Em Osaka, madrugada dessas. Meu hotel em azul ao fundo
Acabo de voltar de uma viagenzinha pelo sul do Japão: Kyoto, Osaka, Hiroshima e Miyajima. Foi uma maratona de dois dias mais para conhecer cenários clássicos e provar a mim mesmo que eu posso me locomover pelo Japão do que para de fato conhecer as cidades.
Chegando a Kyoto - ouvindo My Chemical Romance,"I´m Not Ok" - no Ipod, para compor com o visual.
Não é fácil. Até arrumar hotel é difícil, se você não consegue ler as placas (é, só os hotéis mais caros e mais internacionais tem "Hotel" escrito no alfabeto romano). Mas depois que você formata o cérebro pra entender como a coisa funciona aqui, fica tranquilo viajar. Fui naquele trem bala, que parece bem um avião, inclusive na falta de conforto - não se compara aos trens europeus. Mas é um país relativamente pequeno e você consegue fazer um bom trajeto em pouco tempo.
O lindo templo de Kiyomizu-dera, em Kyoto.
Kyoto foi só uma caminhada até o templo mais famoso. Claro que consegui me perder e acabei num cemitério lindo, com montanhas ao fundo. Fui caminhando no cemitério, olhando as montanhas, pensando que afinal seria bem mais interessante passear por lá do que ir num templo recheado de turistas; e quando estava chegando no alto... cheguei ao templo; que ficava no alto da montanha, atochado de turistas.
Pode enterrar.
Chegando a Osaka não pude deixar de visitar o aquário - um dos mais famosos do mundo. Lindo lindo, com golfinhos, tubarões, leões marinhos, pinguins e outros bichos que vejo na porta de casa, em Florianópolis. Uma experiência onírica e relaxante, em parte também pela música ambiente hipnótica, que uma hora começou a me dar nos nervos. Na saída do aquário, você ainda pode tocar numas raias e micro-tubarões de um tanque.
Televisão de gato.Aproveitei a noite em Osaka também para cair na balada, que não aconteceu. Encontrei um labirinto de bares e boates, todos vazios. Fui pulando de um para o outro, conversando com um barman aqui, tentando conversar com outro lá, procurando a balada perdida-escondida, que não iria acontecer numa noite de quarta, em Osaka.
Será que agora o barman me entende?
O turista é um ser leviano. Acha que todo dia é de festa, ninguém precisa acordar cedo no dia seguinte; e namoros, noivados e casamentos podem ter uma pausa durante sua visita. Confesso que enfiei meu dedo em alguns bolos alheios, durante essas semanas todas de viagem. O turista acha que deve ser feliz todos os dias, todas as horas, mais ou menos como o viciado. Mas, para a maioria, a felicidade só acontece aos sábados (pronto! explicado o título do post) e o turista deve planejar muito bem o que vai fazer nesses dias preciosos de sua viagem.
Enfim, nada aconteceu em Osaka...
Nazarian finalmente encontra um veadinho:
"Ei, pitéu, você vem sempre por aqui?"
Veado: "Sai fora, você já comeu meu primo."
"Err... primo? Eu estava bêbado, e ele que me seduziu."
Veado: "Estou falando da RENA que você comeu na Finlândia. Rudolf, meu primo."
Ontem fui para Hiroshima. De lá, peguei a balsa direto para Miyajima, uma ilha linda-linda, patrimônio da humanidade. É repleta de veadinhos - os bichos - e eles vêm até os turistas, mendigando comida. Também comi ostras, comi polvo, passei algumas horas e voltei.
(Por sinal, como tem veado nessa viagem, né? Digo, o bicho mesmo. As renas e alces da Finlândia e Suécia. O veado que comi na Alemanha. Fora as cabeças empalhadas que encontro em vários bares por aqui. O bicho está em alta. Quati já era. Veado é o novo quati. Vou avisar para o Ricardo Crestani - querido DJ de Floripa - vender a pele dele pra Yakuza. Ele tem um veado incrível tatuado no peito.)
Sobá... Ok, foto tirada há uns dois meses, em Campo Grande. Mas é basicamente o que se come diariamente por aqui.