Chegando à Finlândia.
A Finlândia é minha paixão. E voltando pra cá, relembrei o porquê. É uma beleza, uma melancolia, uma vontade de se matar todos os dias... Talvez seja o país escandinavo mais escandinavo, mais isolado, preservado e desconhecido, ainda com algo autenticamente primeiro mundo, mas com um clima de cidade pequena.
A capital, Helsinque, é uma cidade de 500 mil habitantes, a maior cidade do país, e tem cara e clima de cidade portuária. Cidade portuária escandinava, é claro.
O navio em que cheguei.
Passei dois dias lá, e já vou voltar. Ontem peguei o trem noturno para Rovaniemi, na Lapônia, extremo norte, passando exatamente sobre o Círculo Polar Ártico.
Arregaçando o círculo.
Meu Eurail dava direito (ou melhor, desconto) a uma bela cabine privativa, e eu vim no trem baixando músicas para o Ipod, ora ou outra olhando pela janela, ouvindo um dos cds do Kwan - banda de hip-hop finlandesa que conheci da segunda vez que vim para cá, mas de quem agora estou virando fã de verdade, principalmente pelo íncrível álbum "Little Notes", que comprei ontem. É inteiro ótimo.]
Na estação.
Pouco antes de chegar, hoje de manhã, examinava a paisagem e me perguntava: "Cadê a neve?" Havia uma geada mais caudalosa aqui e ali, mas nada a fazer jus ao Ártico. O resto da paisagem era lindo-lindo, mas bem o que eu esperava: lagos, pinheiros, pinheiros, lagos.
O Ártico.
O Polo Norte, como você sabe, é a terra do bom velhinho, o velho Santa, Papai Noel, ou Joulopukki, em finlandês. E eles levam isso a sério, pelo menos mercadologicamente; construiram uma pequena vila e um parque temático. Foi o primeiro lugar que fui visitar, assim que cheguei aqui em Rovaniemi.
Bem... o parque estava fechado. E a vila não era nada além de um conglomerado de lojas de souvenir, uma espécie de "Natalie" in loco.
Não tinha nem um velhinho para eu sentar no colo. Então decidi ao menos procurar as renas. Estou no meio da Lapônia, comi língua de rena esses dias, queria ao menos abraçar uma viva e perdir perdão! A mocinha de uma das lojas me indicou uma fazenda de criação de renas, a dois quilômetros de lá, e eu convenci um argentino que conheci no caminho a procurar comigo.
Quando partíamos da "Vila do Papai Noel", eu brinquei com o argentino: "Olha lá, o Papai Noel à paisana." Depois que percebi que provavelmente era mesmo o Papai Noel à paisana, ou ao menos um dos que trabalha na Vila.
A fazenda de renas estava fechada. Não conseguimos ver nenhuma rena e voltamos para a Vila do mesmo jeito que fomos. Chegamos tarde. Perdemos o ônibus de volta para a cidade e a mocinha nos aconselhou: "Por que não voltam a pé? Está um tempo tão agradável..."
E voltamos mais oito quilômetros, na estrada, até a cidade. O tempo estava mesmo agradável (cinco graus no Círculo Polar Ártico? Diz aí? Eu vim preparado para muito mais - ou menos), a vista era linda e o Ariel foi ótima companhia. Isso sim é que é viajar.
Agora estou no centro de Rovaniemi (cidade de 50 mil habitantes), escrevendo num café (que toca música brasileira) e esperando meu trem noturno de volta a Helsinque.
Enfim, a Finlândia está uma delícia - suave, macia e carinhosa - permanece como o país do topo da minha lista. Fico aqui até a próxima terça.
Para terminar, antes que eu me esqueça, vamos ao pratos exóticos dos últimos dias:
E...
Ariel procura no mapa: "Cabron, donde estan los renos?"
A fazenda de renas estava fechada. Não conseguimos ver nenhuma rena e voltamos para a Vila do mesmo jeito que fomos. Chegamos tarde. Perdemos o ônibus de volta para a cidade e a mocinha nos aconselhou: "Por que não voltam a pé? Está um tempo tão agradável..."
"São só oito quilômetros. Em meia hora vocês chegam..." (Oito quilômetros em meia hora?) "De repente no meio do caminho vocês veem renas, lobos, wolverines..." (Wolverine o bicho - meio urso meio lobo - não o X-man, ok?)
E voltamos mais oito quilômetros, na estrada, até a cidade. O tempo estava mesmo agradável (cinco graus no Círculo Polar Ártico? Diz aí? Eu vim preparado para muito mais - ou menos), a vista era linda e o Ariel foi ótima companhia. Isso sim é que é viajar.
Amigos de estrada. Já conquistei uma meia dúzia desses nesta viagem, que nos tempos de hoje ficam preservados no Facebook.
Agora estou no centro de Rovaniemi (cidade de 50 mil habitantes), escrevendo num café (que toca música brasileira) e esperando meu trem noturno de volta a Helsinque.
Enfim, a Finlândia está uma delícia - suave, macia e carinhosa - permanece como o país do topo da minha lista. Fico aqui até a próxima terça.
Para terminar, antes que eu me esqueça, vamos ao pratos exóticos dos últimos dias:
Guaiamum my arse! Isso é que é caranguejo. Comi um belo King Crab (ou centolla) agora há pouco em Rovaniemi.
Bolo de carne de alce. Gostoso. Mas é um bolo de carne.
E...