04/04/2020

NOTAS SOBRE O APOCALIPSE

Eu e Gaia. 


Como todo mundo, tenho sentido a quarentena, mas não tenho sentido a quarentena como todo mundo.

Percebo agora como meu estilo de vida, meu histórico e minha profissão me dão vantagem neste momento. Tenho dito que viver isolado faz com que, agora, eu esteja isolado há tempo demais, e é verdade, mas também tenho prática. Minha vida mudou pouquíssimo – o que também tem seu lado negativo (seu lado positivo).

Vejo que quem agradecia estar em casa assistindo à Netflix agora já se sente incomodado. Eu, que sempre tive tempo para fazer tudo, nem posso pensar como seria se agora não estivesse fazendo nada. Sinto que estou mais ocupado (com tradução) do que grande parte dos meus amigos. E isso é inédito.

No mais, sigo com a dieta, sigo com lives diárias da academia no Instagram. Agradeço por há tempos estar fazendo funcional, que é algo que basicamente não precisa de equipamento nenhum, tenho conseguido fazer em casa e conquistei bagagem o suficiente para fazer sozinho. Emagreci quase 1,5kg em duas semanas de quarentena – pode ser um pouco de músculo, visto que eu pegava pesado na musculação, mas o importante sempre é perder.

“O Importante É Perder”: alguém já deu esse título a livro de auto-ajuda/ fitness/ nutrição?

Como não sou santo (apesar do nome), como minha vida não é só treino e restrição, me permito ainda beber (pesado) aos fins de semana, comer tudo o que quero. E isso é outro privilégio. Eu mesmo já tive tantos períodos em que não podia comer o que queria, não por dieta, mas por falta de grana.

O pouco de amor e carinho que recebo diariamente na minha vida vem dela: Gaia, minha coelhinha. É tão bom ter motivo para levantar da cama, ir à área de serviço, fazer o pratinho de verduras dela. E ver que ela pula animada nem porque está com fome, às vezes ela deixa as verduras ali, está mais ansiosa em ir pra sala comigo. Quem estaria ansioso pra ir pra sala comigo?


MESA

Neste sábado, 15h, na Martins Fontes da Consolação, tenho uma mesa com o querido Ricardo Lisias . Debateremos (e relançaremos) os livros la...