“Tire os sapatos antes de entrar, pedi ao abrir a
porta. Entrando, ele já foi tirando as meias, a calça, camisa, cueca. Tinha o
cheiro orgânico de animais que não se pode pedir por delivery. Toquei primeiro
sua testa, de luvas. Como identificar quão quente deve ser o corpo do outro?
Corpo estranho. Esperava que ele não notasse minha hesitação por trás da
máscara, a falta de excitação dentro da calça...”
Início de “Corpo Estranho”, conto que escrevi
sobre encomenda pra revista Gama, para uma edição de contos eróticos sobre a
quarentena: (dá pra ler todo aqui: https://gamarevista.com.br/semana/ta-pensando-em-sexo/janela-indiscreta-minicontos-eroticos/?video=1&fbclid=IwAR2_l4-ynBSnnSzYZFzDFfGXLW1ZCnEVNVJIkEk-rGjz95q9RoviGMR_Xao
.
Gostei de fazer, principalmente porque não tenho... não tinha feito nada de ficção nos últimos meses. Um mini conto é pouco. Não sou daqueles que se diz escritor porque faz meia dúzia de mini-contos, ou uma dúzia de frases de efeito. Mas já é um pequeno exercício...
Gostei de fazer, principalmente porque não tenho... não tinha feito nada de ficção nos últimos meses. Um mini conto é pouco. Não sou daqueles que se diz escritor porque faz meia dúzia de mini-contos, ou uma dúzia de frases de efeito. Mas já é um pequeno exercício...
Minha agente também pediu outro “mini conto” para
outro mini projeto que deve sair em breve. Mas, diabos, ninguém mais pode
escrever/publicar um CONTO de FATO! Com cinco, dez, TRINTA páginas?
(bom, ninguém quer pagar por isso.)
Tenho saudades... Saudades de quando passava uma
tarde, uma semana escrevendo contos assim. Saudades mas não vontades; ainda
sinto que não tenho muito o que dizer. Mas, pra minicontos, basta.
(Por sinal, esse conto que minha agente pediu pra
eu gravar em vídeo, eu colei na parede para decorar, e agora toda vez que passo
na sala tenho um sobressalto achando que alguém deixou uma mensagem para mim.
Feriado de Mim Mesmo feelings...)
Tenho saudades de tantas outras coisas...
Na verdade minha vida está basicamente tão
solitária como sempre, mas agora as pessoas parecem entender (compartilhar) o que
eu passo, e agora vejo menos possibilidade de mudança. A gente tem de se apoiar
exclusivamente nas redes sociais para socializar, sensualizar, paquerar – mas continuo
achando essa ideia de trocar nudes tão broxante (é como foto de comida, pouca
gente sabe fazer direito – sem sentir o cheiro, o gosto, a temperatura, acaba
ficando meio asqueroso).
Nunca gostei de sexo ficcional, de interpretar
papéis, me chama disso ou daquilo, gosto de conhecer a pessoa e estar com a
pessoa – se posso entrar em detalhes: se o cara fica de quatro eu broxo, gosto
de corpo colado. E isso porque deixo o contato pro sexo, apenas pro sexo, no
dia-a-dia não aguento abraço de amigo, nem de mãe, detesto que encostem em mim, não supoooorto massagem.
Mas sexo virtual é algo que nunca fiz e nunca
farei... espero que nunca tenha que fazer... que eu consiga terminar este mês
sem isso...
Prefiro enrolar em plástico bolha.
Dog Man Star ou Atividade Paranormal? |