...E OS MELHORES DO ANO.
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Estava com uma preguiça imensa de fazer um ranking de "melhores", até porque não dá para acompanhar tudo nem ser especialista em literatura, cinema, música, teatro e o caralho (bom, desse último eu quase consegui...). Então minha lista é extremamente subjetiva, bastante injusta e um pouco esquizofrênica. Fiquei pensando basicamente no que ecoou em mim este ano, e aqui estão meus favoritos.
No cinema, não preciso nem pensar. MELANCOLIA entra para meus filmes favoritos de TODOS OS TEMPOS, e no topo da lista (talvez só perca para Snakes on a Plane). Além de ser plasticamente lindo, tem uma mensagem niilista que eu achei paradoxalmente bastante positiva. Estamos todos na mesma merda. O mundo vai acabar mesmo. Então qual é a ansiedade? Fora que a ideia de afirmar categoricamente que "a vida só existe no planeta Terra, e é uma coisa maligna" é das coisas mais incríveis que eu já vi. É a anti-ficção científica. Lars Von Trier pode ser nazista, mas é um gênio.
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Nos filmes nacionais, tive duas ótimas surpresas com duas produções de amigos. A Estrada, do Charly Braun e Trabalhar Cansa, de Juliana Rojas e Marco Dutra mostraram que a minha geração veio mesmo para tirar o bege do cinema brasileiro.
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Denise é Diva.
Teatro: Na verdade, na verdade... para ser bem sincero, eu colocaria Feriado de Mim Mesmo, da Cia Teatro de Extremos, como a melhor peça que assisti em 2011, mas não sou lá tão isento, e já coloquei a peça no post anterior, então passo a coroa mais uma vez para Denise Stoklos, em Preferiria Não, porque é difícil alguém no palco ter mais força do que ela. E olha que vi muita coisa em 2011; lembro que cheguei a ver 6 peças numa única semana. Mas gostei de pouquíssima coisa, na verdade. Destacaria o trabalho de Guilherme Weber em Os Altruístas e Maria Alice Vergueiro em As Três Velhas.
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A Noiva do Tigre, publicado pela Leya.
Dos nacionais teve mais coisas bacanas, o livro novo do Marcelino; o Carvão Animal, da Ana Paula Maia, mas... posso eleger PORNOFANTASMA? Haha. Puta merda, quem está trabalhando contos assim, longos, com tramas estruturadas, criando de fato histórias e personagens, e não querendo desabafar sobre a falta de amor ou a briga que viu no semáforo? Preciso morrer logo para ter o valor que eu mereço...
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Então elejo Bilhete Seco, de Elisa Nazarian. Diabos, não posso indicar meu livro, não posso falar dos amigos e não posso colocar minha mãe? Vocês merecem os best sellers do Padre Fábio de Melo!
E na música...
Velejei nessa aí...
Sou fã do Dussek há tempos, e ele finalmente lançou um registro ao vivo, com um ótimo apanhado de toda sua carreira, provando seu talento como compositor, pianista e cantor. No DVD as músicas são intercaladas com piadas demais, então prefiro a versão do CD, só com as músicas.
Brett Anderson é Deus na minha vida. E além da volta do Suede, este ano ele lançou seu melhor álbum solo, Black Rainbows, que tem pelo menos 4 grandes faixas. "Brittle Heart" é meu single do ano, mas acho que o melhor disco, como um todo, vai para...
LUPERCALIA!
Acompanho a carreira do Patrick Wolf há uns cinco anos. Gosto de algumas coisas, mas nunca fui fã. Resolvi assistir o show dele aqui em Helsinque há algumas semanas e me surpreendi muito, muito. Me surpreendi mais ainda ao levar o cd (sim, eu ainda compro cd físico) para casa. Lupercalia, o álbum que ele lançou este ano, é magnífico, alto-astral, lindíssimo. Estava ouvindo há semanas no meu Ipod (sim, eu compro o cd físico e passo direto para o Ipod, haha) e sabia que gostava de várias faixas. Ontem resolvi escutar o cd direito e ver afinal quais eram as boas. E são praticamente todas. Tem umas três de que eu gosto menos, mas não canso de ouvir "The City", "House", "The Future", "Time of My Life", "Together" e principalmente "The Falcons". Patrick chegou na reta final e cruzou em primeiro.
Daí resolvi comprar o primeiro álbum dele, Lycanthrophy, e achei uma merda. Haha. Procure Lupercalia.