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Chega de Alemanha.
Depois que larguei a mala do falecido polonês, Berlim ficou mais divertida. Apelei para a companhia dos amigos brasileiros e me joguei nas possibilidades funestas.
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Turismando ou turistando?
Inara, uma velha amiga que está morando em Berlim, me levou para baladinha num cinema, baladona numa fábrica desativada, lugares de gente malemolente caindo pelas tabelas; daí me senti mesmo em Berlim.
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E tudo terminou bem...
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Rodando em Kreuzberg, encontrei por acaso Niles e Rodrigo, que trabalharam comigo no Ghetto, em Londres, em 2002.
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Gummy bears. Essa podia ser a base da minha alimentação diária.
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Ontem dei um pulo rápido em Frankfurt – que está efervescendo com a Feira do Livro – só para ver minha agente e participar de um jantar com editores estrangeiros. Encontrei também minhas queridas editoras da Record e descansei a língua do inglês... no espanhol.
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Nicole, minha agente, faz um rápido discurso apresentando os autores presentes aos editores estrangeiros.
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Nicole, eu e Catherine Deneuve... Não, é Luciana Villas-Boas, a poderosa da Record.
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Ana Lima é a editora dos juvenis, dos vampiros e dos zumbis.
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Daniel Mordinski, famoso fotógrafo que se especializou em retratos de escritores, e que já tinha me fotografado em 2007, em Bogotá.
Chego agora à Escandinávia, minha verdadeira paixão. Fico as duas próximas semanas aqui, Dinamarca, Finlândia e um pulinho rápido na Suécia. Estou monitorando a previsão do tempo para ver se consigo ir à Lapônia, no Circulo Polar Ártico, o mais norte que as linhas de trem chegam. Hoje está 8 graus (de máxima) por lá. Ainda acho bem possível. Quando a coisa chegar aos -10, -20 é que é de se temer...
No trem pra Copenhague. Trem na Europa não é barato, e quando você passa dos 26 anos é obrigado a comprar o passe de primeira classe, mas não dá para comparar com avião, muito mais gostoso, desestressante e alto nível, tanto os assentos quanto o serviço, o público, a vista... Mas em conforto para dormir perde para os ônibus brasileiros (ao menos para os ônibus do sul.)
Falando em temer, tive o sonho mais bizarro no trem para Copenhague. Eu pegava o trem para uma residência remota no campo, com um bando de jovens anfetaminados, onde faríamos uma festa. A casa era amaldiçoada e quem se hospedava lá sofria a influência de demônios – uma coisa meio Evil Dead – e a petizada ia para lá exatamente para isso, para aproveitar a possessão com espécie de droga.
Bom argumento de filme, diz?
Assim que chegamos lá, um moleque me ofereceu: “Pode escolher, tenho tudo o que você quiser, é de graça, mas você não pode pedir mais e não pode me tocar.” Hum... fiquei indeciso. “O que você sugere?” Ele tirou algo que disse ser uma “bala de mel”, colocou na minha boca, e tinha gosto de... bala de mel (devia ser um baita de um placebo, já que a trip mesmo era garantida pelos demônios.)
Daí começaram as bad trips com os demônios... E eu acordei.
Deve ter sido um sonho influenciado pelo cd novo do Royksopp. Estou começando a achar depressivo... e um pouco sinistro. Principalmente quando acordei no trem com uma faixa escondida tocando; uma coisa satânica com risadas e relinchos de cavalo. Eles não costumavam ser assim...
Ou então o sonho foi influencia da minha noite em Berghain...
Agora em Copenhague está um tempo ótim, ensolarado e fresco; meu quarto de hotel é pequeno mas lindinho, e tem wireless. Não preciso de mais nada...
...talvez só de um Dinamarquês.