JASON ATACA EM IPANEMA!
Ei, tá com tempo? A história hoje é longa...
Sofri tanto. O Rio de Janeiro foi muito mau para mim. Sim. Não vou ficar passando mão na cabeça de quem me escarra. Mas calma, também não foi tudo ruim.
Sexta-feira 13 fez jus a Jason. Puta merda. A Bienal cometeu tantas, tantas, tantas barbeiragens comigo. Pra começar, me confirmou dois dias de Sofitel, um hotel luxuoso, mas só pagou uma diária. Eles esperavam que eu pagasse uma diária de mais de trezentos reais? Por que não me avisaram? O hotel também me deixou esperando DUAS horas para entregar o quarto. E isso porque eu cheguei no horário combinado... Mas a pior barbeiragem foi ESQUECER de me buscar para o debate. Ou seja, eu tive de ir de táxi, na última hora, hora do rush e cheguei MEIA HORA atrasado no meu PRÓPRIO debate na Bienal.
Ai, ai... no maior estresse. Mas passou, passou.
A mesa em si não foi nada demais. Apesar do talento de meus colegas, Cuenca e Dodô Azevedo (o Giron faltou), a conversa não tinha muita direção, ficou um papo sobre internet, literatura pop e "carreiras anteriores" que não deve ter interessado a ninguém. Fiquei entediado. Desculpe.
Pra PIORAR as coisas, fui autografar "Feriado de Mim Mesmo" na seqüência, mas o estande da Planeta simplesmente NÃO TINHA O LIVRO. Já tinha acabado. Antes dos autógrafos! E não tinha em NENHUM OUTRO ESTANDE EM TODA A BIENAL!!!
Bestseller, eu? Vai ver se tá faltando o livro do Paulo Coelho...
O lado bom disso é que eu fiquei sabendo que "Feriado" realmente está no fim de sua primeira edição, e isso pouco mais de um mês depois de seu lançamento! O lado ruim é que dá pra perceber que a editora não acreditava no meu sucesso...
A festa da Bienal até que foi legal, apesar de rolar SKANK. Haha. Mas só de cruzar (ops) com Antônio Cícero na entrada já valeu. E cruzei (ops) também com a Lya Luft. Eu entrando e ela saindo. Ouvi ela comentando: "Melhor a gente ir embora". Eu virei e perguntei: "Só porque eu cheguei?" Haha. Ela ficou me olhando, meio sem graça, se perguntando: "Será que eu conheço esse moleque?"
Muito champagne, muitos "industriais", poucos escritores, menos beldades ainda. Valeu pela companhia da (agente) queridíssima Ana Maria Santeiro, que fez questão de me apresentar o povo interessante (os escritores, os editores...). Cumprimentei o Ziraldo e soltei: "Você é o maior escritor fetichista para crianças! Li seus livros sobre o pé, sobre o joelho, sobre o umbigo", haaha. Ele também riu.
Encontrei também meu ex-editor, Paulo Roberto Pires, que me fez valer a viagem dizendo: "Sabe quem comentou comigo que adorou seu livro? Adriana Calcanhotto!" Putz, e eu que mandei "A Morte" pra ela há um ano e ainda não sabia o que ela tinha achado...
Sábado também participei de um evento no Rio, o Cabaret Digital. Coisa moderníssima, demais para mim. DJS, instalações, vídeos, fotos, tudo acontecendo ao mesmo tempo. Eu estava encarregado de levar a "literatura", mas não tinha nada a ver. Sabe como é, todo mundo bebendo, conversando, interagindo e eu obrigando todo mundo a parar para me ouvir lendo um texto. Chato. Aliás, um conto meu péssimo para ser lido em voz alta ("Depois do Sexo"), que foi escolhido pela Fernanda, organizadora do evento. Parecia que não acabava mais. Eu mesmo não agüentava mais ler aquilo. Me senti como aqueles caras pentelhos que ficam na porta do cinema perguntando: "gosta de poesia?" Enfim, terminei me desculpando. E prometi a mim mesmo que nunca mais faço esse tipo de coisa. EU SEMPRE DETESTEI SARAU.
Ai, tô enxaqueca hoje, né? Tá muito chato? Calma, as reclamações estão acabando.
Por falar em enxaqueca, depois da festa da Bienal, imagine como eu fiquei? Ressaca total no sábado, que dura até agora. Deve ser praga da "concorrência"...
O que teve de bom no Rio? As fotos da Izabel Goudart, do Cabaret, eram lindas. O pessoal jovem e bonito que eu conheci na Bienal, veio falar comigo e tentou comprar "Feriado", mas acabou levando "A Morte", valeu todo o stress. Meu quarto no Sofitel era uma coisa de cinema, com vista para o mar de Copacabana! Minha hospedagem calorosa, de sábado e domingo, na casa de Cristiane Costa e Paulo Roberto Pires, foi exatamente o que eu precisava para relaxar. Silvano Santiago e Ana Maria Machado foram muito simpáticos comigo. Ramon Mello e sua trupe me deram uma ótima amostra da penetração (ops!) do meu trabalho com os cariocas.
E com o cenário do Rio, é impossível rodar um filme de terror. Mas se eu ficasse mais um dia vendo tanta gente bonita, ia acabar com terçol!
Chegando aqui, fiquei sabendo que saiu uma matéria bem legal e extensa sobre o "Feriado", com entrevista inclusive, no Globo Online. Lá eu digo: "Não posso me considerar marginal apenas porque não assisto Big Brother ou não sei quais carros a Volkswagen produz."
Vocês podem ler no: http://oglobo.globo.com/especiais/bienal2005/mat/168287237.asp
No Globo Online tem também uma resenha, bem densa e estruturada. Só não entendi direito se é positiva ou não. Acho que não. Mas o Miguel Conde foi tão queridinho na entrevista... achei que ele tinha gostado...
Isso me lembrou uma história do Rufus Wainwright, que disse que uma vez passou um dia inteiro em Paris com um jornalista, andando pela cidade, para fazer uma entrevista. Ele acabou se apaixonando pelo cara, mas, no final, a matéria só metia o pau (ops!) nele. Haha. E eu que nunca vi o Miguel Conde...
Ah, mas Beatriz Resende, GRANDE pesquisadora, acadêmica e resenhista que acompanha meu trabalho desde o comecinho, disse que considera "Feriado de Mim Mesmo" meu melhor livro. Eu não concordo, mas bem que ela podia fazer uma resenha...
Renatinha Simões me avisou também do programa novo dela que estreou no Multishow, sexta, 23: 45. Ela me entrevistou rapidamente no show do Placebo, mas eu nem lembro direito as bobagens que falei...
Espero voltar em breve, com pérolas para meu blog! Se não postar mais aqui, é porque as tragédias alcançaram proporções fatais, ou gravemente debilitantes. Será que eu conseguiria digitar com a língua? Sal grosso. Sal grosso. Arruda. Arruda.