Queria que minha vida fosse assim. Que eu abrisse o elevador e aparecesse uma chinesa cantando: “Oh, calipso. Oh, calipso.”
De “O Buraco” de Tsai Ming-liang, um dos meus filmes favoritos, do meu diretor favorito (que agora tenho aqui em DVD, graças ao Fábio).
Aviso que ainda tenho alguns Olívios aqui, meu primeiro livro (já esgotado). Vendendo naquele esquema (25 reais, já com frete, autografado). Quem quiser (e quem já me escreveu), confirma logo que vai acabar (santiagonazarian(arroba)gmail.com.)
Sobre a questão Bienal/Volkswagen, bom saber que eu não estou só:
Noventa por cento do que é vendido, ou que movimenta a Bienal do Livro, é lixo. Digam a verdade. Não me venham dizer que ler livros de merda é bom, que pelo menos cria o hábito de leitura. Todo mundo sabe que não é verdade. (...) Eu vou lá trabalhar (não vou lá me exibir como um pavão). E eu deveria receber por isso. Ou será que a Volkswagen, que tem um estande na Bienal do Livro, não tem dinheiro para pagar os escritores e poetas brasileiros que vão lá trabalhar? - Do Blog do Ademir Assunção. http://zonabranca.blog.uol.com.br/
Como no Tordesilhas, topei fazer, e, como a Nossa Caixa, a Volkswagen não paga um centavo. “Mas é uma puta divulgação, né?”, é o que dizem. Sim, também acho, em certo sentido. É bom pra caralho falar e conversar sobre o seu trabalho, botá-lo na roda, falar seus poemas em público etc. Vira e mexe participo de eventos literários, ganhando ou não. E vou continuar participando, ganhando em uns, não ganhando em outros, topando participar de uns, não topando em outros. Agora: uma coisa é participar de eventos literários ao lado e com organização, na raça, de grandes amigos. Outra, completamente diferente, é estar ao lado de marcas como as aqui citadas sabendo que não tem grana (não tem grana??). - Do Blog do Marcelo Montenegro: http://marcelomontenegro.blog.uol.com.br
A Bienal faz todo autor perceber seu papel na cadeia literária, ele é um fornecedor de matéria-prima, moela pra fazer salsicha, insumo pra Perdigão. A Bienal é um encontro importante de negócios, dos mais importantes para a fila andar entre livros e suas conexões. O autor é que fica pequeno, do tamanho da falange de um dedinho de criança. Minha mãe diz que só fica pequeno quem nunca foi grande, então vamos ao trabalho que eu tô com pressa. É por isso que escrever não tem nada a ver com publicar, nem com ser amado, lido, pago, elevado, aceito e saciado. - Do blog da Andréa del Fuego: http://delfuego.zip.net/index.html
Mas isso me deixa mais animado? Não. É triste ver que tem bastante gente pensando como eu, reclamando como eu. E que nada é ou será mudado.
20/08/2008
ONDE ESTÁ MEU CHACHACHÁ?