa direção (de tentar unir o universo e as referências pop ao genuinamente literário nos meus livros), mas às vezes acho o termo meio paradoxal. Se é literatura, não pode ser pop, porque texto, leitura, e livros com alguma densidade não são exatamente populares...
Discuti isso inclusive numa entrevista recente para a Fashion TV (coisa que também é um pouco contraditória...)
As críticas em si sobre o livro novo têm sido mistas. Teve aquela na Folha, detonando o livro pelo que eu acho que são suas virtudes (definitivamente, Luis Augusto Fischer não entendeu o caráter alegórico e debochado da coisa...). Teve uma hiper elogiosa (apesar de curta), na Istoé; teve uma incrível do Eric Novello no Aquarrás; teve algumas regulares, e teve um punhado de cópias de releases e resumos do enredo sem expressar uma opinião clara.
De leitores tenho recebido coisas bem fofinhas, mas confesso que fiquei mais lisonjeado pelo telefonema da minha irmã mais velha, que está longe de ser fã dos meus livros e ficou bastante empolgada com esse.
Enfim, está tendo de tudo...
Acho essa divergência de opiniões positiva. O que me frusta mesmo é a crescente falta de opinião. Os cadernos literários minguando, as pessoas lendo cada vez menos...
E gente que continua falando "Prefiro Feriado de Mim Mesmo" - hahaha - um livro que escrevi em 20 dias (!), há seis anos...
(Mas eu entendo que "Feriado" é meu livro mais objetivo, menos subjetivo e menos pessoal - por mais que tenha forte relação com minha biografia, tem muito pouco do meu universo interno. Nesse ponto, O Prédio, o Tédio e o Menino Cego revela muito mais de quem eu sou e do que eu acredito.)
Enfim, punhetagens... Mas se te interessa meu ranking sobre meus próprios livros, eu colocaria assim:
1º - O Prédio, o Tédio e o Menino Cego
2º - A Morte Sem Nome
3º - Mastigando Humanos
4º - Feriado de Mim Mesmo
5º - Olívio
(Hum, então são cinco? Não esqueci de nenhum?)