29/05/2012
27/05/2012
Estou nessa fase de redescobrir São Paulo, e tem sido bastante produtiva... ou ao menos divertida. Este final de semana fui visitar minha sobrinha, emendei numa festinha no Mis, emendei no show da Fafá de Belém, emendei numa festa na casa de amigos, emendei na Yacht, fui dormir, trabalhei domingo de manhã, fui almoçar no Apfel, emendei no show do Franz Ferdinand, emendei na Voodoohop, agora estou em casa esperando um sushi.
23/05/2012
O QUE ANDA LENDO?
22/05/2012
16/05/2012
13/05/2012
09/05/2012
Com Ana Maria Santeiro, agente literária.
Nazarian: Ana. Então, o que está lendo?
Santeiro: Estou lendo dois originais.
Nazarian: Hum, mas sobre isso você pode falar?
Santeiro: Why not?
Nazarian: Podia ser algo sigiloso, escabroso, ou em processo sei lá. Mas me diz?
Santeiro: kkkkkkkkkkkk Não são. kkkkkkkkkkk. Estou lendo Claros Sussurros de Celestes Ventos do, Joel Rufino dos Santos. Um romance que é composto de novelas que podem ser lidas independentemente, e que se passa em torno do Cruz e Souza, Lima Barreto (de repente o nome dele me escapou) e a cena do país naquele tempo. Bem bonito.
Nazarian: Nunca li nada dele. Você agencia?
Santeiro: Estou começando agora. Mas sou amiga do Joel há mais de 30 anos.
Nazarian: Bah, então não vale!
Santeiro: hahahahaha.
Nazarian: Nah, pior que quem trabalha no meio não tem como escapar, né? Ou é amigo ou detesta a pessoa. Não dá pra ser totalmente imparcial...
Santeiro: Mas eu sou amiga de muita gente de quem em não curto especialmente a literatura. Não detesto ninguém
Nazarian: E o romance dele, já está vendido? Pode falar Tem data de lançamento e tal?
Santeiro: Não. Estou finalizando a leitura e vamos começar os trabalhos. O Joel é um autor reconhecido no universo dos livros para crianças, nos ensaios de história (ele é historiador) e também nos seus romances. Mas acho que está precisando de maior visibilidade como romancista.
Nazarian: Sempre há tempo, né? Felizmente, nesse mundo, sempre há tempo...
Santeiro: Sempre. E, como diz a Nélida Piñon, há que se fazer um pacto com o tempo. Ela é um exemplo disso. Aliás, ela é um desses casos de amor e ódio. Eu curto.
Nazarian: É, não adianta ter ansiedade, não é à toa que o maior prêmio literário se chama Jabuti.
Santeiro: kkkkkkkkkkkkkkk. a nossa ansiedade poderia ser menor se soubéssemos que há um público querendo consumir histórias em livro. E a batalha de todos é aumentar a aculturação da população brasileira. Acredito que se a sociedade brasileira entender que é através do conhecimento que se evolui, vai ser sopa no mel vender livro.
Nazarian: É, mas nisso de "histórias" eu discordo um pouco. Acho que o público quer mais é ler "mensagens". Querem "algo que acrescente", como se diz por aí. O espaço para a ficção pura é cada vez mais restrito. Acho que um livro como o Joel tem mais potencial, por ter raízes históricas, ligação com personagens reais.
Santeiro: O livro do Joel trabalha ficcionalmente os personagens da história, inclusive com nomes diferente, como um romance a clé..
08/05/2012
INFERNO ASTRAL MY ARSE
Esta semana faço 35 anos - já posso me considerar um senhor escritor? Acho que idade está na cabeça. Sim, idade está na cabeça. Você pode ter 40 anos com mente de 20... se for um retardado mental. Ha-ha. O importante é aproveitar ao máximo cada idade, cada fase e oportunidade, para não ficar correndo atrás do tempo perdido. Faço isso, mas daí não posso evitar a sensação de que não há muito mais a fazer, não há muitos sonhos a realizar, vai se acumulando uma preguiça, uma sensação de que tudo já foi visto...
E assim chega a Valentina, minha primeira sobrinha, filha da minha irmã mais velha. Nasceu semana passada - saudável-saudável, lindinha-lindinha. Já peguei no colo e ela nem chorou. Vai ser ótimo ver a menina crescer, se tornar uma menina de fato, mas não afasta a sensação de final da história. Quero dizer, Valentina tem pai e mãe, tem avós, segue com a ordem genealógica; utilidade eu não tenho na vida dela, posso esperar apenas ser uma distração positiva.
Pois é, o existencialismo bizarro permanece em mim...
Ao menos suavizou um pouco seu caráter de crise, não tem me atingido tanto como crise existencial. Tenho trabalhado muito, tenho recebido razoavelmente bem, e ainda que eu não consiga mais aproveitar São Paulo, tenho conseguido viajar regularmente.
Isso é vida.
Voltei a Florianópolis este final de semana. É lindo ver que posso sempre voltar. É lindo ver que ainda tenho uma vida lá. Cumprimento a mocinha do mercado, converso com a mocinha da farmácia, tenho uma familinha afetiva sempre pronta para me receber, encontro surfistas conhecidos e amigos de ocasião na praia. Dá saudades. Mas é uma vida bem restrita, que também não mais me bastaria. Funciona bem como uma vida paralela; a vida cultural e o trabalho estão em São Paulo.
Quem sabe não seja hora de eu também fazer um bebê? Tem planos para hoje à noite? Bem, se eu não consegui nem criar um iguana...
E ontem, em Floripa, fiz minha 15a tattoo (3a com a gatíssima Magéli): D.A.A.M.T. Quer saber? "Don´t ask about my tattoos" Meio para deixar o número novamente impar e me livrar da encheção de ter de diariamente explicar cada uma das outras.
02/05/2012
Com Liandro Lindner, jornalista.
Nazarian: Liandro, me diz aí: o último livro, ou um dos livros recentes que você leu...
Lindner: Li A Maquina de Fazer Espanhóis, de Valter Hugo Mãe e O Evangelho Segundo a Carne, de Guilherme Junqueira, estou terminando Clube dos Imortais de KizzyYsatis e paralelo lendo com calma “A Montanha Mágica” do Thomas Mann.
Nazarian: Lendo tudo-ao-mesmo-tempo-agora-assim?
Lindner: Não, um depois do outro. A Montanha Magica que é de mais fôlego, estou lendo devagar e paralelo. li “a maquina”, “o evangelho” e “o clube” nesta ordem.
Nazarian: Não tinha lido A Montanha Mágica ainda?
Lindner: Não. Estou na metade. Você já leu?
Nazarian: Li sim, talvez meio novo, talvez eu devesse reler. Achei um pouco cansativo, mas lembro de umas passagens bem bonitas, mais emotivas, dos "olhos quirquizes" e tal. Prefiro na verdade as coisas mais curtas do Mann, como Tônio Kroeger, Morte em Veneza, adoro os contos dele em Os Famintos.
Lindner: “Morte em Veneza” eu li também há muitos anos; existem alguns livros que acho que vale reler de tempos em tempos; como Cem anos de Solidão, O Lobo da Estepe… São os chamados “livros de formação”. Incluiria Crime e Castigo do Dostoiévski na lista.
Nazarian: Do Hesse eu colocaria Demian, é um ótimo livro para o final da adolescência.
Lindner: Este acho muito bom, foi dos livro que mais presenteei. Tem uma parte do“Montanha” que acho muito boa, quando o médico fala da origem da doença, das batalhas dentro de nós entre o amor e a contenção e que o amor negligenciado eclode metamorfoseado de outra forma: a forma de doença.
Nazarian: Eu acho que o Mann pesa um pouco quando o texto se torna muito dissertativo, muito filosófico, e pouco narrativo.
Lindner: Na real é uma técnica, né? Acho que hoje pouco utilizada, mas que me agrada muito; o detalhe da cena descrita e sua divagação filosófica faz parte, eu acredito, de um tipo de autor. Proust é famoso por seus parágrafos imensos e pela riqueza de detalhes. No fundo é um estilo de narrativa. Os autores contemporâneos, em geral, acredito, tem um estilo narrativo mais rápido e com mais intensidade nos diálogos. Nem bom, nem ruim apenas diferente.
“A Montanha Mágica”, do alemão vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, Thomas Mann, foi publicado em 1924. Narra a visita do jovem Hans Castorp a um sanatório nos Alpes Suíços, de onde se torna cada vez mais difícil ele sair. Publicado no Brasil pela Nova Fronteira.