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Lembro de quando conheci o Charly, há alguns anos, ele estava sondando textos meus para fazer um curta. "Mas não quero nada com morte, nada com sangue, serial killer," ele me disse. "Putz, você chega numa churrascaria e diz que não come carne? Posso ver o que tem no buffet de saladas, mas não é minha especialidade..." foi minha resposta. Acabamos não trabalhando juntos. E foi melhor assim. A delicadeza que ele conseguiu agora em seu longa (que tem argumento de outro querido, Felipe Sholl), não me pertence mesmo.
E fico bem feliz que essa geração, minha geração e meus amigos estejam começando com seus longas. Teve o Esmir Filho, com seu lindo (com péssimo título) Os Famosos e os Duendes da Morte; agora o Charly; tem também o Marco Dutra "flertando com o terror" em Trabalhar Cansa, que estreia na próxima semana. Daniel Ribeiro é outro que está com um trabalho lindo...
E Feriado de Mim Mesmo volta a ser cogitado, "cogitado." Depois da peça fodástica que estreou no Rio (e que já saiu de cartaz por lá, mas deve vir a SP no começo do próximo ano), voltamos a falar do filme. Quem assumiu o projeto agora é o Rafael Primot, que há tempos está de olho no livro. Mas por enquanto é só um projeto...
Com o cinema real-nacionalista que se fazia por aqui, seria difícil ver uma obra minha nas telas (quem sabe Olívio?) - felizmente a coisa está mudando. Também acho que há várias coisas adaptáveis em Pornofantasma, a começar pela novelinha-título. Quem sabe com essa nova geração que está aparecendo aí?