Os meninos lindos do Paraná e minha querida mediadora Leny Zulim. |
Uma das grandes inspirações do meu Neve Negra foi O Filho Eterno, do Cristovão Tezza, um romance dolorosamente honesto sobre o papel do pai, que li há anos e reli quando fazia o meu. Então foi especialmente gratificante ler a coluna do Tezza neste domingo na Folha de São Paulo, que ele basicamente dedica a fazer uma resenha FODA do meu livro, comparando-o ao Distância de Resgate da Samanta Schweblin (que amo como autora e como amiga).
(Aqui: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/cristovao-tezza/2017/09/1916981-nunca-me-agradaram-historias-de-terror-acreditava-que-nao-era-medo.shtml )
Mal conheço o Tezza (nesse mundinho em que todo mundo é amigo) e tenho más lembranças da única mesa que fiz com ele numa Bienal, mais de uma década atrás. As más lembranças são minhas porque tenho a impressão que fui meio galopim; ainda não tinha lido O Filho Eterno, que ele estava lançando, e agi meio como o jovem prodígio que me achava na época, não dei o devido respeito que ele merecia. (Fiz isso algumas vezes na minha carreira, inclusive com a Eliane Brum, e se a gente não pode ser petulante e inconsequente na juventude, será quando? Agora não sei se já aprendi. De toda forma, é gente demais escrevendo, é muito livro, tão difícil saber o que a gente de fato tem de parar para ler, escutar, reverenciar, o que pode passar batido...)
Pensando nessas inconsequências da juventude, segui esta semana numa rápida passagem no Paraná, para falar em duas cidades num projeto parecido com o Viagem Literária, chamado Caravana Literária, organizado pela Secretaria de Estado de Cultura do Estado.
Tenho um amor especial pelo sul, já morei no RS, em SC (Tezza é do SC, inclusive), e meu marido é do PR, então sempre tenho motivos para voltar. E essa curta viagem reforçou os laços.
Na segunda fiz uma mesa em Apucarana, a 50km de Londrina. Apesar de ser um projeto voltado para bibliotecas, transferiram para um teatro enoooooorme na cidade, que tava mais pra Kéfera e seria difícil de encher numa tarde de segunda. Ainda mais que fizeram flyers eletrônicos marcando às 19h, mas o evento aconteceu às 17h, daí seria pedir muito que estivesse cheio...
Cine Teatro Fênix, poucos minutos antes da minha mesa. |
Foram exatamente 15 pessoas. E foi ótimo. Tinha uma querida leitora minha, a Mariene, com o namorado, e uma dúzia de meninos lindos, educados, inteligentes e interessados. Foi como uma turminha fechada para discutir literatura. Eles tinham muitas perguntas, muitas questões e extrapolamos o horário. Consegui saber o nome deles, tinha inclusive uma dupla de gêmeos, e um pouco da história de cada um. Acabou sendo outro formato de mesa, bem gratificante.
No dia seguinte, nesta terça, às 9 da manhã, já estava falando com 90 moleques de três turmas diferentes em Cambé, cidade da Grande Londrina. Também era um pessoal bonito, inteligente e interessado, e um pouco mais agitado, até pelo número. Chegamos quase até às 11h da manhã e tive de seguir direto para o aeroporto.
Parte do público lindinho de Cambé. |
Mas a Caravana Literária tem mais gente bacana e fodona como o Reinaldo Moraes e o Milton Hatoum.
Programação completa aqui:
http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=95380&tit=Cinco-autores-participam-do-projeto-Caravana-Literaria
Amanhã cedinho sigo para Colômbia, para a Fiesta del Libro y La Cultura. Já estive duas vezes como convidado em Bogotá, mas será minha primeira vez em Medellin. Tenho só uma mesa na quinta, então acho que o resto do tempo será para assistir outras mesas, conversar, beber e descansar, não necessariamente nessa ordem.
Programação completa aqui:
http://www.fiestadellibroylacultura.com/
Tem sido um ano intenso - e de uns meses para cá, bem prazeroso - mas agora parece que está acabando. Para outubro, por exemplo, ainda não tem NAAAAADA marcado. Ao menos as traduções voltaram. Não reclamarei por hoje.