22/05/2005

EU, CAÇADOR DE MIM MESMO

Nesta segunda começa a ser rodada a segunda edição de "Feriado de Mim Mesmo". Não é o máximo? Vendi uma edição inteira em menos de dois meses! Por isso, sinceramente, eu não esperava. Claro que agradeço ao povo daqui. Aos leitores fiéis...

Eu tive de reler o livro todo no final da semana, para fazer uma revisão. Sim, sobrou pra mim, porque apesar da editora ter comido várias bolas na revisão da primeira edição, eles não vão mandar fazer uma nova revisão. Eu não sou revisor, sou escritor! Larguei o curso de Letras da USP assim que entrei. Então, para não sair erros crassos, li e reli o livro e pedi ajuda para minha mãe.

Minha mãe é uma grande parceira, excelente escritora e leitora. É sempre a primeira a ler meus textos. Nem sempre concordo com a opinião dela, mas respeito. Não é opinião de mãe. Meu primeiro romance, "Olívio", por exemplo, ela não gosta. O que ela mais gosta é mesmo o "Feriado".

O livro dela, "Resposta", está vendendo muito bem, apesar de ainda não ter saído nada na mídia. Sabe como é, primeiro livro, editora pequena. Ela também não administra a carreira (de escritora) da forma obsessiva como eu administro. Ela tem outro tipo de trabalho e outro tipo de escrita. Mas é algo lindíssimo. Dêem uma olhada nas livrarias e vejam o que vocês acham. "Resposta", de Elisa Nazarian.

Esta semana finalmente conheci minha agente, Ray-Güde Mertin. Ela me representa internacionalmente desde a metade do ano passado, mas anda não havíamos nos encontrado pessoalmente. Foi bom para saber como anda a circulação dos livros fora do Brasil. Boas perspectivas. Ela é que conseguiu a edição portuguesa de "A Morte Sem Nome" (ainda não saiu, mas já recebi a grana– será lançada no final do ano). Além de mim, Ray representa o Saramago, Lygia Fagundes Telles, Marçal Aquino e outros concorrentes desleais. Mulher forte essa.

E como tem mulheres fortes ao meu redor, hein? Leitoras principalmente. Tenho recebido emails muito interessantes... Acho que vou retomar minha antiga carreira HT. Haha.

Mudando de assunto, recebi esta semana uma crítica que o poeta, escritor e dândi santista Flávio Viegas Amoreira fez de "A Morte Sem Nome". Foi publicada na mesma edição do "Rascunho" em que saiu a resenha do "Feriado", pelo Suênio Campos de Lucena. Maravilha. Flávio aponta "A Morte" como um dos cinco melhores livros nacionais publicados neste milênio. Coloquei um trecho lá na página da "Morte".

Hoje fui na casa do Marcelino (Freire), conversar sobre uma antologia de contos que estamos arquitetando. Foi ótimo também para dividir experiências com um autor mais experiente, boa gente, que sabe administrar a carreira e que já passou por muitos dos meus dilemas. Estou numa fase estranha, um pouco apreensivo...

Tem boas coisas acontecendo, mas minha maior preocupação continua sendo como pagar as contas de junho (o dinheiro dos livros demora para vir...). O tipo de conselho (e consolo) que recebo das pessoas é que "você está construindo algo importante, logo vai colher os frutos." Mas o que como até lá? Como me preocupar com a imortalidade, se não sei como sobreviver no próximo mês?

NESTE SÁBADO!