NOSTALGIA DO VINIL
Ai, que velocidade...
Quinta fui numa festinha na casa de um amigo. Uma petizada alcoolizada sacudindo os piercings ao som do morro. Tudo muito lindo, mas me senti tão velho, nos meus 27 anos. Não foi um sentimento ruim, não. Foi como observar um buffet de sorvetes, depois de sair de uma churrascaria. A gente fica admirando os sabores, mas não dá vontade de tirar nem uma casquinha...
O creme não compensa.
No meu tempo... No meu tempo as festas tinham leitura de Rimbauld e se comia brie com damasco... Haha.
Quarta passada eu fui ao programa do Kid Vinil, na Brasil 2000, falar sobre meu lançamento. O Kid foi muito gente fina, rolou até uma sessão nostalgia, com duas pérolas do britpop: Suede e Pulp.
Lembro que eu costumava ouvir o programa do Kid em 95, quando a internet ainda engatinhava e eu me esparramava nas franjas. Tudo o que eu queria era ser brit. A música "Common People", do Pulp, eu ouvi pela primeira vez no programa dele. Liguei pra rádio e pedi, porque era tão difícil ouvir no Brasil um single recém-lançado na Inglaterra, vejam só. "Common People" acabou virando um hino do Britpop. A letra é ótima, quase uma crônica, ele conversando com uma estrangeira que quer viver "como uma pessoa normal" em Londres. Vai um trechinho:
She Said:
I wanna live like common people
I wanna do what every common people do
Wanna sleep with common people
Wanna sleep with common people like you
What else, could I do?
I said: "I see what I can do."
I took her to a supermarket
I don’t know why, but I had to start it somewhere
So I started it there
I said: "Pretend you got no money"
She just laughed and said: "You’re so funny"
I said: "Yeah? I can’t see anyone else smilling in here"
Are you sure...
You wanna live like common people?
You wanna see what every common people see?
You wanna sleep with common people?
You wanna sleep with common people like me?
But she didn’t understand
She just smiled and held my hand.
Pra terminar, saiu hoje na Folha uma resenha que fiz sobre o novo livro do Cadão Volpato, "Questionário". A Folha teve de fazer um pequeno corte, por causa de um anúncio que entrou de última hora. Mas nada doloroso. O livro é bem interessante, estruturado todo em perguntas e respostas. Assinantes do Uol podem ler a crítica aqui:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2603200522.htm
Depois falo da Samara.