WHITE CHRISTMAS
Nah, moro num apartamento. E estava cruzando os dedos por um verdadeiro Natal branquinho aqui em Helsinque. Decepção. Nevou levemente alguns dias antes (quando tirei essa foto), mas o Natal mesmo foi cinza e chuvoso. Hoje está fazendo DEZ graus, um inverno bem atípico na cidade. 
Ainda assim, comemorei o Natal como um final de semana festivo, com grandes jantares de sexta até domingo. 
Do R8: O escritor Santiago Nazarian foi flagrado trabalhando como garçom num restaurante em Helsinque. Nazarian havia divulgado que viajaria para a Alemanha numa turnê literária, e que em seguida se mudara para a Finlândia para escrever. "Estou num laboratório para meu próximo livro," alega. "E se eu estivesse trabalhando de garçom? Não há vergonha nenhuma nisso."
Bah, coloquei essa foto no FB e tive mais de uma CENTENA de "polegares positivos". O povo quer mesmo me ver por baixo. Para quem não entendeu a piada, dá um Google em "Gretchen+Garçonete". 
A  mesa completa. 

Um cliente satisfeito. 

Gwyneth Paltrow foi com a gente. 
A máfia finlandesa. 
Aqui na Finlândia o Natal parece ser algo menos grandioso (e menos capitalista) do que no Brasil. A decoração das lojas e rua não é tão pesada. E as pessoas não trocam tantos presentes. É um país que já foi parte da Rússia, afinal, isso explica um pouco. 
Mas passei a véspera com a família do Jere (o loirinho acima). Garimpando numa livraria daqui, consegui achar para a mãe dele "A Hora da Estrela" da Clarice Lispector, em inglês, a única obra brasileira disponível na cidade, tirando todos os livros do Paulo Coelho (que estão traduzidos para o finlandês). 
A filha do Jere. 

A mãe dele me fez um coraçãozinho de gingerbread (ou "piparkakku"), how sweet. 
Comercial de margarina. 
Família feliz. 
O prato principal foi... rena!
E no domingo, 25, foi hora de eu próprio cozinhar. Depois de algumas renas, o que eu poderia fazer?
Abrindo os trabalhos com uma vodca de salmiakki, que tem gosto do que parece: petróleo. 
Acrescentando umas cranberries frescas para dar uma adocicada. 

"Hum, tá mais ou menos." 
A carne de urso é bem, bem gordurosa. E comprada assim, em lata, perde um pouco da identidade. Mas não tem muito jeito. Urso é bem caro e difícil de achar. Vale pelo folclore. Vale para postar no blog. 
Agora, como o calendário aqui no hemisfério norte é invertido, não entramos naquele período de férias, viagens e verão do Brasil. As pessoas continuam trabalhando, a vida continua normalmente. Mas o próximo final de semana, da virada do ano, será num naviozinho, numa viagem de dois dias com o Jere, para Estocolmo. 
O importante é manter a coisa rolando. 


