11/04/2020

NOTAS SOBRE O APOCALIPSE


Wilde



O amor livre dos anos 70 teve o golpe violento da AIDS nos 80, que agora parecia estar sendo domada com as PrEps, mas para estragar a festa vem coisa pior; e agora ninguém pode nem se cumprimentar.

Há indícios fortes de que o novo coronavírus mate apenas heterossexuais – pois seria uma forma de a natureza conter a hiperpopulação humana. Por isso não morrem crianças. O vírus poupa quem ainda é virgem.

Pelo menos foi o que li numa corrente de Whatsapp.

(Por sinal, tenho Whatsapp há um ano, apenas um ano, mas não estou em grupo nenhum, nunca recebi corrente nenhuma; sinceramente ainda não entendo essa coisa de “correntes de Whatsapp”; pra mim funciona como o antigo “torpedo” de celular. Abro uma vez por dia. Geralmente pra ver mensagens dos meninos que migraram do Tinder, do Grindr. Ainda não entendi qual é todo o fuss...)

(Sim, sou velho.)

Tem ficado cada vez mais confuso para mim essa quarentena, me parece insustentável, parece que nunca vai acabar. Por que acabaria? A “curva vai ser achatada” quando? Antes a gente não devia usar máscara, agora sim. Agora até animais domésticos podem pegar a doenças – especialmente gatos -; vi nessa madrugada na Globonews, que recomendava que doentes ficassem longes de seus animais.

Por que não podemos todos simplesmente morrer?

Ontem acordei em mais uma madrugada de insônia e vi um amigo postando no Facebook: “Olhem só como o céu está estrelado”. Olhei pela janela e vi o mesmo céu acre de quando o homem dominava a terra.

Parafraseando Wilde: Estamos todos na sarjeta... E o melhor é procurar moedas no asfalto.

QUAIS SÂO OS LIMITES DA FICÇÃO?

  Vi esses dias uma discussão interessante, perigosa, num canal sobre livros. Uma autora australiana de literatura “hot” foi presa por aut...