Eu e Gaia. |
Como todo mundo, tenho sentido a quarentena, mas não tenho sentido a quarentena como todo mundo.
Percebo agora como meu estilo de vida, meu
histórico e minha profissão me dão vantagem neste momento. Tenho dito que viver
isolado faz com que, agora, eu esteja isolado há tempo demais, e é verdade, mas
também tenho prática. Minha vida mudou pouquíssimo – o que também tem seu lado
negativo (seu lado positivo).
Vejo que quem agradecia estar em casa assistindo à
Netflix agora já se sente incomodado. Eu, que sempre tive tempo para fazer
tudo, nem posso pensar como seria se agora não estivesse fazendo nada. Sinto
que estou mais ocupado (com tradução) do que grande parte dos meus amigos. E
isso é inédito.
No mais, sigo com a dieta, sigo com lives diárias
da academia no Instagram. Agradeço por há tempos estar fazendo funcional, que é
algo que basicamente não precisa de equipamento nenhum, tenho conseguido fazer
em casa e conquistei bagagem o suficiente para fazer sozinho. Emagreci quase
1,5kg em duas semanas de quarentena – pode ser um pouco de músculo, visto que
eu pegava pesado na musculação, mas o importante sempre é perder.
“O Importante É Perder”: alguém já deu esse título
a livro de auto-ajuda/ fitness/ nutrição?
Como não sou santo (apesar do nome), como minha
vida não é só treino e restrição, me permito ainda beber (pesado) aos fins de
semana, comer tudo o que quero. E isso é outro privilégio. Eu mesmo já tive
tantos períodos em que não podia comer o que queria, não por dieta, mas por
falta de grana.
O pouco de amor e carinho que recebo diariamente
na minha vida vem dela: Gaia, minha coelhinha. É tão bom ter motivo para
levantar da cama, ir à área de serviço, fazer o pratinho de verduras dela. E
ver que ela pula animada nem porque está com fome, às vezes ela deixa as
verduras ali, está mais ansiosa em ir pra sala comigo. Quem estaria ansioso pra
ir pra sala comigo?