21/12/2011

...E OS MELHORES DO ANO.
Melancolia, disparado.

Estava com uma preguiça imensa de fazer um ranking de "melhores", até porque não dá para acompanhar tudo nem ser especialista em literatura, cinema, música, teatro e o caralho (bom, desse último eu quase consegui...). Então minha lista é extremamente subjetiva, bastante injusta e um pouco esquizofrênica. Fiquei pensando basicamente no que ecoou em mim este ano, e aqui estão meus favoritos.

No cinema, não preciso nem pensar. MELANCOLIA entra para meus filmes favoritos de TODOS OS TEMPOS, e no topo da lista (talvez só perca para Snakes on a Plane). Além de ser plasticamente lindo, tem uma mensagem niilista que eu achei paradoxalmente bastante positiva. Estamos todos na mesma merda. O mundo vai acabar mesmo. Então qual é a ansiedade? Fora que a ideia de afirmar categoricamente que "a vida só existe no planeta Terra, e é uma coisa maligna" é das coisas mais incríveis que eu já vi. É a anti-ficção científica. Lars Von Trier pode ser nazista, mas é um gênio.

Trabalhar Cansa (ok, mais uma ótima produção com uma merda de título).


Nos filmes nacionais, tive duas ótimas surpresas com duas produções de amigos. A Estrada, do Charly Braun e Trabalhar Cansa, de Juliana Rojas e Marco Dutra mostraram que a minha geração veio mesmo para tirar o bege do cinema brasileiro.


Denise é Diva.


Teatro: Na verdade, na verdade... para ser bem sincero, eu colocaria Feriado de Mim Mesmo, da Cia Teatro de Extremos, como a melhor peça que assisti em 2011, mas não sou lá tão isento, e já coloquei a peça no post anterior, então passo a coroa mais uma vez para Denise Stoklos, em Preferiria Não, porque é difícil alguém no palco ter mais força do que ela. E olha que vi muita coisa em 2011; lembro que cheguei a ver 6 peças numa única semana. Mas gostei de pouquíssima coisa, na verdade. Destacaria o trabalho de Guilherme Weber em Os Altruístas e Maria Alice Vergueiro em As Três Velhas.

Li muita, muita coisa chata em 2011. Ou talvez eu é estivesse chato. Mas só consegui pensar que o melhor livro estrangeiro que li este ano, disparado, é o Beatriz e Virgílio, e na verdade eu já tinha lido os originais do livro em inglês, anos atrás. Também traduzi muita coisa chata, muita coisa boba, e só destacaria o livro da Tea Obrecht, A Noiva do Tigre, como uma grande obra.



A Noiva do Tigre, publicado pela Leya.

Dos nacionais teve mais coisas bacanas, o livro novo do Marcelino; o Carvão Animal, da Ana Paula Maia, mas... posso eleger PORNOFANTASMA? Haha. Puta merda, quem está trabalhando contos assim, longos, com tramas estruturadas, criando de fato histórias e personagens, e não querendo desabafar sobre a falta de amor ou a briga que viu no semáforo? Preciso morrer logo para ter o valor que eu mereço...


Então elejo Bilhete Seco, de Elisa Nazarian. Diabos, não posso indicar meu livro, não posso falar dos amigos e não posso colocar minha mãe? Vocês merecem os best sellers do Padre Fábio de Melo!


E na música...



Velejei nessa aí...

Sou fã do Dussek há tempos, e ele finalmente lançou um registro ao vivo, com um ótimo apanhado de toda sua carreira, provando seu talento como compositor, pianista e cantor. No DVD as músicas são intercaladas com piadas demais, então prefiro a versão do CD, só com as músicas.


Brett Anderson é Deus na minha vida. E além da volta do Suede, este ano ele lançou seu melhor álbum solo, Black Rainbows, que tem pelo menos 4 grandes faixas. "Brittle Heart" é meu single do ano, mas acho que o melhor disco, como um todo, vai para...

LUPERCALIA!

Acompanho a carreira do Patrick Wolf há uns cinco anos. Gosto de algumas coisas, mas nunca fui fã. Resolvi assistir o show dele aqui em Helsinque há algumas semanas e me surpreendi muito, muito. Me surpreendi mais ainda ao levar o cd (sim, eu ainda compro cd físico) para casa. Lupercalia, o álbum que ele lançou este ano, é magnífico, alto-astral, lindíssimo. Estava ouvindo há semanas no meu Ipod (sim, eu compro o cd físico e passo direto para o Ipod, haha) e sabia que gostava de várias faixas. Ontem resolvi escutar o cd direito e ver afinal quais eram as boas. E são praticamente todas. Tem umas três de que eu gosto menos, mas não canso de ouvir "The City", "House", "The Future", "Time of My Life", "Together" e principalmente "The Falcons". Patrick chegou na reta final e cruzou em primeiro.

Daí resolvi comprar o primeiro álbum dele, Lycanthrophy, e achei uma merda. Haha. Procure Lupercalia.



NESTE SÁBADO!