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Com os grandes, em Extrema. |
Acabo de voltar de Extrema, cidadezinha na divisa de São Paulo e Minas, onde aconteceu pela segunda vez um festival literário dos mais divertidos.
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Ano passado, falando com leitores adolescentes de "Garotos Malditos". |
Enquanto a maioria dos eventos literários tem motes "carinhosos" como "a literatura é uma viagem", "ler faz um mundo melhor" e "a leitura transforma o mundo", o festival de Extrema parece estar se consolidando em explorar o lado negro da força, que ao meu ver tem uma força transformadora ainda maior.
Dessa forma, a programação toda girou em torno da violência, desde o registro documental (com Ilana Casoy e Marcelo Resende - esse mesmo, do Cidade Alerta), até a ficção, com Raphael Montes, Marcelino Freire e Ana Paula Maia.
Eu mesmo estive lá, mas não estava lá. Participei ano passado de duas mesas (uma delas sobre literatura de horror) e este ano me convidaram novamente apenas para conferir as mesas. Eu sempre gosto de assistir, ver o que os outros autores têm a dizer, além de encontrar os amigos e estender nos bares e na noite, então foi ótimo.
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Tietando Ilana Casoy. |
Estava especialmente curioso para encontrar Ilana Casoy, criminologista autora de alguns dos livros mais impactantes que já li (reportagens sobre crimes reais como o "Serial Killers Made in Brazil"). E pessoalmente ela é das pessoas mais queridas e divertidas - entramos pela noite bebendo e conversando.
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Guido Palomba e Ilana Casoy mediados por Cadão Volpato. Só faltou o gel para o ringue. |
Mas a mesa dela com o lendário psiquiatra forense Guido Palomba não ficou para trás. Já começou com os dois discutindo inflamadamente sobre o caso "Marcelinho" (o menino carioca que supostamente matou os pais PMs e se suicidou) e seguiu para discussão de outros casos e métodos forenses, em discordâncias apaixonadas que deixaram a plateia fascinada e o mediador Cadão Volpato numa sinuca. Das mesas mais intensas que já vi.
(Terminada a mesa, Dr. Guido veio correndo falar com... Murilo, e se revelou fã e torcedor do Masterchef Brasil. Você vê o poder dos realities.)
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Mutarelli e Beto Brant. |
Se as outras mesas não foram tão "intensas", foram mais literárias, com Reinaldo Moraes narrando suas "pornopopéias" (com acento), Beto Brant contando sobre adaptações literárias, Mutarelli sendo sempre tão Mutarelli. Lindo.
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Irmãzinho Raphael e Reinaldo. |
O organizador, Marcelo Spomberg, faz todo mundo se sentir em casa, é de uma atenção e carinho ímpares e está aí criando algo muito especial. É um festival realmente diferente, já com uma identidade própria, que precisa continuar e crescer.
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Ontem o povo entrou noite a dentro bebendo, Murilo ficou me representando, mas eu mesmo fui dormir cedo, que sou um escritor cansado de meia idade. |
Hoje com Marcelo e nosso motorista Rufo, piloto de Fórmula Truck, que é um personagem à parte.
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Eu ainda terei eventos bem bacanas este ano, sendo o próximo também em Minas, na Fliaraxá, com Marçal Aquino. Acompanhe na aba "agenda" aqui do blog, que vou atualizando por lá.
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Ana Paula Maia é das favoritas, sempre.
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