10/10/2010

SÍNDROME DE CAROLINA FERRAZ


Momento “eu sou rica! Rica!”


Estou tentando me conter. Faço uma viagem de 40 dias pelos países mais caros do mundo, então não dá para despirocar e baixar a Carolina Ferraz das compras e dos champagnes.



Mas dá pra ser feliz.




A linda Estocolmo.


Comparando com países que estive recentemente, como Alemanha e Espanha, é impressionante ver como o Brasil está caro... ou ao menos São Paulo. Até a Dinamarca, onde meu orçamento já começou a cambalear, está praticamente pau-a-pau com SP. Isso é que é viver num país emergente...


Mas chegando à Suécia, a coisa muda.




"Eu sou rica!"


País caro pra caralho. Caro-caro. Tentei trocar meus euros (por coroas suecas) em migalhas, porque só ia passar um dia lá, mas acabei apelando para cartão de crédito, de débito e para o calçadão.

Até agora tenho dado sorte nos hotéis. Conseguido quartos incríveis (como em Berlim) por preços razoáveis. Hotel na Europa não é barato, e eu já viajei de mochilão por aqui, dividindo quarto em albergue, agora não tenho mais idade pra isso. Para Estocolmo, não tinha conseguido reservar nada. Apelei para um “Bed & Breakfast”, mas acabei não achando o endereço e me vi rodando a cidade perdido, com uma mochila nas costas e uma mala pesada nas rodinhas.





Acabei entrando num hotelzinho antigo, três estrelas, que vi pela frente. Delícia. A recepcionista era uma velhinha fofíssima, me fez um belo desconto e me levou para um quarto enorme. Não paguei barato, mas valeu. (Quando eu terminar a viagem, faço um post de serviços, com nomes e preços de hotéis, ok?)


Minha vó sueca.


Vivendo o sonho do turista burguês, resolvi gastar também num restaurante, pedindo uma especialidade sueca: língua de rena com gelatina de raízes. A melhor língua de rena que eu já comi... hohoho. A carne era uma maciez só, parecia um filé... de língua de rena.

A garçonete: “Are you enjoying your meal, sir?”
Eu: “It tastes like I´m kissing a reindeer... in a good way.”


Beijo de língua no Rudolph.

Depois do jantar, baladinha gay. E toma os preços mais caros que já vi na vida. Tipo dose de vodca por 50 reais (e dose sueca, não aquelas doses da Loca em que a Arethusa vira a garrafa no seu copo olhando para o horizonte.) Assim fica difícil ser feliz.

Mas os meninos eram bem bonitos, o lugar era bonito e o som era bacana. Pena que fechava às 3h, pelas leis de Estocolmo.

Quando voltei pro hotel, a velhinha estava acordada, e veio correndo atrás de mim. “Sir, sir, have you decided which tea would you like for breakfast?”

Dez horas da manhã uma camareira entrou com uma bandeja, me servindo o café da manhã no quarto.
Ricaaaaaa! (a jaquetinha Jacko não foi uma boa escolha para o navio, me confundiram com membros da tripulação.)


Agora estou no navio para a Finlândia - passo os próximos 9 dias lá. Embarquei quatro da tarde, o navio chega em Helsinque dez da manhã. É um navio enorme, com cassino, boate, restaurantes e lojas Tax Free. Peguei uma cabine individual por... 65 euros, veja só. Achei bem razoável. Dá para continuar vivendo a Carolina.

Minha cabine tem mais três camas-beliche vazias... Preciso arrumar algum náufrago urgente.


E sexta na Dinamarca...


O final de semana na Suécia foi gostoso. Terceira vez que venho pra cá, na verdade (porque é o melhor ponto de partida para a Finlândia). Estocolmo é uma cidade linda, moderna, cheia de turistas e gente descolada. Talvez por isso ainda prefira Helsinque e Copenhague. A capital da Dinamarca é bem mais tranquila, mais provinciana, porém mais acolhedora, mais gostosa, gente mais simpática e queridinha.



E mais pé na jaca.



Os amiguinhos e os manequins.

Sexta passada em Copenhague tive uma noite ótima, encontrando os amigos que fiz durante a semana, vendo os adolescentes vomitando pelas ruas. Aqueles cenários tão escandinavos, lotado de gente surtada. Num determinado momento, vi um loirinho tão bonitinho, quase desmaiado na calçada; corri ao 7 Eleven, comprei uma água, uma coca e um chocolate, voltei e o sacudi.

Eu: “Drink it. It´s not gonna kill you.”
Ele abriu um sorriso bêbado: “Thank you. You not kill me,” e bebeu.


Vou pedir um desses de Natal...


O navio.


(pensando bem... já ganhei um assim. E quebrei.)




Minha cabine.



Fiquei com uma vontade de abrir essa porta para ver os cavalos... Mas daí lembrei daquela cena de "O Chamado," e a Samara em mim resolveu deixar quieto.



De noite, a petizada canta no Karaokê.

A terceira idade se joga no bailão.


À bordo, neste exato instante.


NESTE SÁBADO!