24/04/2011

SLASHER FOREVA!

Tá, não estou tão empolgado assim.

Fui assistir ao Pânico 4 só agora, no meio do feriado, antes de conseguir pegar um ônibus para a casa da minha mãe no mato (o trânsito de feriadão em São Paulo agora é praticamente contínuo, não dá tempo de terminar o congestionamento dos carros indo que já começa o congestionamento dos carros voltando!). O filme é divertido, uma boa sequência, e só, talvez nem a melhor.

O primeiro Pânico (de 1996) chegou no final da era dos slashers (filmes de assassinos mascarados com mortes em série) e discutia e satirizava as convenções do gênero, tratando pela primeira vez com respeito o espectador que já sabia tudo o que ia acontecer. Era inovador e divertido por contornar os clichês, citar os clássicos do gênero e ainda fazer você suspeitar de todos os personagens do filme, num momento ou outro.

Vieram duas sequências, a fórmula se desgastou, e desde 2000 não se falou mais nisso. Até agora. O que mudou para que a fórmula deixasse de ser desgastada, e pudesse se fazer um quarto filme, eu não sei ao certo. Sei que o resultado é apenas mais um filme da série Pânico, tão previsível quanto os anteriores.

Dessa vez eles discutem a onda do “torture porn” e dos remakes de slashers (e pouco mais do que isso – não se entra nos filmes 3D e nos mockumentaries, por exemplo) mas a fórmula que era inovadora - um filme de terror citando filmes de terror, criticando as convenções do gênero e trazendo um assassino “surpresa” – já está mais do que velha. Até que começa bem, com uma espiral metalinguística meio absurda, mas logo entra na estrutura convencional. E no final o que você vê é gente citando clichês de filmes de terror, batendo porta e correndo pela casa com um assassino atrás. Boooooooooring.

Não há nada, nada, nada de novo no filme. Inclusive a direção, fotografia, edição, atuações, é tudo bem 90’s, o que tem seu lado positivo, de manter a unidade com os outros filmes. Mas se passaram dez anos e Pânico 4 fica perdido como mais um filme Pânico – em breve eu vou confundir as cenas deste com as do 3 , ou do 2.

Vale colocar também que, apesar do filme estar batendo recordes de bilheteria, e de estar em cartaz em dezenas de cinemas, não havia NENHUM cinema aqui pela região da Paulista com o filme. É o que eu falo, o povo fica reclamando do fechamento do Belas Artes, mas o que não falta é cineminha cult; pra ver filmes bagaceiros como esse a gente tem de ir lá pro quinto dos infernos.

Felizmente lembrei do Shopping Higienópolis, que é razoavelmente perto, e que acabou sendo uma ótima pedida. Olha só: filme de terror em pleno feriado, cinema lotado de uma petizada, mas todos bonitinhos, quietinhos, de banho tomado, sem gritaria. Me chamem de elitista, mas assistir num lugar como o Tatuapé é que seria um verdadeiro terror.

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