02/11/2004

"Olhou pela janela e só viu o inverno. A cidade congelada, o céu tão azul, o mar parado lá longe, esperando uma chance. Não escutava som algum, nem via movimento. Era uma pintura de seu cenário, sua natureza morta, na qual ele ainda vivia. Esticava o pescoço, debruçava-se na janela, respirava o ar gelado. A felicidade caía lá embaixo e se espatifava como garrafa de vidro, de gelo. Mesmo assim, continuava olhando. Sentia-se especial por poder observar algo tão exclusivo. Observava um mundo secreto, suspenso, escondido de todos os outros homeotérmicos."

(Trecho de "Feriado de Mim Mesmo" - meu terceiro livro que sai em março, pela Editora Planeta)

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